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irComeça um novo ano, propostas, mudanças de hábitos. O ano de 2022 não será diferente, a juventude espírita volta com toda a força. Como é bom e importante poder servir, ser útil e abraçar com amor o trabalho. A verdadeira riqueza do homem está no bem que faz ao próximo. Quando desencarnarmos, os benfeitores não perguntarão sobre os bens materiais que conquistamos, e sim sobre as boas ações que praticamos antes de partir.
O próximo ano nos reserva grandes desafios, sobretudo àqueles que possuem a força e o vigor da juventude. Jovens, não podemos nos esquecer que “fora da caridade não há salvação”, assim como que caridade e amor ao próximo são as razões da existência dos grupos espíritas. Serviços de passes e água fluidificada, reuniões de educação mediúnica voltadas para a doutrinação ou o esclarecimento de Espíritos, palestras, evangelização de crianças, jovens e adultos, serviço social, educacional e saúde física e mental de famílias carentes, quanta oportunidade de servir ao outro. Ninguém que conhece o trabalho dos centros espíritas discordará que os propósitos são de servir e tornar menos doloroso o caminho de nossos irmãos que, em muitos casos, desfalecem ante as provas mais duras. Ao lado dos estudos e da orientação, os grupos ganham a função de templo, lar, hospital, oficina e escola.
Em uma mensagem incluída por Kardec no capítulo XX de O Evangelho segundo o Espiritismo, o Espírito Erasto faz uma grave advertência: “[…] atenção! entre os chamados para o Espiritismo muitos se transviaram; reparai, pois, vosso caminho e segui a verdade”. Allan Kardec pergunta-lhe, então: “Se, entre os chamados para o Espiritismo, muitos se transviaram, quais os sinais pelos quais reconheceremos os que se acham no bom caminho?” Erasto assim responde: “Reconhecê-los-eis pelos princípios da verdadeira caridade que eles ensinarão e praticarão. Reconhecê-los-eis pelo número de aflitos a que levem consolo; reconhecê-los-eis pelo seu amor ao próximo, pela sua abnegação, pelo seu desinteresse pessoal; reconhecê-los-eis, finalmente, pelo triunfo de seus princípios, porque Deus quer o triunfo de Sua lei; os que seguem Sua lei, esses são os escolhidos, e Ele lhes dará a vitória; mas Ele destruirá aqueles que falseiam o espírito dessa lei e fazem dela degrau para contentar sua vaidade e sua ambição”.
A advertência de Erasto é suficientemente clara para que os espíritas e os grupos espíritas não ignorem, em suas atividades, a função consoladora do Espiritismo e, como tal, a leiam, a estudem e a pratiquem. Vamos unir nossas forças e propósitos em torno do bem comum.
Abaixo, separamos alguns trechos em que o Espiritismo nos ensina a respeito do trabalho e sua importância em nossa vida:
“Aprendi a contentar-me com o que tenho” (Paulo – Filipenses, 4:11).
Algumas pessoas dizem que gostariam de ajudar em determinada obra, mas sempre colocam condições que consideram como impossibilidades. A frase de Paulo citada no capítulo “Se aspiras a servir”, da obra Palavras de vida eterna, “aprendi a contentar-me com o que tenho”, tem um significado mais profundo do que parece à primeira vista.
Podemos entender que “o contentamento com o que tenho” não é apenas no sentido de o que tenho me basta, mas, sim, o que possuo é suficiente para mim e é o que posso oferecer; posso usar em favor de todos os que precisam, não só em relação aos bens materiais, mas também em relação às inúmeras possibilidades que descobrimos em nós mesmos, quando nos dispomos, sinceramente, em servir.
Paulo, mesmo estando preso em Roma, na carta que escreveu aos filipenses, procura levantar o ânimo dos companheiros, estimulando-os à luta, demonstrando serenidade e força, doando a eles o que era possível naquele momento. Não possuindo bens materiais, mesmo em outras ocasiões, nunca deixou de cooperar com os amigos, doando sempre da riqueza interior que havia conquistado, animando-os, estimulando-os ao trabalho consigo, à prática do bem para com todos.
Muitas pessoas lamentam não poder fazer todo o bem que gostariam, por falta de recursos financeiros, porque consideram que só com dinheiro é que se pode auxiliar. Não é preciso possuir riqueza, fortuna, ou mesmo títulos oficiais para auxiliar, e não devemos ficar inativos por não os possuirmos. Precisamos apenas de boa vontade, porque aquele que deseja ser útil sempre encontra meio de fazê-lo. Basta procurar que encontrará, pois não há uma só pessoa que no gozo perfeito de suas faculdades não possa prestar algum serviço, consolar, amenizar um sofrimento físico ou moral.
Na falta de dinheiro, todas as pessoas não possuem um pouco do seu esforço, do seu tempo, do seu repouso, não podem sair da sua comodidade para oferecer um pouco aos outros? Isso também é servir.
As instituições que abrigam crianças e idosos sempre precisam de voluntários para ajudar nos cuidados com seus abrigados. Sabendo se organizar, a pessoa que deseja servir pode doar um pouco do seu tempo, seja cuidando de pessoas ou alfabetizando os necessitados de instrução. Não é preciso esperar pelas outras pessoas para começar, se já despertamos para a cooperação com Jesus, basta que nos coloquemos à disposição para sermos instrumentos úteis para a execução da tarefa.
A natureza dá exemplo do espírito de serviço. Observando atentamente, veremos a cooperação e o auxílio que existem nas menores manifestações dos reinos inferiores. O vento ajuda as flores, permutando-lhes os princípios da vida; as flores produzem frutos abençoados; os pássaros ajudam na polinização das plantas etc.
A pessoa que serve pelo prazer de ser útil progride sempre e encontra muitos recursos dentro de si mesma na solução de todos os problemas. Aquele que aprende a servir sabe reduzir as dificuldades do caminho, descobrindo trilhos novos. Recebemos proporcionalmente ao que doamos, e à medida que auxiliamos espontaneamente, nos fortalecemos para sermos mais úteis e servirmos mais.
Jesus, o maior exemplo de dedicação que conhecemos, pois, não possuindo bens materiais, foi quem mais serviu a humanidade, disse: “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir”. E Ele continua dedicando-se a benefício de todos até o fim da luta.
Se há mais alegria em dar que em receber, há mais felicidade em servir que em ser servido. Quem serve prossegue na marcha e não estaciona, por isso, não percamos tempo com inutilidades, pois quem sente e age com Jesus, vive feliz e procura melhorar-se melhorando a vida com aquilo que tem.