Ao longo dos anos, com a crescente urbanização do ser humano, espaço e tempo diminuíram e tornaram-se os grandes sabotadores do tempo do brincar livre. Valores da sociedade de consumo tomaram conta do tempo e lugar do brincar no universo da criança. Dificuldade de concentração, má qualidade do sono, sedentarismo, problemas de saúde mental, atraso de aprendizagem, entre outros distúrbios, são o resultado que tais excessos podem resultar.
O que a falta da natureza somada ao estresse da vida urbana podem causar?
Como resgatar a saúde física e mental das crianças através das brincadeiras e do contato com a natureza? Veja o que diz a educadora Ana Lúcia Machado, idealizadora do projeto Play Outside – Alegria de brincar na natureza:
“Um movimento de retorno à natureza tem se espalhado pelo mundo. Muitas iniciativas estão surgindo com o objetivo de expandir a consciência e promover mudanças neste cenário, estimulando o contato com o mundo natural e mais tempo ao ar livre. Em contato com a natureza, a criança tem acesso a processos vivos que estão em constante transformação. Alimentar os sentidos da criança com formas primordiais, substâncias vivas e elementos naturais que exalam aromas, florescem, frutificam e emitem sons nativos é fundamental para o desenvolvimento integral infantil. A criança deve ser compreendida como um ser lúdico, contemplativo, explorador e investigativo, e atendida nessas necessidades. Pesquisas científicas já comprovaram inúmeros benefícios que o contato com a natureza propicia. Esses benefícios envolvem aspectos físicos, emocionais, cognitivos, sociais e espirituais”.
“Um círculo cada vez maior de pesquisadores acredita que a perda do hábitat natural, ou a desconexão com a natureza, mesmo quando ela está disponível, tem implicações enormes para a saúde humana e o desenvolvimento infantil. Eles dizem que a qualidade dessa exposição afeta nossa saúde em um nível celular”.
Richard Louv, do livro A última criança na natureza: resgatando nossas crianças do transtorno do déficit de natureza, traduzido para mais de 15 línguas, afirma: “Depois de conhecer os 36 motivos para conectar as crianças à natureza, vocês pais não vão querer ficar dentro de casa com elas. Vocês professores se sentirão provocados a ultrapassar os limites da sala de aula e romper os muros da escola. A infância vive um momento de grande complexidade e se encontra no centro das incertezas desta época, expondo as crianças precocemente às mesmas angústias que os adultos estão sujeitos. As mudanças sociais ocorridas nas últimas décadas alteraram de forma considerável a estrutura da vida familiar, e seus reflexos podem ser observados nitidamente na vida da criança”.
Vamos a eles? Eis os principais motivos para conectar as crianças à natureza:
Precisa mais? Vamos praticar?
BLAUTH, Guilherme. Jardim das brincadeiras: uma estratégia lúdica para a educação ecológica. 2013. Disponível em: https://jardimdasbrincadeiras.files.wordpress.com/2013/09/jardim-das-brincadeiras.pdf. Acesso em: 26 abr. 2022.
LOUV, Richard. A última criança na natureza: resgatando nossas crianças do transtorno do déficit de natureza. São Paulo: Aquariana, 2016.
PLAYOUTSIDE – alegria de brincar na natureza. Ana Lúcia Machado, 2017. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=CzyKHSXttVY&t=6s. Acesso em: 26 abr. 2022.
RICHARD Louv para o Criança e Natureza. I Seminário Criança e Natureza. Alana, 2016. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=OxNimBfT0Lg. Acesso em: 26 abr. 2022.
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