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irWalther Graciano Jr.
O vencedor do Global Teacher Prize (GTP) de 2020, o professor indiano Ranjitsinh Disale, surpreendeu todos os concorrentes e criadores do prêmio. Ao ser anunciado como vencedor, o professor declarou que ia dividir 50% do prêmio de US$ 1 milhão entre os demais finalistas.
O prêmio foi criado para prestar reconhecimento a professores que contribuem de modo extraordinário para a sua profissão e destacar seu importante papel na sociedade. Com o prazo de 10 anos para o cumprimento da Meta 4 de Desenvolvimento Sustentável da ONU, que é assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, assim como promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todas e todos, os organizadores do GTP fizeram uma parceria com a Unesco para garantir que os professores consigam cumprir as agendas governamentais.
“O Global Teacher Prize iniciará essa nova década com energia e propósito renovados, levando a cerimônia de premiação a várias partes do mundo, transmitindo a mensagem de forma mais profunda nos novos países-sede e garantindo que o prêmio faça jus ao seu nome, que é o de uma celebração verdadeiramente global dos professores. Temos o orgulho de anunciar que Londres, sede da Varkey Foundation e uma grande cidade global, é a primeira das nossas novas cidades-sede”, disse Sunny Varkey, fundador da Varkey Disale, escolhido entre mais de 12 mil indicações e inscrições de mais de 140 países ao redor do mundo.
A professora brasileira Doane Bertan ficou entre os 10 finalistas, em uma lista que inclui ainda o malaio Samuel Isaiah, o nigeriano Olasunkanmi Opeifa, o britânico Jamie Frost, o italiano Carlo Mazzone, a sul-africana Mokhudu Cynthia Machaba, a americana Leah Juelke e o sul-coreano Yun Jeong-hyun. Sobre Doane, que dá aulas de educação inclusiva de libras e português numa escola municipal de Campinas (SP), a diretora-geral adjunta da Unesco para a Educação, Stefania Giannini, fez o seguinte comentário: “Parabéns para Doane Emanuela Bertan por estar entre os 10 finalistas de uma lista extensa de professores talentosos e dedicados. Espero que sua história inspire aqueles que desejam se tornar professores e também destaque o incrível trabalho realizado diariamente pelos professores brasileiros e de todo o mundo”.
Disale inicialmente pensava em seguir carreira como engenheiro de TI, mas depois de perceber que a vida na faculdade de Engenharia não estava dando certo como ele esperava, seu pai sugeriu a formação de professores como alternativa. Inicialmente hesitante, o tempo de Ranjitsinh na faculdade de Educação mudou sua vida, e ele se convenceu de que os professores são os verdadeiros agentes de mudança no mundo, decidindo seguir a profissão. Ele começou sua trajetória como educador em 2009 na escola pública Zilla Parishad, da vila de Solapur, no estado de Maharashtra. A instituição tinha pouca infraestrutura e ficava espremida entre um curral e um armazém. A frequência escolar era lamentavelmente baixa, pois os pais preferiam que os meninos ajudassem em trabalhos domésticos para complementar a renda, uma vez que boa parte da população vive abaixo da linha de pobreza de US$ 1,90 diários. Para as meninas, a educação simplesmente não era uma prioridade. Isso levou Disale a ir pessoalmente até as casas dos alunos para convencer as famílias sobre a importância dos estudos para meninos e meninas.
“Promover a educação para meninas é mais do que fazer com que elas compareçam à escola, é fazer com que elas se sintam seguras na comunidade e na sociedade.” Em razão da pandemia, as escolas de Maharashtra ficaram fechadas por seis meses. No entanto, o professor tem conseguido promover o ensino remoto para seus alunos, que, assim como no Brasil, dependem do celular para acompanhar as atividades. Para além do trabalho com seus alunos, Disale quer ir mais longe. Ele está desenvolvendo um plano de 10 anos com o objetivo de alcançar a Meta do Desenvolvimento Sustentável 16 estabelecida pelas Nações Unidas, que trata da promoção da paz e criação de uma sociedade inclusiva. Disale até criou um grupo formado por estudantes que realiza reuniões on-line sobre como o ódio e a guerra podem ser interrompidos e como a paz e a confiança podem ser cultivadas. Ele costuma chamar esses jovens de “Soldados da Paz”.
O professor Ranjitsinh Disale conversa com alunos em videoaula durante a quarentena. Para além dessa abordagem, o professor sabia que outra mudança envolveria seu próprio trabalho. Ele tinha que transformar sua sala de aula em um lugar que as crianças desejassem entrar todos os dias. Entre outras iniciativas, trabalhou para que os materiais didáticos estivessem disponíveis na língua local para os alunos. Com apoio da tecnologia, Disale passou a promover a personalização da aprendizagem ao inserir códigos QR para que as crianças pudessem, ao seu próprio ritmo, ter acesso a poemas em áudio, videoaulas, histórias e tarefas. “Meu objetivo é criar um ambiente seguro para que todos os estudantes desenvolvam a curiosidade e consigam resolver problemas para contribuir com a comunidade”, disse o professor em um vídeo, conforme link disponível abaixo. O impacto de suas intervenções foi tamanho que atualmente não há casamentos de adolescentes na aldeia, e as meninas registram uma taxa de frequência escolar de 100 por cento.
Por todos esses esforços, o professor Disale e sua escola têm colecionado prêmios na Índia. A Zilla Parishad foi considerada a Melhor Escola do distrito em 2016 por 98% dos alunos terem alcançado os objetivos de aprendizagem antes mesmo de concluírem o ano letivo. Em termos de impacto mais amplo, o presidente-executivo da Microsoft Satya Nadella, que também é indiano, reconheceu o trabalho de Ranjitsinh como uma das três histórias de destaque da Índia em seu livro Hit Refresh (em português, Aperte o F5). O governo indiano também nomeou o professor como o Pesquisador Inovador do Ano em 2016, e ele ganhou o prêmio de Inovador do Ano pela National Innovation Foundation em 2018. Disale já compartilhou suas práticas em mais de 500 artigos para jornais e blogs, bem como em debates na televisão.
As inscrições para o Global Teacher Prize 2021 serão abertas em janeiro.
Assista aos filme da premiação
Fontes
Porvir – Inovações em Educação – https://porvir.org/
Folha de São Paulo
G1 – g1.globo.com