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Sobre passarinhar

“Cuidado por onde andas, que é sobre os meus sonhos que caminhas.”

Há um tempo carrego na pele (literalmente) um símbolo de algo que fez mudar a direção minha vida. Confesso que o fiz seguindo aquilo que faz o meu coração vibrar, pois desconfiava de que tudo, possivelmente, seria mais fácil em outra área.

Há algum tempo, escolhi as pessoas. Gosto tanto delas que resolvi estudar do que elas são feitas, como funcionam e toda a maquinaria que compõe esse tanto de gente nesse mundão. No meio disso, vi que as peças podiam ser diferentes, mas as engrenagens eram bem semelhantes e giravam da mesma forma. Então, me atrevi a ir mais profundamente e me detive no que as faz girar. E assim encontrei um mundo novo, ou melhor, encontrei mundos novos em cada um que me detive a entender um pouco mais. Fui atrás do sentido da vida das pessoas… Essa tal de “espiritualidade”, sabe? E nisso encontrei o meu.

Assim como toda trajetória, algumas escolhas precisavam ser vividas para se chegar em algum lugar. Nessa jornada, o desapego material e aos prazeres momentâneos foram substituídos por encontros comigo. Precisei sair de casa para ver que a minha verdadeira casa estava em mim e, além disso, que ela poderia receber muitas visitas se estivesse arrumada, cheirosa e com as portas abertas.

Assim recebo algumas delas. Quando pergunto o seu nome, é para dizer que você é único em meio a tantas pessoas; quanto pergunto sua idade, é pra ver quantas minhas vidas serão necessárias (se forem) para ter a sua experiência; quando pergunto de onde você vem, é para ter em mente a honra que é ter a sua visita; quando pergunto qual a sua religião ou no que você acredita, é para saber de onde você retira forças para lidar com dificuldades e agradecer também; quando pergunto o que o traz aqui hoje, é para saber como você me dá a oportunidade de compartilhar o seu sofrimento; quando explico o que o incomoda e o que vamos fazer, é uma forma de dizer que compartilho a sua angústia e que ela é válida, mas que estamos juntos para enfrentar mais esse desafio; quando escrevo alguns nomes estranhos num papel e peço para você ir à farmácia, é para que a sua família e as pessoas que o querem bem fiquem em paz e que você volte com mais luz.

Ao longo dessa curta caminhada, já recebi luva com escritos, cartinhas, calorosos apertos de mão, palavras bonitas, orações (a campeã dos presentes), lembranças de visita pós-parto… Mas nada substitui o sorriso do olhar. Aquele brilho único de quem não sabe traduzir em palavras o tudo-muito que o coração quer dizer.

É sentir, ouvir, ver, falar e viver mais um dia em minha integralidade. Saber não apenas que se está no caminho certo, mas que tudo só passa a ter sentido quando a gente consegue atingir o outro no mais íntimo possível. Em tempos de ausências tão presentes na nossa vida, estar com o outro e por inteiro são oportunidades únicas de abraçar a alma do outro. Ter em mente que não é possível exercer tudo que sei se eu não ser tudo que sou. É conectar-se com o outro e tudo o que ele “é”, para além do que ele “está”. As pessoas precisam disso.

Por fim, em cada despedida, deixo um agradecimento, pois parte de mim se vai. Vocês, visitas ilustres, também levam junto todos os desafios que enfrentei e enfrento todos os dias desde que optei por esse caminho.

Queridas visitas, muito obrigado por tudo. Obrigado por me darem a oportunidade de compartilhar um pouco das suas angústias e, principalmente, por levarem os meus desafios. Esses desafios que estão aí atravancando o meu caminho/eles passarão/eu passarinho.

Paulo Othavio Almeida é estudante do 6° ano de Medicina UFMT/Cuiabá e membro do Departamento Acadêmico da Associação Médico-Espírita (AME).

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