O que a ciência tem a dizer…
“Toda verdade passa por três etapas:
Primeiro é ridicularizada.
Depois é violentamente antagonizada.
Por último, ela é aceita universalmente”
(Arthur Schopenhauer, 1788-1860 d.C.).
Como podemos estudá-la:
Apesar da enorme importância, as EA e os EAC têm sido amplamente negligenciados pela pesquisa e pela prática psíquica. Os profissionais da saúde mental não recebem treinamento adequado para lidar com essas questões (Turner et al., 1995 apud Almeida; Lotufo Neto, 2003). No estudo dos EAC, devemos trilhar o estreito caminho entre dois abismos: o cepticismo e a ingenuidade crédula (Steverson; Greyson, 1979 apud Almeida; Lotufo Neto, 2003).
“Toda aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. Por isso mesmo, raras são as pessoas que dela não possuam rudimentos. Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns. Todavia, usualmente, assim só se qualificam aqueles em quem a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos sensitiva. É de notar-se, além disso, que essa faculdade não se revela, da mesma maneira, em todos. Geralmente, os médiuns têm uma aptidão especial para os fenômenos desta ou daquela ordem, donde resulta que formam tantas variedades quantas são as espécies de manifestações” (Kardec, 2013a, cap. XIV, item 159).
“A mediunidade é faculdade da alma que o corpo reveste de células para facultar o intercâmbio entre os Espíritos e as criaturas humanas, constituindo um sexto sentido, que integrará as funções orgânicas de todos os indivíduos” (Ângelis, 2017).
Alguns fenômenos devidamente interpretados como mediunidade, em verdade, não passam de fenômenos anímicos (problemas da própria alma). São eles: a clarividência (ver Espíritos) e a clariaudiência (ouvir Espíritos). Tais fatos dão origem não só a consultas médicas como a perquirições a casas religiosas (tempos evangélicos, igrejas e casas espíritas).
“Ela se manifesta nas crianças e nos velhos, em homens e mulheres, quaisquer que sejam o temperamento, o estado de saúde, o grau de desenvolvimento intelectual e moral” (Kardec, 2013a, cap. XVII, item 200).
“A obsessão é a ação persistente que um Espírito mau exerce sobre um indivíduo. Apresenta caracteres muito diversos, desde a simples influência moral sem perceptíveis sinais exteriores, até a perturbação completa do organismo e das faculdades mentais. […] Quase sempre, a obsessão exprime a vingança que o Espírito tira e que com frequência se radica nas relações que o obsidiado manteve com ele em precedente existência” (Kardec, 2013b, cap. 28, item 81).
A criança em verdade é um Espírito encarnado, portanto, uma alma, com um passado que apenas Deus conhece, dívidas e acertos daqueles a que nós o ferimos outrora, se apresentam na atual vilegiatura carnal através de leis morais (lei de causa e efeito), gerando os fenômenos que caracterizam a obsessão. Portanto, as crianças podem ser acometidas por diversos fenômenos, tais como: terror noturno, medo, agressividade, depressão, ideação suicida, convulsões.
Coube à Doutrina dos Espíritos, através das casas espíritas, ser o local para os devidos esclarecimentos que se fazem necessários a esses casos, desmistificando e, através da evangelhoterapia e das técnicas desobsessivas, levar a esta criança e a sua família o equilíbrio e a paz.
Fernando Souza é neurologista infantil, membro do Departamento de Família da AME-Brasil e presidente da Casa Espírita Nosso Lar.
ALMEIDA, A. M.; LOTUFO NETO, F. Diretrizes metodológicas para investigar estados alterados da consciência e experiências anômalas. Archives of Clinical Psychiatry, v. 30, n. 1, p. 21-28, 2003. Doi: https://doi.org/10.1590/S0101-60832003000100003.
ÂNGELIS, J. (Espírito). Adolescência e vida. Psicografado por Divaldo Franco. 15. ed. Salvador: Leal, 2017.
KARDEC, A. O livro dos médiuns. Tradução de Guillon Ribeiro. 81. ed. 1. imp. (Edição Histórica). Brasília, DF: FEB, 2013a.
______. O Evangelho segundo o Espiritismo. Tradução de Guillon Ribeiro. 131. ed. 1. imp. (Edição Histórica), Brasília, DF: FEB, 2013b.
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