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Fernando Baleroni supera a dor e transmite mensagem de fé e esperança no ano novo

Texto de Marlene Rossi Severino Nobre

A Folha Espírita foi buscar alguém que pudesse transmitir aos seus leitores um Feliz 75, mas que o fizesse de forma bem marcante. A escolha recaiu em Fernando Baleroni, o grande ator de teatro e televisão, notável, sobretudo, porque fez parte da TV de vanguarda, este celeiro vivo de ideias, que plasmou a base fundamental de nossas atividades artísticas no cenário nacional.

Baleroni vive, hoje, seu personagem principal, pleno de força, de otimismo, de grandes transformações: ele encontrou-se a si mesmo. Sua riqueza espiritual foi sedimentada ao longo das provações. André Luiz, em Mecanismos da mediunidade (p. 43), define muito bem, inclusive cientificamente, esse imenso poder transformador das emoções profundas sobre nossas mentes.

É este presente que ofertamos a todos vocês: a mensagem de Baleroni, onde a fée o otimismo removem montanhas. Sorria, a vida é plena de esperança! “Não importa o que Deus nos tira, mas aquilo que Ele nos deixa”.

FE – Qual o caminho que o levou ao Espiritismo?

Baleroni – Foi o da verdade. Descobri-o alguns anos antes de ficar hospitalizado, e depois, com a gravidade da minha moléstia, pude constatar toda essa realidade.

Em 1969, conheci um rapaz que realizava operações espirituais maravilhosas. Nessa ocasião, eu estava tratando de uma flebite, e os médicos constataram obstrução na perna esquerda. Foi marcada uma aortografia para se operar, se fosse o caso de operação.

Antes, porém, fui a um local em Pinheiros, onde encontrei esse médium. Sem me conhecer, ele foi falando tudo quanto eu tinha, discutiu o assunto com um médico que estava presente e falou nos métodos de que os Espíritos se utilizam, que são bem diferentes daqueles empregados pela Medicina atualmente. Fez um tratamento na minha perna com um canivete, e duas semanas depois eu fui fazer aortografia. Os médicos ficaram surpresos, porque não encontraram nada, e para eles eu tinha realmente uma obstrução.

Daí para cá, estive várias vezes quase do outro lado da vida e, várias vezes, salvei-me com o auxílio dos amigos espirituais.

“Troquei minha perna por uma garrafa de bebida.”

FE – Não gostaria de ser importuna, mas você poderia fazer um retrospecto de sua moléstia atual?

Baleroni Na verdade, eu joguei minha vida fora. A minha fraqueza foi ser forte demais. Tomava dois litros de whisky por dia e nada me acontecia. Ficava sem dormir dois a quatro dias e não sentia nada. Eu bebia mais por exibição, fumava desesperadamente e trabalhava feito um louco na profissão. Um dia, tive uma infecção grave no dedo, foram feitos vários exames, e os médicos concluíram que eu era diabético. Fui para casa com todas as recomendações médicas e com o regime que eu deveria fazer. Mas eu não liguei, fumei, bebi e continuei a trabalhar sem descanso. Escondi da própria família o estado gravíssimo em que me encontrava. Quando me levaram para o hospital, após um desmaio, a gangrena já tinha atingido a altura do tornozelo.

No hospital, tive uma calma impressionante. Eu disse para o médico: “posso pedir uma coisa para o senhor, doutor? Corta minha perna 6dedos acima do joelho”. O médico não concordou. Passei por três cirurgias mutiladoras, até que em 24 de novembro de 1972 a amputação definitiva foi feita, exatamente seis dedos acima do joelho. E a cegueira veio também com o diabete.

É por isso que quando um amigo meu italiano perguntou o que eu fiz, eu respondi bem calmo: “Troquei minha perna por uma garrafa de bebida…” Agora fiquei contente porque esse meu amigo escreveu-me da Itália, dizendo que tinha deixado de beber.

Na amarga lição, um brado de alerta

A bebida leva a um lugar só: à desgraça; e o cigarro também, ele vai minando todos os órgãos do corpo lentamente… Comecei a fumar aos 12 anos de idade e fumava três maços por dia. Se a pessoa que bebe pensasse um pouco na mãe, na esposa, nos filhos e nos parentes não se arriscaria a ter a amarga experiência que tenho hoje, eu que andei o Brasil todo, estou aqui, preso a esta cadeira de rodas.

