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Suicídio assistido, eutanásia e ortotanásia

Na quarta-feira, 23 de outubro, fomos surpreendidos com a triste notícia da morte do poeta, filósofo e imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL) Antônio Cícero, aos 79 anos. Nascido no Rio de Janeiro, possuía talentos e habilidades em diversas áreas da arte e deixou um legado marcante. Além disso, manteve uma parceria fiel e produtiva com sua irmã, a cantora e compositora Marina Lima, contribuindo significativamente para a música e literatura nacionais. O poeta, diagnosticado com Alzheimer, decidiu encerrar sua jornada na Suíça por meio da eutanásia, onde a prática é permitida por lei em situações específicas.

A morte de Antônio Cícero reacendeu o debate sobre a eutanásia e o direito de escolha no fim da vida. O tema é altamente sensível e com grande impacto sobre crianças e adolescentes, por isso, quando abordado sem a devida responsabilidade, pode influenciar negativamente a percepção dos pequenos aprendizes sobre questões complexas como dor, sofrimento e o fim da vida.

O perigo da desinformação

A discussão sobre a morte assistida (ou suicídio assistido), especialmente quando se espalha nas redes sociais, pode ser bastante complexa e preocupante. Aqui estão alguns aspectos que podem e devem ser discutidos nos grupos de jovens:

  • romantização e normalização – nas redes sociais, a morte assistida pode ser retratada de maneira romantizada, levando adolescentes a uma visão distorcida sobre o fim da vida. A exposição a essas narrativas pode fazer com que jovens vulneráveis considerem essa opção como uma solução para seus próprios desafios emocionais, sem entender plenamente as implicações;
  • efeito contágio – refere-se ao fenômeno em que a exposição a relatos de suicídio ou morte assistida pode aumentar o risco de comportamento suicida, tão preocupante em pessoas vulneráveis, especialmente adolescentes. Estudos mostram que a divulgação de temas relacionados ao suicídio nas redes pode desencadear comportamentos semelhantes em jovens que já estão em risco. A exposição repetida a essas discussões pode diminuir a barreira emocional para considerar o ato;
  • debates éticos e confusos – muitos jovens ainda estão em uma fase de desenvolvimento cognitivo, em que há a formação de ideias sobre ética, moral e valores. O debate sobre a morte assistida, muitas vezes, envolve questões complexas, como o direito individual de decidir sobre a própria vida e a ética médica, e esses conceitos podem ser confusos, sem uma orientação adequada, além de gerarem interpretações equivocadas sobre os temas.

Não queremos deixar aqui uma má impressão das redes sociais que podem e devem ser usadas como plataformas para educação e conscientização, uma vez que, quando bem mediadas, promovem debates sérios, oferecem suporte e informações equilibradas sobre o tema, com foco em saúde mental e alternativas para lidar com o sofrimento.

Entendendo as diferenças

É importante diferenciar suicídio assistido, eutanásia e ortotanásia, pois são conceitos distintos com implicações éticas e legais diferentes:

  • suicídio assistido – o indivíduo realiza a ação final para causar sua própria morte, mas conta com a assistência de um profissional da saúde, geralmente um médico, que fornece os meios ou informações para isso;
  • eutanásia – um profissional da saúde, geralmente um médico, realiza a ação que causa a morte do paciente, a pedido deste, com o objetivo de aliviar seu sofrimento;
  • ortotanásia – a equipe médica suspende os tratamentos que prolongam artificialmente a vida de um paciente terminal, permitindo que a morte ocorra naturalmente. O foco é o conforto do paciente e o respeito à sua dignidade no processo de morrer.

No Brasil, a eutanásia e o suicídio assistido não são permitidos por lei e são tipificados como crimes, embora exista a prática da ortotanásia, que permite a suspensão de tratamentos fúteis em pacientes terminais.

Na questão n. 941 de O livro dos Espíritos, temos uma importante observação de Allan Kardec:

Para muitas pessoas, o temor da morte é uma causa de perplexidade. Donde lhes vêm esse temor, tendo elas diante de si o futuro? Falece-lhes fundamento para semelhante temor. Mas que queres! se procuram persuadi-las, quando crianças, de que há um inferno e um paraíso e que mais certo é irem para o inferno, visto que também lhes disseram que o que está na Natureza constitui pecado mortal para a alma! Sucede então que, tornadas adultas, essas pessoas, se algum juízo têm, não podem admitir tal coisa e se fazem ateias ou materialistas. São assim levadas a crer que, além da vida presente, nada mais há. Quanto aos que persistiram nas suas crenças da infância, esses temem aquele fogo eterno que os queimará sem os consumir. Ao justo, nenhum temor inspira a morte, porque, com a fé, tem ele a certeza do futuro. A esperança fá-lo contar com uma vida melhor; e a caridade, a cuja lei obedece, lhe dá a segurança de que, no mundo para onde terá de ir, nenhum ser encontrará cujo olhar lhe seja de temer (730)”.

Comentário de Kardec: “O homem carnal, mais preso à vida corpórea do que à vida espiritual, tem, na Terra, penas e gozos materiais. Sua felicidade consiste na satisfação fugaz de todos os seus desejos. Sua alma, constantemente preocupada e angustiada pelas vicissitudes da vida, se conserva numa ansiedade e numa tortura perpétuas. A morte o assusta, porque ele duvida do futuro e porque tem de deixar no mundo todas as suas afeições e esperanças. O homem moral, que se colocou acima das necessidades factícias criadas pelas paixões, já neste mundo experimenta gozos que o homem material desconhece. A moderação de seus desejos lhe dá ao Espírito calma e serenidade. Ditoso pelo bem que faz, não há para ele decepções e as contrariedades lhe deslizam por sobre a alma, sem nenhuma impressão dolorosa deixarem”.

Referências

CAPUANO, Amanda. Morre o poeta Antonio Cícero, membro da ABL, após eutanásia na Suíça. Veja, 23 out. 2024. Disponível em: https://veja.abril.com.br/cultura/morre-o-poeta-antonio-cicero-membro-da-abl-apos-eutanasia-na-suica. Acesso em: 31 out. 2024.

KARDEC, Allan. O livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 93. ed. Brasília, DF: FEB, 2019. Disponível em: https://www.febnet.org.br/wp-content/uploads/2012/07/WEB-Livro-dos-Esp%C3%ADritos-Guillon-1.pdf. Acesso em: 31 out. 2024.

LUIZ, André (Espírito). Obreiros da vida eterna. Psicografado por Francisco Cândido Xavier. Brasília, DF: FEB, 2004. (Coleção A Vida no Mundo Espiritual, 4).

PASSOS, Victor. Levantando o véu da eutanásia. Juventude Espírita, 29 jul. 2023. Disponível em: https://www.juventudeespirita.com.br/levantando-o-veu-da-eutanasia/. Acesso em: 31 out. 2024.

ROSENDO, Lilian; CONCEIÇÃO, Katia. Suicídio assistido. Juventude Espírita, 2 ago. 2023. Disponível em: https://www.juventudeespirita.com.br/suicidio-assistido/. Acesso em: 31 out. 2024.

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