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Vida, um bem outorgado

Michelangelo, Toque de Deus
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Os recentes acontecimentos que envolvem a questão do aborto provocam discussões acaloradas em todos os cantos. As redes sociais, a mídia e as conversas entre as pessoas são tomadas pelo tema. Levantam-se aqui e ali as vozes contra ou a favor e, de forma acalorada e até excessiva, travam-se batalhas que, de certa forma, repetem a base da própria essência de uma direção ou outra, a violência contra alguém.

Nesse sentido, sentimos que nos cabe dirigir nossa atenção para uma abordagem que deve, inicialmente, partir de um ideal que precisa nortear as reflexões: a vida. Olharmos para as questões levando-se em conta que, antes de tudo, estamos falando dos destinos de “almas encarnadas”. E isso é muito sério.

Infelizmente, as batalhas travadas sob inúmeras bandeiras assumem discursos que têm como base a decisão pautada no egoísmo, que visa priorizar uma ou outra questão, que muitas vezes se vê retratada na imposição de leis humanas que defendem os direitos de uns em detrimento da aniquilação de outros. Na maioria das vezes, o ser mais indefeso sofre mais. Ainda há muita injustiça, porque ainda somos imperfeitos, porque ainda não compreendemos a Verdade da Vida para conseguirmos expressá-la em nossas leis terrenas.

Leia também: Mãe, o sim à vida!

Marlene Nobre, reconhecidamente umas das maiores defensoras do Direito à Vida, nos indicou um caminho essencial para nossa reflexão e aprendizado. Diz-nos ela em seu livro O clamor da vida: “Para se tomar decisões no âmbito da Vida, é preciso aprender muito mais sobre o seu verdadeiro significado, seu sentido mais amplo e abrangente. A Verdade sobre a Vida é que não podemos reduzi-la tão somente às leis físicas ou tampouco restringi-la ao quimismo celular, do mesmo modo que não conseguimos explicá-la sem buscar a sua integração à Mente ou à Consciência, cujas manifestações estão presentes em estados muito primários do desenvolvimento. A Verdade sobre o significado da Vida é que, para compreendê-la, é indispensável interconectá-la à Consciência, ao Cosmos e à ampla teia de relações em que todos os seres e coisas se integram. A Verdade sobre a Vida é que não teremos paz na Terra enquanto utilizarmos nossos conhecimentos para ferir, espoliar, matar”.

O grifo é nosso exatamente para nos situarmos quando estamos no exato momento em que as mídias são inundadas com o assunto do aborto e o mesmo noticiário continua a noticiar a guerra que acontece na Ucrânia. Em minutos, passamos de uma discussão de direito individual e imposição da força para se definir escolhas para acompanharmos a destruição de um shopping center atingindo centenas de civis inocentes. É a violência que nos cega em suas diversas formas de existir.

O respeito à Vida deve ser o mesmo para todos, para o embrião e para a mulher, para o adulto e a criança, para o jovem e o idoso, para o agressor e o agredido, para o legislador e o cidadão, para o médico e o paciente, para o religioso e para o ateu, constituindo um comportamento universal de amor e entendimento.

Esse profundo e sombrio desconhecimento da Vida é a fonte do nosso desrespeito a ela. Esse mistério que ainda não compreendemos nos cega diante das questões éticas a serem vivenciadas e implantadas na vida terrena. No entanto, temos tido avanços na direção desse entendimento. Dra. Marlene comenta sobre o professor de Bioquímica da Universidade de Lehihg, na Pensilvânia, e autor do instigante livro A caixa-preta de Darwin: Michael J. Behe. Com base no espantoso progresso das pesquisas, Behe conclui que a célula obedece a uma programação e afirma, corajosamente, que os cientistas não têm mais como se omitir: o ser vivo só pode ser explicado pela Teoria do Planejamento Inteligente. Do estudo bioquímico da célula vem um grito de certeza: “Planejamento!” Nela existe o arranjo intencional das partes.

Em uma palestra emocionante no 1º Congresso Britânico de Medicina e Espiritualidade, em 2007, dra. Marlene cunha a sua convicção: “A vida é um bem outorgado. Nós podemos chamar o Planejador do que nós quisermos. Eu chamo Deus. Para você pode ser o Ser Supremo, ou pode ser o Divino Planejador, pode ser Alá, Jeová. Não importa. A vida é um bem outorgado. É um mistério, um segredo, entre o possuidor dela e o seu Criador, nenhum médico, nenhuma nação, ninguém tem o direito de interferir na vida”.

