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irO Grupo de Atitude Social (GAS) foi criado em 2016 com o objetivo de trazer humanidade e esperança àqueles que vivem no limite da situação social: a rua. Fundado pelo professor Christian Francis Braga, essa Organização Não Governamental (ONG) conta hoje com mais de 500voluntários que atuam ativamente nas ruas e comunidades, durante o dia e atravessando madrugadas, nas cidades de São Paulo e em seu entorno, como Barueri, Carapicuíba, Guarulhos, Itapevi, Jandira e Osasco, além da capital do Rio de Janeiro por meio de outras duas frentes: GAS Osasco e GAS Rio.
Fora o cuidado com o ser humano em situação vulnerável, há um olhar carinhoso e atento aos animais que vivem, protegem e fazem companhia a essas pessoas. Por meio do GAS Pets, a ONG leva ração para cães e gatos, coleiras, potes para comida e água, petiscos, roupinhas etc. Mulheres e pessoas menstruantes têm uma frente dedicada a combater a pobreza menstrual e possibilitar o acesso à higiene. O GAS ETS – Elas Também Sangram oferece absorventes, papel higiênico, lenço umedecido, escova, pasta, sabonete, dentre outros itens.
Para aqueles que desejam tratamento para reabilitação para deixar a dependência de drogas e álcool, é realizado o resgate em parceria com a Aprisco Lar e Apoio.
Em 2023, o GAS inaugurou seu primeiro trailer de banho. O Banho do GAS é um equipamento itinerante com dois chuveiros quentes que oferece banhos gratuitos. Com capacidade para até 40 banhos por tanque, o Banho do GAS distribui roupas novas, chinelos, café da manhã, absorventes e ração para os pets que acompanham os beneficiados. No frio, as pessoas recebem agasalhos e tênis, todos novos.
Durante a pandemia da Covid-19, a ONG passou a atender também famílias em comunidades de extrema fragilidade social. Isso para evitar que mais pessoas fossem parar nas ruas em busca de meios de subsistência. Atualmente, são 1,5 mil famílias amparadas em 14 comunidades distribuídas pelos extremos da cidade de São Paulo. Tudo isso somado aos mais de 7 mil atendimentos mensais nas ruas, que fazem do GAS uma das mais importantes e atuantes ONGs na defesa dos direitos humanos das pessoas em situação vulnerável.
Em novembro, a ONG promoveu na capital paulista a primeira edição da Convenção Materialize o Bem 2023, quando reuniu outras ONGs e representantes do Poder Público e privado para discutir atitude e solidariedade. Foi logo depois que a Folha Espírita, presente no evento, conversou com o fundador, Christian Francis Braga, e a diretora de Comunicação, Leila Ferraz, sobre o trabalho que faz toda a diferença na vida da população vulnerável.
Folha Espírita – Como nasceu o Instituto GAS e qual o trabalho de vocês na ONG?
Christian Francis Braga – O GAS nasceu nos anos 1980, devido a uma série de perdas minhas, particulares. Eu passei por uma infância muito triste, muito dolorosa, com a prática sequencial de abuso psicológico, algo prejudicial para uma criança que está na sua formação de caráter. Aos 15 anos, refleti que, ao invés de transformar aquele problema em inimigo, eu deveria pegá-lo e usar como degrau para poder enxergar mais alto. Eu tinha um irmão gêmeo e nos amparávamos na dor. Decidi buscar Deus e comecei a ir em tudo quanto é igreja que vocês podem imaginar, católicas e evangélicas, centro de umbanda e de candomblé. Eu fiz retiro Hare Krishna e recorri ao budismo, até chegar a um centro espírita e ver que tudo aquilo fazia sentido. Entrei para as Casas André Luiz, no bairro de Santana, na capital paulista, onde passei a estudar o Espiritismo. Também foi lá que comecei, em 1996, a participar de ações de entrega de marmitas para as pessoas em situação de rua. Essa fase durou pouco, mas eu sabia que precisava estender a mão para o próximo. Foi quando, então, eu criei o grupo, que promovia algumas ações pontuais com amigos. Como era músico, criei uma banda também, que em sua primeira apresentação teve por objetivo ajudar um amigo que tinha ficado tetraplégico. O tempo passou e, em 2016, quatro pessoas morreram de frio em São Paulo. O Grupo de Ação Solidária se transformou no Grupo de Atitude Social, que é o GAS como é hoje e é essa família enorme que ajuda tanta gente.
