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Ansiedade, automutilação, agressão e suicídio. Como identificar esses problemas?

Mulher desesperada, angustiada
Banco de imagem

O dia 8 de abril de 2022 era uma sexta-feira, aparentemente, comum. De repente, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) do Recife foi chamado para atender 26 alunos da Escola de Referência em Ensino Médio Ageu Magalhães (Erem) que passavam mal, com uma crise coletiva de ansiedade. Os alunos apresentavam sintomas como sudorese, saturação baixa e taquicardia.

Esse episódio, ocorrido na semana de provas, levantou a discussão sobre os danos psicológicos provocados pela pandemia de Covid-19 nos estudantes, que voltaram em 2022 para as aulas 100% presenciais após dois anos de ensino a distância, longe da rotina escolar. Esse é apenas um entre vários problemas vividos nas escolas do Brasil desde o início do ano letivo. Além das crises de ansiedade, educadores tiveram de lidar com casos de automutilação, falta de concentração, desobediência e, principalmente, violência em salas de aula.

Pela primeira vez, em 2021, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) incluiu o tema da saúde mental entre crianças e jovens no Tratado de pediatria, principal publicação direcionada aos médicos que cuidam de pessoas até 18 anos em todo o país. No mesmo ano, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em parceria com o Instituto Gallup, publicou o relatório Situação mundial da infância 2021. Na minha mente: promovendo, protegendo e cuidando da saúde mental das crianças, elegendo a temática como prioridade de atuação. Segundo as últimas estimativas disponíveis pela pesquisa do Unicef, pelo menos uma a cada sete crianças e jovens de 10 a 19 anos convive com algum transtorno mental diagnosticado em todo o mundo. Além disso, também mundialmente, cerca de 46 adolescentes morrem por suicídio a cada ano, uma das cinco principais causas de morte nessa faixa etária.

Em setembro de 2021, mês marcado no Brasil pela campanha de prevenção ao suicídio, o Boletim Epidemiológico n. 33, publicado pelo Ministério da Saúde, trouxe dados alarmantes. Entre 2010 e 2019, ocorreram no Brasil 112,2 mil mortes por suicídio, com um aumento de 43% no número anual de mortes, de 9,4 mil em 2010 para 13,5 mil em 2019. O boletim destaca o aumento das taxas de suicídio de adolescentes e jovens no Brasil. Segundo o documento, o suicídio configura a quarta maior causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos de idade.

A ansiedade excessiva pode desencadear problemas gravíssimos entre crianças, jovens e adultos. Entre crianças e jovens em idade escolar, pode ocorrer:

  • Dificuldade de aprendizagem: alunos com transtornos de ansiedade, geralmente, apresentam dificuldade para se concentrar e para assimilar informações ditas pelo professor, o que acarreta uma aprendizagem pouco satisfatória. Além disso, sentimentos negativos podem tomar conta dos pensamentos desses alunos, dificultando seu foco no aprendizado. Hábitos de vida saudáveis e técnicas de relaxamento podem ajudar nesse ponto.
  • Desistências: é comum que alunos com muita ansiedade acabem não atingindo os resultados esperados, o que pode levá-los a desistir de realizar certas atividades. Trabalhos em grupo, por exemplo, podem ser bastante estressantes para alunos com ansiedade. Nesses casos, esses alunos podem começar a tremer, apresentar voz trêmula ou até mesmo perder a voz.
  • Isolamento social: muitas pessoas que apresentam transtornos de ansiedade mostram-se “solitárias” nas escolas. A chamada ansiedade social, na qual o indivíduo teme sentir-se envergonhado, faz com que o aluno evite ser foco de atenções e expor-se.
  • Depressão: pessoas com ansiedade apresentam maior risco de desenvolver depressão.
  • Doenças cardíacas: pessoas que apresentam transtornos de ansiedade ao longo da vida apresentam chance aumentada de desenvolver doenças cardíacas.
  • Suicídio: há uma grande relação entre transtornos de ansiedade e risco de suicídio. Assim, pessoas com esses transtornos devem ser bem observadas, e qualquer manifestação de risco de suicídio deve ser tratada com a devida importância.

É fundamental, portanto, que pessoas que apresentam sintomas graves de ansiedade procurem ajuda médica para avaliar um possível transtorno. Após identificar o problema, é necessário iniciar, rapidamente, tratamento para se evitarem maiores prejuízos. Geralmente, o tratamento baseia-se no uso de medicamentos e acompanhamento com psicólogo ou psiquiatra.

Como identificar o problema, quais os fatores de alerta que merecem atenção?

  • Irritação ou agitação excessiva da criança ou adolescente.
  • Sentimento de tristeza, baixa autoestima e impotência.
  • Tentativas prévias de suicídio.
  • Relatos de violência psicológica, humilhação, agressões verbais, física, sexual ou negligência.
  • Problemas de saúde mental da criança, do adolescente e/ou de seus familiares, especialmente a depressão e ansiedade.
  • Uso de álcool e/ou outras drogas.
  • Histórico familiar de suicídio.
  • Ambiente familiar hostil.
  • Falta de suporte social e sentimentos de isolamento social.
  • Sofrimento e inquietações sobre a própria sexualidade.
  • Interesse por conteúdos de comportamento suicida ou autolesão em redes sociais virtuais.

Ouça os podcasts da Folha Espírita sobre o assunto:

9 – SUICÍDIO (parte 1) – Entrevista com dr. Roberto Lúcio Vieira de Souza. Folha Espírita Podcast, 22 out. 2020. Disponível neste link! Acesso em: 26 jun. 2022.

11 – SUICÍDIO (parte 2) – Entrevista com dr. Roberto Lúcio Vieira de Souza. Folha Espírita Podcast, 29 out. 2020. Disponível neste link!

Referências

BRASIL. Mortalidade por suicídio e notificações de lesões autoprovocadas no Brasil. Boletim Epidemiológico, v. 52, n. 33, set. 2021. Disponível neste link! Acesso em: 26 jun. 2022.

CORTEZ, Pedro Afonso; ANTUNES, Maria Cristina (org.). Medidas de saúde mental em pandemias. Curitiba: Juruá, 2022.

EVANGELHO Segundo Espiritismo – Cap. 5. O Suicídio e a Loucura. Cairbar Schutel, 1º jun. 2014. Disponível neste link!

FRAIMAN, Leo et al. O efeito Covid-19: e a transformação da comunidade escolar. Porto Alegre: FTD, 2020.

FUNDO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A INFÂNCIA (UNICEF). Situação Mundial da Infância 2021. Na minha mente: promovendo, protegendo e cuidando da saúde mental das crianças. 2021. Disponível neste link!

KARDEC, A. O suicídio e a loucura. In: KARDEC, A. O Evangelho segundo o Espiritismo. Araras, SP: IDE, 1994.

QUEIROZ, Claudinei. Alunos enfrentam ansiedade, automutilações e agressões na volta ao presencial. Folha de S.Paulo, 16 jun. 2022. Disponível neste link!

SANTOS, Vanessa Sardinha dos. Quais os riscos que a ansiedade pode trazer para o aluno? Brasil Escola, [2022?]. Disponível neste link!

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA (SBP). Tratado de pediatria. 5. ed. São Paulo: Manole, 2021.

TRIGUEIRO, André. Viver é a melhor opção: a prevenção do suicídio no Brasil e no mundo. São Paulo: Editora Espírita Correio Fraterno, 2015.

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