Não me revolto contra esse constrangimento, tenho consciência de que o mereço. Creio que Deus preservou-me a vida para servir de alguma forma ao meu semelhante através do sofrimento. Depois de uma entrevista para um de nossos periódicos e também depois que apareci em Vendaval, uma novela no canal 7, já, então, na cadeira de rodas e cego, passei a ter contatos diários com várias pessoas que têm a mesma provação.

Felizmente, tenho podido animar muita gente. Muitas delas já voltaram a trabalhar, apesar da cadeira de rodas, porque ainda possuem a visão. Tenho muita fé em Deus de que eu ainda vou voltar a enxergar. Nesse sentido, tenho sido muito auxiliado por um médico desencarnado que deseja curar-me da cegueira, para tanto, tenho ficado em meditação uma hora por semana, a fim de que os Espíritos possam trabalhar no meu caso.

O auxílio permanente

Fato curioso é que eu fui desenganado três vezes e consegui escapar de todas. Em uma delas, eu tive hepatite aguda com uma ascite (barriga-d’água) enorme. O doutor Schneider, meu médico, desenganava-me pela terceira vez. Com a ajuda das preces, comecei a urinar 4 a 5 litros por dia e, em dois dias, estava sentado.

Na verdade, depois que perdi a perna e a visão é que passei a ver a vida diferente. É por isso que quando minha filha perguntou ao dr. Schneider se eu iria enxergar, ele respondeu: “Não sei, com seu pai tudo é possível…”.

Na doença, os verdadeiros amigos

Tenho tido amizades extraordinárias: o Leporace, o Walter Stuart e tantos outros têm sido de uma dedicação tocante para comigo. No entanto, muitos colegas, de 30 anos de profissão, nunca mais me visitaram. Eles alegam covardia, mas não vejo por que. No meu caso, não há lamentações nem queixumes, pelo contrário, estou feliz porque vejo a vida diferente. Laura, minha esposa, tem sido uma heroína, e minhas filhas também. Minhas netinhas chamam-me de pai, minha cama tem de tudo: rádios quebrados, migalhas de pão, bananas, tem de tudo. Graças a Deus. Minhas netinhas são agora os meus maiores troféus.

Carreira artística

Baleroni – Você, artista de 30 anos de profissão, poderia fazer uma retrospectiva para nós da sua carreira?

Baleroni – Comecei em rádio em 1943 fazendo radioteatro. Depois com a Televisão Tupi fiz grandes papéis na TV de vanguarda. Nesse tempo, quando o ator via o seu nome escalado, perguntava logo pelo script, hoje ele pergunta primeiro quanto vai ganhar. Hoje existe preço, não existe arte. Destaco nessa época o papel do inspetor, em Crime e castigo. Fiz o papel principal na novela Os miseráveis, de Vitor Hugo, e, ainda, o construtor Sóstener, em Trágica inocência.

Fui para o teatro com Sandro eMaria Delia Costa. Armadilha para um homem só permaneceu dois anos em cartaz e correu o Brasil todo. Em 56, fiz um filme, O sobrado, com o qual fui premiado, ganhei um concurso da prefeitura e o prêmio O Saci. Fiz inúmeras novelas no canal nove: Vidas cruzadas, O leopardo, Sangue do meu sangue etc. Depois, a luta de sempre, inúmeros artistas como Rodolfo Mayer e Procópio Ferreira aí estão sem a proteção da lei porque a profissão de ator não foi ainda regulamentada. Deus queira que o consigam

Mensagem de fé

FE – Baleroni, são suas as palavras finais.

Baleroni – Seja qual for a situação em que o indivíduo se encontre, jamais ele poderá se desesperar. Quem está com Deus nunca está só. Muita gente tirou proveito com aquilo que me aconteceu, encontrou apoio em tudo isto, e eu estou feliz. O mais importante não é o que Deus nos tira, mas aquilo que ele nos deixa. O sorriso ainda é o maior remédio do mundo, a vacina contra todas as moléstias. Alegre-se com aquilo que Deus lhe deixou, meu amigo, e siga para frente!

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