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irEleni Gritzapis
Neste ano atípico, em meio a uma pandemia global, a celebração do nascimento de Jesus Cristo ganha uma força e representatividade ainda maiores. Por isso, a Folha Espírita preparou uma entrevista especial com um dos maiores conhecedores da Bíblia no Brasil: Severino Celestino da Silva.
Estudioso de línguas antigas e das religiões, ex-seminarista e espírita há mais de 20 anos, Severino, (foto) defende o Espiritismo à luz da Bíblia, tendo estudado toda a obra de Kardec e de pesquisadores contemporâneos. É autor de vários livros, entre eles: Analisando as traduções bíblicas; O Evangelho e o cristianismo primitivo; Jesus, o messias das nações. Os direitos autorais de suas obras são revertidos para as obras assistenciais do Núcleo Espírita Bom Samaritano, em João Pessoa (PB).
Nesta entrevista especial, Severino Celestino nos relembra do poder das mensagens de Cristo e nos convida a relembrar Seus ensinamentos e Seu legado neste Natal. Reproduzimos abaixo os principais trechos da entrevista, mas convidamos a todos para escutar a íntegra desse bate-papo no podcast da Folha Espírita, disponível no Spotify, Google Podcast, Apple Podcast, Anchor e principais plataformas de podcast.
Tudo que está acontecendo foi previsto, foi predito, preparado, ninguém pode alegar que não teve aviso do que viria. A humanidade não pode pensar que foi pega de surpresa. Jesus, como governador deste planeta, preparou um programa maravilhoso. Ele recebeu de Deus – como Ele coloca em João 17:5 – a honra de cuidar deste planeta.
Jesus recebeu um planeta turbulento, inferior, atrasado, de uma terceira classe de expiação e provas, mas Ele elaborou um projeto para entregar este planeta regenerado para Deus.
Além de ter feito isso, por misericórdia de amor e bondade, Ele trouxe inúmeros ensinamentos. Jesus utilizou três dos seus evangelistas, Mateus, Marcos e Lucas – e João em algumas ocasiões –, para nos alertar do que aconteceria. Cristo deixou muitas mensagens de acautelamento, dizendo que vamos ouvir falar de muita coisa, de fome, de guerra, de pai contra filho, de filho contra pai, mas que isso ainda não é o fim. O final será quando a humanidade tiver entendido a mensagem de Jesus, independentemente de religião.
Jesus preparou o projeto para a humanidade, para o ser humano. Ele declarou: “Eu vim para que todos tenham vidas”. Cristo veio para todos, acolheu a todos e ainda prometeu que não perderia nenhuma das ovelhas que o Pai lhe confiou, porque Ele é o bom pastor, é a luz do mundo, é o verbo criador com Deus.
Jesus, através do seu grande enviado Moisés, libertou o povo hebreu do cativeiro de 300 anos no Egito. Ele avisou que, no dia de libertação, todos ficassem em casa. Começou aí o primeiro conselho de permanecer em casa. Depois em Isaías, mesmo independente do que viria nos Evangelhos e no próprio Apocalipse, também disse: “Quando chegar a hora da tribulação, entra no teu quarto, fecha a tua porta”.
Jesus também enviou muitos profetas, percussores da sua chegada. O profeta Daniel disse: “quando chegar a hora da tribulação, ninguém saia de casa”. É curioso isso. Já aconteceram muitas tribulações na história, mas é sempre um sinal. Ele disse em uma das passagens: “o que estiver na rua não vem para casa, quem estiver em casa não vá para o campo; não venha nem buscar sua capa, não obedeça nem ao shabat”, que é uma festa judaica daquela época.
Jesus disse que, quando chegar o momento, vai ser como no tempo de Noé, muitos estarão se dando a festas, a casamentos, indiferentes aos acontecimentos. Estamos vendo muita coisa nesse sentido, muitos não obedecem às regras nem à ciência.
O momento é de muita seleção. Como diz Allan Kardec, nos capítulos 17 e 18 de A Gênese, a seleção não vai ser uma coisa abrupta, em que a gente durma na expiação de provas e, num estalo, acorde na regeneração. Vai haver uma troca lenta, progressiva, porém constante.
