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irTexto de Marlene Rossi Severino Nobre
Nice, quando daquele memorável show do Roberto em benefício das obras assistenciais de Uberaba, com o nosso Chico Xavier, marcou-me bastante as suas palavras de carinho, homenageando o Espírito Emmanuel com as flores que lhe eram oferecidas. Qual a razão de tanta espontaneidade e gratidão?
Você sabe, até o meu marido estranhou a minha desinibição naquela hora, porque, normalmente, sou muito tímida, tenho muita dificuldade de expressar-me em público. Mas aquilo foi bastante espontâneo em mim. A verdade é que eu havia enfrentado uma fase muito difícil. Estava bastante desorientada, tinha medo de tudo, de carro, de avião, sentia-me nervosa. Passei, então, a ler todas as noites um livrinho de Emmanuel, Paz e renovação, com que o Chico me presenteara. E essa leitura diária, antes de deitar, fez-me um bem enorme, trouxe-me muita paz. Essas lições ensinam a amar o inimigo; não guardar ódio ou ressentimento; compreender todas as criaturas, conservar a paciência e aceitar tudo com resignação. Confesso a você que coloquei muito sentimento, muito coração nas minhas palavras naquele momento.
Se não fosse inoportuno de minha parte, gostaria que você contasse com detalhes a atuação de Zé Arigó no caso de Segundinho. Ele chegou a operá-lo espiritualmente?
Nessa questão preciso estender-me um pouco para me fazer entender. Mas o fato é que tenho uma gratidão profunda pelo Espírito de Arigó. Com 14 dias de vida, levamos nosso filho para a primeira operação, voltamos da Holanda sabendo que deveríamos aguardar um pouco mais.
Em julho de 1969 – Segundinho tinha seis para sete meses –, ele só enxergava vultos a pequenas distâncias, e nesse mês ele piorou bastante. Fomos imediatamente para a Holanda. A operação teve um sucesso tremendo na hora. Mas no mesmo dia em que Segundinho foi operado, sonhei com o meu avô – imagine que o meu avô havia falecido fazia quinze dias apenas –, no sonho o Espírito dele abanava a cabeça negativamente.
No dia seguinte, a pressão no globo ocular do meu filho tinha subido para 40. Fiquei traumatizada, caí de cama. Eu e meu marido vivemos horas de angústia e expectativa. Logo a seguir, houve nova intervenção cirúrgica. Quando retiraram a venda e o Segundinho acompanhou com os olhos a enfermeira até que ela saísse do quarto, foi uma emoção tremenda! Pela primeira vez vi, em meu filho, o olho de uma criatura normal.
Depois desses 40 dias na Holanda, nosso filho continuou sob os cuidados de nosso médico aqui em São Paulo, o Dr. Celso Antônio de Carvalho. Em dezembro do mesmo ano, Segundinho estava próximo do primeiro aniversário, a vista estava com a pressão alta outra vez, principalmente a direita, e o Dr. Celso disse que talvez precisasse operar novamente. Por essa ocasião, a Cidinha Campos tinha contato com o Arigó, e por intermédio dela, fomos procurá-lo. Almoçamos em sua casa em Congonhas do Campo, fomos muito bem recebidos por ele, dentro daquela sinceridade que achamos maravilhosa.
O Arigó colocou a mão na testa do meu filho e orou; logo em seguida, o Dr. Fritz disse a pressão ocular exata (19 e 25), que uma semana atrás o nosso médico havia dito, e afirmou ainda uma coisa muito importante: disse que talvez o menino precisasse de uma operação chamada fistulizante,mas que não havia necessidade de sair do Brasil porque dois médicos, principalmente, faziam muito bem esse tipo de operação, o nosso médico de São Paulo, o Dr. Celso, e o Dr. Sampaulese, de Belo Horizonte. Mas eu não creio – disse o Dr. Fritz – que haja necessidade dessa operação.
Na mesma noite que voltamos de Congonhas, pedimos uma ligação para a Holanda, e o nosso médico de lá, o Dr. Worst, disse exatamente a mesma coisa: a operação a ser feita agora é a fistulizante,e vocês não precisam sair do Brasil porque aí mesmo dois médicos a realizam muito bem, o Dr. Celso, de São Paulo, e o Dr. Sampaulese, de Belo Horizonte.
Daí, então, a operação foi marcada, aqui mesmo, em São Paulo. O Segundinho já estava sendo preparado para essa operação quando aconteceu o inexplicável: a pressão caiu para 15 e 17 em cada olho e, desde então, meu filho não mais precisou de nenhuma outra intervenção, graças a Deus, embora ele esteja sendo rigorosamente acompanhado a cada seis meses.
O Dr. Fritz disse também que talvez aos 7 anos o olho direito necessitasse de algum reparo, e de fato nós temos notado isso. Como você vê, foi um conjunto de fatores muito importantes: a segunda operação extraordinária do Dr. Worst, a competência e a honestidade do Dr. Celso, o Brasil inteiro rezando pelo meu filho, e o Arigó colocando suas mãos abençoadas dizendo aquelas palavras tão certas, naquele momento que a gente precisava tanto… De fato, eu tenho uma gratidão profunda pelo Arigó!
Como você vê a onda feminista, tão difundida hoje em dia?
Tenho convicção de que o homem e a mulher têm funções bem definidas. Você sabe, a mulher pode trabalhar fora, ser independente, porque tudo evoluiu, e ela não deve ser bitolada, mas o carinho, o amor, a ternura são atributos naturais da alma feminina. Todo homem gosta de se sentir dono da casa, aliás o Roberto brinca sempre comigo que ele é a cabeça e eu sou o pescoço que leva a cabeça para onde quer. É claro que essa brincadeira carinhosa define o nosso entrosamento aqui e casa, dentro desse ponto de vista que estou expondo.
