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Por que ainda entramos em guerras?

Nunca imaginei que um dia iria falar sobre guerras. Talvez porque tenha criado uma expectativa de que avançamos mais do que, de fato, o fizemos. Com a pandemia, veio a sensação de que iríamos nos tornar seres humanos aperfeiçoados, que a nossa sociedade seria transformada, que essa dor tão grande pela qual a gente passou talvez acordasse o nosso Espírito sobre outras realidades. Infelizmente, não é bem assim que acontece. Vemos que muitos continuam egoístas.

A maior parte de nós só leu a respeito da Primeira e Segunda Guerra Mundial e viu alguns conflitos no Oriente Médio, mas nunca uma potência tão grande invadindo outra nação, como estamos assistindo agora. Por isso que, como psicólogo, quero refletir com vocês sobre o porquê de ainda entrarmos em guerras.

Outro dia estava lendo uma carta que foi achada em um campo de concentração nazista e deixada para um professor anônimo. A pessoa relatava que aquele espaço havia sido constituído por engenheiros bem formados e que ali havia sido torturada por médicos na mesma condição. De modo geral, essa pessoa apresentou algo que choca, que é o fato de que pessoas que constroem campos assim, armas e ciberataques tiveram uma excelente formação, mas não foram estimuladas a desenvolver as suas capacidades éticas. Ou seja, hoje temos acesso a muitas tecnologias, mas elas não andam necessariamente em paralelo ao moral das pessoas e podem ser usadas para o mal.

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Todos buscam desenvolver competências do ponto de vista profissional, porém, o quanto separam de tempo para se desenvolver como pessoa, para cuidar da alma? Para que possam ser pessoas melhores e mais éticas? Em uma sociedade de conflitos, precisamos construir em nós uma cultura de paz, termos uma comunicação não violenta e desenvolver a capacidade de entender que precisamos desenvolver a linguagem da empatia, da compaixão. É importante ressaltar que uma guerra como essa, mesmo para nós que não estamos lá diretamente envolvidos, é uma tragédia por si só.

Existe a nossa guerra urbana brasileira, que mata talvez mais gente do que vai morrer nesse conflito. Ela acontece o tempo inteiro. E, no meio desse turbilhão, o que temos dito às pessoas sobre a importância de elas se desenvolverem como sujeitos? De olharem para a vida e perceberem o valor da vida do outro?

A gente desenvolveu um raciocínio que é chamado de racionalização, um dos mecanismos de defesa do ego desenvolvido na teoria psicanalítica de Freud, em que ele vai dar conta do fato de que, muitas vezes, para fazer o inominável, para fazer aquilo que não tem sentido, que não é ético, que não é decente, nós criamos justificativas para nós mesmos para que a gente possa se sentir um pouco apaziguado pelo fato de estarmos fazendo algo. Começamos a dar justificativas para podermos achar correto o que estamos fazendo. Isso é uma forma de se tentar diminuir a cobrança da própria consciência.

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Quem perde o sono? Somente as pessoas que estão se desenvolvendo moralmente, se tornando melhores. Perdem o sono porque começam a se incomodar com a consciência. Percebem que o que fizeram não foi suficiente. Esse ganho de consciência dá uma intranquilidade mental, que mostra avanço. O que faz com que as pessoas façam o que todo mundo faz, mesmo quando é algo ruim? Falta de consciência pessoal e de espiritualidade.

Uma passagem bíblica bem conhecida de todos nós, a da mulher adúltera, nos mostra bem isso. Segundo as normas culturais da época, ela deveria ser apedrejada por cometer adultério. Quando Jesus diz “aquele que não tiver pecado que atire a primeira pedra”, ele devolve para cada um a sombra projetada naquela mulher.

Desenvolver a capacidade de aprendermos, respeitarmos, entendermos a diferença do outro, mesmo que tenhamos uma posição diferente, é fundamental. Precisamos desenvolver um conjunto de competências, como compaixão e empatia, e não acharmos que quem pensa diferente deve ser “cancelado”.

Em uma semana triste de ataque russo à Ucrânia, trago este texto como uma reflexão sobre as guerras, principalmente aquelas que podemos provocar no dia a dia. Como? Criando conflitos, espalhando mentiras, dividindo as pessoas.

A pergunta que devemos fazer para nós mesmos é: “será que sou um Espírito voltado para a paz ou para o conflito?” A guerra não é apenas um país invadindo o outro. Nós podemos ter guerras pequenas, fomentando o espírito do desrespeito, da intolerância. Onde há guerra temos levado o amor? Ou temos colocado querosene na fogueira dos grupos de WhatsApp? Temos sido os que apaziguam ou que conflitam, que destroem? É importante olhar para a vida e dizer: “hoje fui uma pessoa que construí e que contribuí para a pacificação”.

O começo da construção de um mundo melhor se dá por um conjunto de decisões pessoais que tomamos no dia a dia. Como diz o compositor Nando Cordel, a paz do mundo começa em nós.

Que possamos perceber o convite para a construção da paz ao nosso redor, olhando as nossas imperfeições, vendo a nossa humanidade e nos tornando solidários. Que busquemos nos tornar menos acusadores, menos donos da verdade e que entendamos a necessidade que cada um de nós tem de ser um instrumento da paz.

No vídeo abaixo você pode ouvir Rossandro Klinjey falando mais sobre o tema.

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