A mudança vai ser muito mais moral do que física. Kardec diz ainda, em A Gênese, que a regeneração planetária virá por duas etapas distintas: a revolução material e a espiritual.
Kardec declara no primeiro capítulo de O Evangelho segundo o Espiritismo que o ensino moral de Jesus é um campo onde todas as crenças podem se encontrar, onde está o amago, o cerne, a essência daquilo que Jesus trouxe para a humanidade, desde os 10 mandamentos, que são o maior código de moral e justiça que a humanidade teve notícia.
Se tivéssemos aplicado a primeira revelação dos 10 mandamentos, talvez Jesus nem tivesse necessitado vir uma segunda vez ao planeta Terra. Jesus não disse “viva o meu Evangelho”, e sim “não matarás, não roubarás, não levantarás falso testemunho”. Jesus relembrou tudo aquilo que Ele já tinha enviado através dos seus emissários e de Moisés no Monte Sinai. Isso significa que a primeira revelação teria sido suficiente para que evoluíssemos. A primeira revelação já foi a grande mensagem para o planeta, não só para judeus, não só para hebreus, mas para todas as pessoas.
Imagina a humanidade sem matar, sem roubar, sem adulterar, sem levantar falso testemunho, sem desejar as coisas dos outros… Já teríamos alcançado a regeneração bem mais lá atrás. Então vem Jesus mostrar que não entendemos bem. Muita gente pensa, por exemplo, que “olho por olho, dente por dente” é um código de vingança, mas não é. “Olho por olho, dente por dente” significa que o olho de um rico vale tanto quanto o de um pobre, que o olho do patrão vale tanto quanto o olho de um escravo. Tudo é vida, esse é o grande valor, mas ninguém entendeu assim.
A regeneração vai acontecer, caso a gente goste ou não. Jesus preparou esse trajeto de muitos séculos para ir convocando as pessoas à medida que elas fossem evoluindo. Mas isso não significa que Ele vai esperar que todos evoluam. O juízo final não é a destruição do planeta, como Ele bem diz na Gênese. O juízo final é a regeneração do planeta.
O que vai contar no juízo final? Religião não vai contar, civilização não vai contar. Idade, sexo, cor, raça também não. Vai contar o que você fez de bem pelo outro, por isso Ele dedicou exatamente o capítulo 25 de Mateus, versículos 31 a 46, só para narrar como é que vai ser essa seleção. Quem não se adequou não pode dizer que não foi avisado, porque além de Ele ter promovido o projeto, mandou o roteiro dizendo o que está no caminho que leva à verdade e às vidas. Jesus não obriga, convida. E Ele deu além desse convite maravilhoso do Evangelho, pois trouxe sinais que identificam a transição planetária, as mudanças.
Vai chegar o momento em que o planeta precisará ser entregue de volta para Deus, regenerado. E aí vem a Gênese: no planeta regenerado, não haverá mais lugar para os Espíritos inferiores, Espíritos que possam atrapalhar, tanto encarnados quanto desencarnados.
Na hora em que houver a seleção, aqueles que não sintonizaram com os ensinamentos do Cristo não ficarão mais aqui, ou seja, a regeneração virá para aqueles que estão sintonizados e para os que não estão, porque o projeto de Jesus obedece a um ciclo. A Gênese mostra que, numa regeneração planetária, ficarão os bons, mas haverá também o exílio daqueles que não sintonizaram com os ensinamentos de Cristo. Haverá ainda a migração de outros Espíritos ao planeta. As três coisas acontecerão simultaneamente: os que saem, os que chegam e os que se regeneram, ou se tornam evoluídos moralmente.
As parábolas de Jesus são os grandes tesouros da humanidade. Para dar um exemplo: Ele contou, no mínimo, umas 10 parábolas sobre o reino dos céus. Ele podia muito bem ter dado o conceito do que é o reino dos céus, não poderia? Mas será que as pessoas entenderiam?
