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irChegamos a setembro, mês de prevenção ao suicídio, que atualmente é um importante problema de saúde pública, com impactos na sociedade como um todo. Desde o início da campanha do Setembro Amarelo, criada nos Estados Unidos em 1994 e trazida ao Brasil, a comunicação tem desempenhado um papel central em aumentar a conscientização pública sobre saúde mental.
A comunicação é uma ferramenta essencial na prevenção do suicídio porque possibilita a disseminação de informações, a conscientização e o apoio emocional de forma mais acessível e humanizada. Falar sobre o tema de maneira responsável e respeitosa, sempre buscando evitar a glamorização ou romantização do ato, é o caminho.
Os psiquiatras Alejandro Vera, presidente da Associação Médico-Espírita de Osasco (AME-Osasco), e coordenador do Departamento de Saúde Mental da Associação Médico-Espírita do Brasil (AME-Brasil), e Leandro Nunes, vice-presidente da AME-Osasco e coordenador do Núcleo de Saúde Mental da Associação Médico-Espírita de São Paulo (AME-SP), trouxeram importantes informações sobre os avanços que a sociedade vem fazendo para evitar o suicídio. No podcast da Folha Espírita, você pode ouvir a entrevista completa, mas listamos aqui os principais pontos tratados com os profissionais da saúde.
No contexto atual, temos observado tanto no serviço público quanto em movimentos religiosos e sociais um crescente interesse em ações de valorização da vida. Embora algumas iniciativas pareçam pequenas, já são passos importantes. Isso inclui campanhas, seminários e programas que buscam não só prevenir o suicídio como também promover uma visão mais abrangente sobre a vida.
No âmbito da saúde mental espírita, destaca-se o trabalho desenvolvido pelas Associações Médico-Espíritas (AMEs), especificamente pela AME-Brasil e suas iniciativas no Departamento de Saúde Mental, que se especializou em prevenção e posvenção do suicídio. Um dos projetos centrais desse departamento é o Núcleo de Prevenção e Posvenção do Suicídio, que se dedicará a realizar seminários e criar estratégias para formar grupos de apoio pelo Brasil.
Um marco importante será o 1º Seminário Ivone Pereira de Prevenção e Posvenção do Suicídio, a ser realizado em 21 de setembro e posteriormente a cada dois anos. O objetivo desse seminário é replicar o modelo de sucesso da Associação Médico-Espírita do Estado do Espírito Santo (AMEEES), que já possui um trabalho consolidado de prevenção ao suicídio e acolhimento a tentantes e sobreviventes (pessoas que perderam entes queridos para o suicídio).
A posvenção, para quem não está familiarizado, é o atendimento oferecido a esses sobreviventes. Estudos indicam que para cada suicídio consumado, entre seis e 10 pessoas são diretamente afetadas, com maior probabilidade de desenvolverem transtornos mentais e, potencialmente, cometerem suicídio. Portanto, a posvenção atua na prevenção secundária, focada no amparo desses indivíduos.
É importante abordar como o tema do suicídio é tratado dentro dos centros espíritas. Muitas casas têm buscado formas de lidar com o assunto de maneira mais aberta, superando tabus e preconceitos. As casas espíritas vêm, cada vez mais, procurando orientação e capacitação para acolher de forma eficaz aqueles que estão em sofrimento.
A abordagem dessa temática é desafiadora, especialmente no acolhimento fraterno, em que os voluntários podem não se sentir preparados para lidar com uma pessoa que menciona ideação suicida. Entretanto, testemunhamos um movimento crescente de abertura, com casas espíritas buscando capacitação nas AMEs e promovendo uma visão mais acolhedora e empática.
Um ponto importante é a valorização da vida. Nas palestras e reuniões, é essencial promover uma visão da vida como oportunidade de crescimento, aprendizado e evolução, conforme os ensinamentos espíritas. Os centros precisam estar atentos a essa mensagem e não reforçar uma abordagem punitiva ou amedrontadora em relação ao suicídio, mas, sim, uma que reforce a esperança, o amor e a empatia.
Uma das grandes questões é como os centros espíritas podem se preparar para acolher pessoas em sofrimento. Existem diretrizes gerais que podem ser seguidas, e a principal delas é a empatia. Acolher sempre com carinho, amor e atenção, sem julgamento. Outro aspecto importante é que, ao abordar o tema, deve-se desmistificar a ideia de que perguntar sobre o suicídio pode “dar ideias” à pessoa. Pelo contrário, essa atitude mostra que ela está sendo ouvida e acolhida.
As AMEs já disponibilizam materiais de apoio, como o projeto Prefiro Viver, desenvolvido em parceria com a Federação Espírita Brasileira (FEB). Esse material está disponível on-line no site da FEB e oferece diretrizes sobre o atendimento fraterno e a prevenção do suicídio. Também há planos para o lançamento de uma obra específica sobre o tema em 2026, durante o 2º Seminário Ivone Pereira.
Uma questão delicada é o acolhimento dos sobreviventes de suicídio, ou seja, familiares que perderam entes queridos. Muitas vezes, essas pessoas chegam em busca de conforto, mas acabam encontrando respostas doutrinárias que, em vez de acalmá-las, trazem mais angústia, ao descreverem o desencarnado em sofrimento. É fundamental que o foco do acolhimento seja no familiar presente, em seu sofrimento e sua dor, e não na especulação sobre o estado espiritual de quem partiu.
Como ressalta a experiência da AME, o acolhimento deve ser cuidadoso, evitando reforçar sentimentos de culpa. É comum que familiares se sintam culpados por não terem percebido os sinais ou por acreditarem que poderiam ter evitado o suicídio. Portanto, o acolhimento precisa ser empático e sem julgamentos, focando na escuta e no apoio emocional.
Ao finalizar esta reflexão, a mensagem deixada por Veras e Nunes para quem está passando por um momento de dor ou dúvida é que ninguém está sozinho. Existem muitas formas de buscar ajuda, seja no serviço de saúde, em uma casa espírita ou com pessoas próximas. Mesmo nos momentos mais difíceis, há saídas. Todos devem pensar nisso!
Em relação ao Seminário Ivone Pereira, ele é aberto a todos que se interessam pelo tema, sejam profissionais da saúde ou trabalhadores da casa espírita. Para mais informações e inscrição, você pode acessar o perfil no Instagram da AME-Osasco (@ameosasco) e da AMEEES (@ameees).