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A Grande Viagem, baseado no livro Mensagem do pequeno morto, o novo filme infantojuvenil que promete emocionar e inspirar

No cenário cinematográfico brasileiro, um novo filme com temática espírita está ganhando vida: A Grande Viagem, baseado no clássico Mensagem do pequeno morto, 27ª obra psicografada por Chico Xavier, há 77 anos, de autoria do Espírito Neio Lúcio. O filme tem uma missão especial: tocar o coração das famílias e do público infantojuvenil, enquanto aborda questões profundas sobre a vida após a morte, a importância da educação e o valor das profissões, como a do professor.

Sob a direção de Erizaldo Borges, também conhecido como Zaldo (foto), cineasta e educador com uma longa trajetória na produção de curtas-metragens, o filme marca uma nova fase em sua carreira. Com mais de 200 curtas experimentais realizados com alunos, Zaldo agora se prepara para um grande desafio: dirigir uma obra de maior escala, com 100 atores no elenco e a equipe técnica profissional da N4 Filmes, em parceria com a FEB Cinema.

Enredo e a importância do filme

A trama acompanha Carlinhos (Ryan Maia), um jovem que desencarna e continua sua jornada em uma escola espiritual. Parte das cenas será gravada na Federação Espírita Brasileira (FEB), em Brasília, um dos cenários mais icônicos do filme. Ali, a história explora o conceito de que, no plano espiritual, o aprendizado continua, desafiando a ideia de “descanso eterno” associada ao rest in peace (descanse em paz). A mensagem central é clara: a vida continua, com muito trabalho, estudo e crescimento.

Zaldo revela que o filme vai além de uma abordagem religiosa: “A obra transcende essa esfera. Queremos provocar reflexões profundas sobre a vida, a morte, a educação, o protagonismo juvenil e o papel dos professores. Uma das ideias principais é mostrar a importância da professora Letícia (Michele Muniz), que atua como um pilar na vida dos alunos, inspirando um futuro melhor para o país”.

O filme também aborda temas como o luto e o reencontro com entes queridos após a morte, além de outros elementos fascinantes do plano espiritual, como a volitação (voar no plano espiritual), um dos desafios técnicos da produção.

Desafios técnicos e inovações

Com a ajuda de tecnologias, como o chroma key, softwares específicos, sistemas de cordas, roldanas, equipamentos de rapel e uma equipe de pós-produção altamente qualificada, o filme promete entregar cenas de volitação com realismo e fluidez. “O cinema é uma grande ilusão ótica”, diz Zaldo. Ele explica que cada segundo de voo dos personagens é minuciosamente trabalhado com 24 fotogramas, nos quais os cabos e fios são apagados para garantir verossimilhança.

As gravações estão programadas para acontecer em diferentes locações, como Alagoas (janeiro 2025), Brasília, Alexânia e a Chapada dos Veadeiros, em Goiás (março/abril 2025), sendo que a fase de pós-produção se estenderá até outubro de 2025, quando um média-metragem de 40 minutos deve chegar as 150 mil escolas públicas do Brasil.

Jovens e Espiritismo: um desafio

Um dos grandes desafios do filme é atrair o público jovem, especialmente dentro do Movimento Espírita. Segundo Zaldo, a ideia é dialogar com eles de forma direta e envolvente. Para isso, a produção contará com dois preparadores de elenco, um em Brasília (Getúlio Cruz) e outro em Alagoas (Cleyton Alves), para ajustar a linguagem e garantir que o filme se conecte com diferentes realidades juvenis.

Além disso, Zaldo destaca a participação de jovens críticos, como Pedro Rafael, ator trans que desempenha o papel de Dirceu no filme. Ele trouxe insights valiosos para o roteiro, ajudando a moldar uma narrativa que dialogue com a geração atual, acostumada a conteúdos rápidos e dinâmicos nas redes sociais. “Nos cinco primeiros minutos, queremos agarrar o espectador. Precisamos fazer com que a narrativa seja instigante, ou perdemos o público”, comenta Zaldo. O cineasta acredita que o filme tem potencial para transcender o público espírita e atingir jovens que buscam respostas para perguntas existenciais.

Expectativas e o futuro do cinema espírita

A produção de A Grande Viagem é vista como um passo importante para o cinema nacional, especialmente dentro do Movimento Espírita. Contando com o apoio do Ministério da Cultura e de cineastas renomados, como Wagner de Assis, diretor de Nosso Lar, o filme tem tudo para ser um sucesso e alcançar não apenas o público espírita, mas também aqueles que buscam um cinema que provoque reflexões morais e espirituais.

Zaldo e sua equipe estão confiantes de que a ficção trará uma nova luz ao cinema, utilizando a arte como uma ferramenta de sensibilização do sentido da vida, como já pregava Léon Denis, contemporâneo de Allan Kardec.

Agora, resta aos cinéfilos e simpatizantes do Espiritismo aguardarem ansiosamente o momento de conferir a obra: primeiro nas redes sociais e escolas públicas com um média-metragem, em outubro de 2025; depois nas telonas, em 2026. Como diz Zaldo, “o filme vai ensinar, provocar reflexões, trazer muitos risos e alguma lágrima e, quem sabe, levar as pessoas a buscarem respostas além da sala de cinema”.

Confira a entrevista completa com Zaldo Borges no podcast da Folha Espírita.

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