Leila Ferraz – Complementando o Christian, atuamos com pessoas em situação de rua. E o perfil da rua mudou demais, tem muito mais gente. Durante a pandemia, o pessoal começou a ir para as ruas em busca de maneiras de alimentar suas famílias. Foi quando criamos o GAS nas comunidades, que é uma frente que hoje trabalha especificamente com famílias vulneráveis nas comunidades. Atendemos 14 favelas em São Paulo. São 1,5 mil famílias que hoje dependem do GAS, recebendo cestas básicas e outros itens. Doamos também ração para os animais, normalmente o último vínculo de afeto que muitos têm na rua, e itens de higiene para mulheres e crianças. Independentemente de a mulher ter dinheiro, ela vai menstruar, e absorvente não é algo que chega na rua. Hoje, temos uma equipe que sai em todas as nossas ações, tanto na rua quanto nas comunidades. Doamos absorventes, kits básicos de higiene com escova, pasta de dente, sabonete, creme dental, papel higiênico e lenço umedecido para quem não tem acesso à água. Esse ano também inauguramos o Banho do GAS, um trailer com dois chuveiros quentes que oferece banho para a população em situação de rua. Quando tomam banho, recebem café da manhã, roupas limpas, inclusive íntimas, e conseguem resgatar a dignidade.
“Milhões de brasileiros vivem abaixo da linha da miséria e trabalham para comer à noite. E com muitos filhos. E não há como falar de controle de natalidade com pessoas que não têm instrução, quando ela lhes foi negada.”
FE – Quem são essas pessoas que vocês abordam e atendem? E o que podemos fazer para ajudá-las?
Christian – A maioria das pessoas acha que a pessoa que está em situação de rua é “noia”, ou seja, um drogado. Em um último Censo feito pela Prefeitura de São Paulo, levantou-se que a maioria das pessoas que estão em situação de rua não está lá por conta do crack, por exemplo, mas por conta do desemprego e do álcool, somados à falta total de possibilidades sociais. Em situação de vulnerabilidade, sem oportunidades, essas pessoas acessam o álcool, consequentemente a violência, as drogas, tudo o que tem de mais pernicioso. Todas essas pessoas têm família, histórias e legados.
Não são vagabundos, nem noias, mas seres humanos passando por uma série de provas. Precisamos observá-las como cidadãos caridosos que somos e lhes dar oportunidades. Às vezes, podemos ser a mão que precisam para voltarem aos seus lares. Muitos confundem a Cracolândia com situação de rua. Muitos que estão nela sequer fumam.
“Já atendemos muitas pessoas que já vieram do interior de outros estados com promessa de trabalho aqui e foram enganadas, ficaram com vergonha de voltar aos seus lares e acabam morando na rua. Precisamos ser muito caridosos na nossa análise, colocarmos muito entendimento e empatia para entender quem são essas pessoas que sofrem nesse substrato social. Ninguém acorda um dia, decide sair de casa e morar na rua.”
Leila – Precisamos voltar no Evangelho e entender o que é a caridade moral. Ela não existe em cima de um julgamento. Não existe a possibilidade de você achar que está fazendo bem se você está julgando.
“A rua tem uma camada grande da comunidade LGBT, lançada às ruas pelas famílias por conta do preconceito e que não consegue sair dessa situação. Há também muitos com diploma, como médicos, fotógrafos, engenheiros, acometidos por depressão e que foram parar nas ruas.”
FE – Vocês fizeram recentemente um evento muito importante, a convenção Materialize o bem. Foi muito bonito, nós acompanhamos!
Christian – Trabalhamos duramente todos os dias, não dá para parar. E precisamos arrebanhar mais pessoas para esse exército da caridade. A convenção foi criada para isso. Construímos o GAS de forma laica e estamos abertos a receber todos. O Materializar o bem é a gente parar com a história de fazer posts bonitinhos na Internet e partir para a ação. Aproveitamos o momento para mostrar que tem muito bem sendo feito, tem muita gente comprometida em fazê-lo, daí a razão de levar várias ONGs e representantes de várias religiões e mostrar o que elas vêm fazendo. Todo mundo pode fazer alguma coisa.