Aos nos debruçarmos sobre as questões que motivaram este artigo, nos vem à mente que duas coisas pautam os acontecimentos. Uma delas é um movimento que tem como objetivo a defesa pela Vida, pela liberdade, ainda que com perspectivas enviesadas e incompletas, como dissemos, a defesa de uns em detrimento da agressão a outros. A outra questão é que as discussões ainda são sustentadas na base da violência, da acusação, da incompreensão para com o semelhante.

Um caminho promissor, e que rogamos que logo chegue, é a aliança entre a ciência e a religião, entre a razão e o sentimento, entre a criaturas que passam a compreender um pouco mais sobre a obra do Criador. Em 2000, dra. Marlene já nos dizia: “Às portas do século XXI, o egoísmo continua ainda a patrocinar a incompreensível guerra surda entre ciência e religião, armando trincheiras irreconciliáveis entre esses campos importantes de expressão da alma humana, embora os exemplos de sábios insignes, como os de Newton, Einstein e Planck, tenham nos demonstrado que eles não são de forma alguma incompatíveis, mas, pelo contrário, complementares. Não estamos nos referindo a nenhuma religião em particular, mas à fé viva que se expressa, livremente, no coração e na consciência do ser humano, seja de que forma for, segundo os cânones das religiões já estabelecidas ou de conformidade com a sua capacidade íntima e peculiar de ligar-se à Força Superior, que emerge de sua própria busca”.

E continua: “Os progressos no campo das ciências da vida vão nos fornecer a chave para o significado da própria vida, e este, sem dúvida, não será nem materialista, nem pessimista, mas luminoso, porque reconhecerá o destino glorioso do Espírito imortal. Por enquanto, nos dias que correm, há predominância do egoísmo, travestido em inúmeras outras roupagens – orgulho, vaidade, presunção etc. –, que é responsável pela hipertrofia do ego, pela falta de amadurecimento espiritual, que nos tem levado à priorização do progresso científico e tecnológico em detrimento da aquisição do amor, o que tem originado verdadeiras catástrofes no campo das relações humanas”.

Leia também: Lidando com o aborto espontâneo

Violência causa violência

O Todo, tudo e todos estamos interligados. Não há como concebermos caminhos sem o reconhecimento de que vivemos em sistema em rede, no qual estamos todos envolvidos: é impossível tocar em uma pequenina parte dessa teia sem que o conjunto receba o impacto. Por isto, temos que ter claro que se queremos a Paz jamais a conquistaremos com violência. Já nos foi dito: “violência causa violência”.

As frentes de luta devem ser para o entendimento da vida e a extinção da violência de toda ordem de nosso planeta. Só assim, e somente dessa forma, é que seremos dignos de sermos chamados de civilizados.

O respeito à Vida deve ser o mesmo para todos, para o embrião e para a mulher, para o adulto e a criança, para o jovem e o idoso, para o agressor e o agredido, para o legislador e o cidadão, para o médico e o paciente, para o religioso e para o ateu, constituindo um comportamento universal de amor e entendimento, transformando leis e erradicando tantos males que nos envolvem no presente momento.

Podemos imaginar que esse momento ainda possa estar distante, mas temos a certeza de que ele chegará, porque nos diz a dra. Marlene Nobre, grande defensora da vida: “Cremos, firmemente, que os seres humanos vão eliminar completamente o infanticídio e o aborto da face da Terra, porque a evolução espiritual é inapelável. A imensa teia onde nos engastamos é sustentada pelo Amor Divino; somos, portanto, pequeninos focos de luz, marcados pelo arquétipo fundamental do Amor, o selo de Deus, irremediavelmente vinculados ao seu ardente e poderoso foco. Esse arrastamento irresistível vai elevar o nosso padrão de comportamento moral, de modo a banir toda forma de violência, inclusive uma das mais cruéis – o aborto –, para podermos viver, em toda plenitude, esse sentimento sublime do Amor, em todas as latitudes do Planeta”.

É por meio da elevação moral, e não do desrespeito, ou da defesa pela razão egoísta, que um dia será possível vermos o Amor triunfar.

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