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irBem-aventurados os pobres de Espírito
Nesses dias de profundas transformações planetárias, seja pela ebulição de conceitos e costumes ou pelas mudanças da estrutura geoclimática, a humanidade está sendo convidada a refletir na impermanência da vida e nas diretrizes propostas pelo Evangelho. A sociedade entra em colapso ético moral, e os religiosos, que costumam transformar as religiões em celas psíquicas, seguem confundindo o Deus de Jesus com o deus dos seus interesses mesquinhos.
Em O Evangelho segundo o Espiritismo, no seu capítulo VII, que é um livro para iniciarmos cada novo ano sob as asas consoladoras da Boa Nova, encontramos nos itens 1 e 2: “Bem-aventurados os pobres de espírito, pois que deles é o reino dos céus (S. Mateus 5:3). A incredulidade zombou desta máxima: Bem-aventurados os pobres de espírito, como tem zombado de muitas outras coisas que não compreende. Por pobres de espírito Jesus não entende os baldos de inteligência, mas os humildes, tanto que diz ser para estes o reino dos céus e não para os orgulhosos”.
A inteligência em companhia da presunção nos afasta de Deus e nos leva a viver um estado de alienação onde acreditamos que somos melhores do que somos. Essa é a grande realidade desses dias em que o deus dos religiosos é aplicado na vida em sociedade por homens que se acreditam detentores da mensagem de Jesus.
Quando trabalho como psicanalista no atendimento das dores humanas, o meu maior objetivo é auxiliar os que me buscam a compreender que não temos controle sobre a dinâmica da vida, muito menos sobre a vida dos nossos semelhantes. Grande parte da sociedade passa a existência desejando controlar o semelhante, e esse comportamento adoece quem insiste nele.
Todos os dias quando amanhece, deveríamos, simbolicamente, dobrar nossos joelhos pelo presente de um novo despertar, mas essa compreensão só nos visita quando a dor nos visita de maneira irremediável nos lembrando que nada está sob controle, a não ser nossos pensamentos e nossa vontade. Tornar-se um pobre de espírito é compreender que “somos bem menos do que pensamos, raramente um pouco mais” (Cecília Meireles).
Por que tudo nesta vida deve servir de palco para a expansão do nosso ego? O dinheiro nos separa, os religiosos nos separam, os condomínios nos separam, o preconceito nos separa, mas o Evangelho e a mensagem de Jesus seguem exaltando o amor ao próximo.
Eu não quero ir para um céu ou colônia espiritual de homofóbicos, seria estar no inferno ou no umbral. Todas as manifestações de Jesus são sagradas e exortam a criatura humana à união e solidariedade, pois fora do amor ao próximo não há salvação, por isso os benfeitores propuseram na codificação espírita a caridade como ponte para chegarmos ao coração do semelhante. “E, quando comiam, Jesus tomou o pão, e abençoando-o, o partiu, e o deu aos discípulos, e disse: Tomai, comei, isto é o meu corpo. E, tomando o cálice, e dando graças, deu-lho, dizendo: Bebei dele todos; Porque isto é o meu sangue, o sangue do novo testamento, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados (Mateus 26:26-28)”.
Toda ação de Jesus era um convite ao encontro com Deus pelo congraçamento dos corações, e na conhecida passagem da ceia com seus discípulos ele novamente convida seus seguidores a entrarem em comunhão com Ele e com o Pai Amoroso e bom. O deus dos religiosos é o deus que promove o apartheid entre as religiões e entre os homens, o deus dos religiosos mescla o sagrado com Mamom.
Vivemos um tempo de pandemia em que somos convidados à ceia planetária das vacinas, onde a Europa e as grandes nações precisam partilhar o pão vacinal para preservar a vida humana. Um africano não é menos importante que um americano ou um canadense. No macro das lágrimas planetárias, o Evangelho propõe o amor e a solidariedade entre todos os povos para que novas variantes do desamor e do preconceito não aumentem o abismo existente entre os condomínios dos que necessitam dividir o pão do amor e do respeito. O Deus de Jesus ama incondicionalmente, o deus dos religiosos segrega intencionalmente.
Jesus era filho de mãe solteira, filho adotivo por parte de pai, e sua família ficou sem pátria devido à perseguição de Herodes, portanto, era uma família de refugiados. Passados mais de dois mil anos da vinda de Jesus a este mundo, Ele segue nos convidando a conhecer o Pai acolhedor que sua conduta revelou. Venho pedindo a Deus que nós, que nos dizemos espíritas, não transformemos o Espiritismo numa cela psíquica um pouco mais espaçosa. Penso que o Espiritismo é tal como uma árvore frondosa que acolhe os viajantes da imortalidade, que consola os que choram, que serve como repouso e renovação das nossas forças para seguirmos a caminho da nossa redenção.