“Imaginem só que bacana todos nós reunidos num grande esforço de evitar que os outros sintam medo, dor e fome. Sabe o que vai acontecer? A gente vai criar um Mundo de Regeneração. Sabe por quê? Porque já vai ter acabado o mundo de provas e expiações a partir do momento em que a gente tiver essa força motriz conectada. O milagre vem de Deus, mas ele vem pela mão de alguém.”
FE – Quantos voluntários estão com vocês e como funciona essa rede?
Christian – Hoje temos 150 voluntários que fazem parte da nossa estrutura, atuando em várias frentes. Temos uma sede no bairro de Santana, na Zona Norte da capital paulista, mas raramente nos encontramos lá, pois nos vemos mesmo é nas ruas. Normalmente, começamos o nosso trabalho às 22h, com término às 5h. No nosso Instagram, fazemos chamadas para eventos. A participação é gratuita, e a porta de entrada para participar do GAS é a ação noturna. Claro que a doação é sempre algo que mencionamos, visto que a gente também trabalha para desmistificar que fazer o bem é de graça ou fácil. A gente precisa de dinheiro para fazer acontecer, os itens entregues custam dinheiro. Não há mágica.
Leila – Então, para participar do GAS a gente abre essas chamadas primeiro para motoristas. Dependendo da quantidade de motoristas inscritos, eu abro vagas para passageiros. Por quê? Porque a quantidade de motoristas que vai definir quantas rotas na cidade eu vou fazer. E a gente tem a cidade inteira mapeada. Nesses carros, a gente coloca todos os itens que a gente leva. Para uma ação noturna, a gente leva café quentinho, lanche, água, cobertor, agasalhos, absorventes, fraldas, papel higiênico e itens do GAS Pets. Sempre vamos em comboio, e todo mundo coloca a mão na massa. Sempre conversamos com o pessoal antes de sair dos pontos da cidade para explicar como funciona. Tem toda uma conduta de abordagem para a pessoa na rua. As ações noturnas acontecem, geralmente, às sextas-feiras e vamos alternando os locais. Aos sábados, vamos às comunidades. E temos várias outras frentes estruturadas internamente que fazem o GAS funcionar.
FE – Como é possível fazer doações ao GAS?
Christian – A gente não tem hoje nenhum fluxo de doação constante que nos chega. Criamos alguns mecanismos para manter a sustentabilidade financeira da ONG. Temos uma plataforma de apoio, onde a pessoa pode entrar, cadastrar seu cartão de crédito e doar determinado valor. Esse valor mensal é que vem mantendo as atividades, que vão desde a compra de água a ser entregue na rua até a cesta básica da comunidade. Também temos uma loja com vários produtos, como mochilas, bolsas, camisetas, moletons, bonés etc. Tudo o que vendemos é revertido para a ONG.
FE – Vocês recebem doações?
Christian – Cestas básicas, itens de higiene, ração etc., sim, mas preferimos doação em dinheiro porque compramos tudo no atacado, o que nos traz economia para poder atender mais e melhor. Só não recebemos roupas, porque tivemos muitas experiências ruins, com pessoas descartando coisas e não doando.
FE – E a banda do GAS?
Leila – Uma das formas de ajudar a ONG é contratando a banda, que traz um repertório bem eclético, e também tocamos em bares, vendendo ingressos.
O GAS é uma ONG independente, apartidária e laica. A sustentabilidade financeira de suas ações se dá por meio de doações de pessoas física e jurídica por meio dos mecanismos criados pela organização para possibilitar as doações.
Plataformas virtuais: são três endereços que arrecadam para fins distintos, mas todos eles têm como destino a rua e as comunidades atendidas:
Serviço e contatos
Razão social: Instituto Grupo de Atitude Social (GAS).
CNPJ: 34.347.549/0001-79
IG: @institutogas @gas_osasco @institutogas_rio @gas_pets @gas.ets @bandadogas
FB: facebook.com/grupogas
Mais informações: Leila Ferraz | 9 8125.1685 | comunicacao@institutogas.org.br