Kardec nos ensina no capítulo 24, item 7, de O Evangelho segundo o Espiritismo que assim como Cristo não disse tudo nos Evangelhos, os Espíritos também não disseram tudo. As coisas têm que ser reveladas à medida que a evolução, científica e moral, possa estar preparada para receber os novos conceitos.
Então quando Jesus disse que o reino dos céus é semelhante a um grão de mostarda plantado no solo de modo a se transformar numa grande árvore que vai se transformar e servir de ninho para os passarinhos, Ele está colocando uma metáfora sobre o reino dos céus. Jesus trouxe inúmeros exemplos para explicar o reino dos céus, que é um elemento que ampara, que acolhe indiferentemente a todos, desde que estejam preparados.
Jesus falava por parábolas porque, assim como os Espíritos não disseram tudo, Ele também não podia dizer tudo. Você vê que no Evangelho só tem duas parábolas explicadas por Jesus para os discípulos, mas Ele explicou muitas coisas para eles, por isso que eles se transformaram. Jesus não pegou nenhum ph.D., nenhum cientista, eram analfabetos, pobres, pescadores, pessoas sem cultura, e transformou esse grupo de tal forma que todos se tornaram imortais.
Sinto que depois dessa tempestade, que depois que essa seleção espiritual passar, haverá um novo céu e uma nova Terra. A regeneração é um grande chamado do Cristo, um grande sinal, um sinal diferente, específico, maior, um chamamento para a família e para evolução moral. Aqueles que não entenderem vão ser chamados de outra forma. Mas aqueles que já entenderam estarão com Cristo na sua evolução ética e moral, de acordo com sua própria promessa e o próprio convite Dele.
A data do Natal nos convida a comemorar o renascimento de Cristo entre a família. E a mensagem que Ele trouxe com sua vinda é a simplicidade da manjedoura, é o pequeno núcleo que o acompanhava. A mensagem deste Natal deve ser não só de simplicidade, mas, sobretudo, de gratidão. Muitos que começaram em março conosco não estão mais aqui, não são poucos os irmãos que viajaram para o mundo espiritual.
Toda vez que vou a Belém e vejo aquela gruta simples, isso mexe muito comigo, porque a manjedoura é a ausência de tudo, é o lugar da casa que foi escolhido para animais. E Jesus veio ao planeta, o rei espiritual, veio numa manjedoura para dar o exemplo. E a quem Ele se revelou primeiro? Não foi aos reis, Ele escolheu os pastores. Naquela época, os pastores não eram os donos das ovelhas, eles eram simples serviçais que ganhavam uma merreca para cuidar daqueles rebanhos, que eram dos poderosos. Eles não tinham profissão determinada, não ganhavam salários exorbitantes, mas viviam para dar a vida pelas suas ovelhas. E foi a esses que Jesus escolheu para primeiro anunciar que chegou. Isso é magnífico, é profundo, muita gente nem se toca para essa importância que Jesus deu aos mais simples, aos puros de coração, porque Ele disse que são estes que verão a Deus.
Jesus Cristo nasceu numa manjedoura, não tinha uma pedra para recostar a cabeça, teve como leito de morte uma cruz. E esse Homem dividiu o tempo. E a cruz foi o que o imortalizou. Quando pensaram que tirando a vida Dele iam destruir um homem, imortalizaram um Ser Divino, o maior modelo e guia da humanidade. Ninguém pode ser indiferente a isso. A Terra muda a atmosfera quando chega o Natal, as pessoas ficam mais suaves. E eu creio que este Natal vai ser muito mais forte nesse sentido. Este ano foi um ano muito positivo, foi um ano que Jesus chamou cada um de nós para reflexão.
No próximo ano, aqueles que aqui ficarem terão um compromisso ainda maior com o Cristo. Num momento como este, a gente tem condições de descobrir o que Ele deseja de nós. A pergunta tem que ser aquela que o apóstolo Paulo fez: “Senhor, o que queres que eu te faça?” Ele sabe muito bem quem escolher, e temos que nos colocar à disposição do projeto Dele.