O movimento feminista não está bem orientado, acredito que tudo deva vir naturalmente. A Jane Fonda, por exemplo, abandonou a filha, o lar, para defender movimentos sociais, mas não se pode esquecer das obrigações principais que estão, justamente, dentro de nossa casa. Acredito que esses movimentos estão prejudicando muito o relacionamento emocional entre os sexos, daí o aparecimento da um número crescente de lésbicas e homossexuais.
Algo dentro de mim falava bem forte, não era apenas o sobrenome Rossi – Cleonice Rossi Braga – que estabelecia pontos de contato entre nós. Ao longo da entrevista, além da circunstância de nossos casamentos, nossas ideias voaram ao cume da montanha e desceram àsobrigações comuns do lar com a ligeireza das faixas que se harmonizam, relembrando um passado não muito distante. Somente a reencarnação coordena e disciplina, explica e esclarece esses instantes do déjà-vu. Mas a personalidade marcante da senhora Roberto Carlos, a Nice, está aqui para vocês.
Marlene Rossi
Veja você, quando eu falo em movimento deturpado, lembro-me também do movimento hippie. As ideias defendidas por eles, no início, o combate às guerras, a volta às origens primitivas, contra a poluição e os excessos do progresso, como causas de desgraças, tudo isso é muito certo. No entanto, muitos se aproveitaram e deturparam essas ideias. Eu vi uma entrevista de um médico de Nova York que queria fazer com que todas as mães amamentassem seus filhos; para mim, ele era um hippie na cabeça. Éuma questão de ideia, e não apenas de vestimenta.
Nice, não é de meu feitio a palavra de lisonja, tenho procurado sempre impregnar minhas assertivas com a carga justa da sinceridade. Considero seu marido, o nosso Roberto Carlos, como um missionário, com tarefas bem definidas no campo artístico brasileiro. Ele surgiu no momento certo para fixar a nossa juventude em raízes próprias, buscando caminhos bem mais autênticos, no aprimoramento artístico. Como você vê, agora, a juventude?
Eu acho que até dois ou três anos atrás meu marido atingia mais a juventude. Acredito que ele, agora, está mais amadurecido e esteja empregando uma linguagem mais universal, porque ele fala de amor, e o amor é eterno.
Em A janela, por exemplo, ele tenta falar que casa é casa, pai é pai, enfim, o lar é a segurança. Se há algo de errado com a juventude, acredito que a culpa cabe mais aos pais. Hoje em dia, estamos na época do diálogo, e não da imposição. Para tudo deve-se ter uma resposta, orientando os filhos para o melhor.
O Roberto foi conclamado para trabalhar contra o uso de tóxico, mas ele advertiu para o perigo de que as crianças de 7 a 8 anos iriam ter curiosidade e procurar saber ao máximo sobre o assunto. E isso ele não aceitou fazer.
Cortou-se a presença do Denner e do Clodovil na TV e, no entanto, com esse movimento andrógino, até as crianças aparecem nos programas de televisão, imitando os gestos e as vozes desses cantores. Agora, com as maiores oportunidades de universidades e outros estudos complementares, a juventude tem mais chance de se desenvolver. Mas as condições de diálogo entre pais e filhos tornam-se cada vez mais restritas.
Você acredita em comunicação entre os dois planos, o material e o espiritual?
Fui criada dentro dos princípios católicos, estudei, inclusive, em colégio de freiras, mas, atualmente, creio no alto espiritualismo – o Espiritismo –, uma ciência. Atualmente, penso que os Espíritos de luz existem e nos ajudam em tudo. Há também os Espíritos maus que lutam para nos atrapalhar, mas os Espíritos bons, os nossos protetores, não deixam que nada de mal nos aconteça quando temos fé e o coração limpo de maldade.
Nunca me aprofundei na questão de umbanda, masnão me sinto bem dentro de todos aqueles rituais. O culto do demônio exige sempre algo em troca. O culto de Deus no coração do homem é diferente, nada exige em troca, senão o amor pela humanidade.
Sei que existe um laço muito sincero da amizade entre vocês e Chico Xavier, o que você pensa dele?
Sinceramente, o Chico é fora de série. Ele não é um ser como a gente, porque ele é puro. Quando converso com ele, ele me dá as respostas que estou buscando sem que eu diga nada. Certa vez ele me falou: “Você é tão forte, tem tudo pela frente, por que esse medo?” E de fato eu estava atravessando uma fase cheia de medo e inquietação. Chico Xavier me transmite muita paz.
Nice, depois de tanta coisa boa que você disse, enriquecendo a todos nós, qual a mensagem final que você desejaria deixar?
Cada pessoa carrega consigo seus problemas. Eu gostaria de ser encarada como uma pessoa normal. Dentro de minhas condições, eu também sou mãe, tenho meus problemas com as ausências naturais do meu marido, com a orientação da minha casa, tentando acompanhar a evolução que se processa de maneira tão rápida, para orientar meus filhos no bom caminho.
Étão interessante porque as pessoas não imaginam que a gente possa ter problemas iguais a todo mundo. Eu tive uma empregada, por exemplo, que achava que eu deveria descer da escada vestindo capa e coroa, por ser esposa do Roberto Carlos. E ela ficava sempre muito assustada com as minhas obrigações normais de mãe eesposa.