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irDizer que um transtorno de aprendizagem resulta da má-educação ou preguiça da criança ou adolescente é um insulto aos pais e um total desconhecimento das áreas de Educação e Saúde. É preciso que pais e educadores estejam atentos à diferença entre as dificuldades comuns de aprendizagem e os transtornos de aprendizagem.
Para a psicopedagoga Telma Pantano, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), o ambiente em que a criança estuda também deve ser levado em conta. “Problemas de aprendizagem são diferentes de transtornos de aprendizagem. O primeiro pode estar associado a questões pedagógicas como alguma deficiência no sistema de ensino aplicado nas escolas; já os transtornos ocorrem devido aos processos cerebrais das crianças, o que dificulta a assimilação de informações”, destaca. “O diagnóstico de um transtorno de aprendizagem geralmente só ocorre após a criança ingressar na escola. É realizada uma avaliação neuropsicológica, que pode ser feita por uma equipe multidisciplinar (neuropediatras, psiquiatras, fonoaudiólogos, psicólogos, neuropsicólogos e psicopedagogos). São feitas diversas entrevistas com os alunos e os pais, para se observar o comportamento da criança, o histórico familiar e escolar. Não há exames específicos que determinem se a criança tem ou não um transtorno de aprendizagem, por isso a observação do comportamento é um fator determinante para o diagnóstico correto.”
Os principais transtornos e seus sintomas
Designação utilizada frequentemente com relação a uma dificuldade específica, sentida por alguns alunos, na aprendizagem e utilização instrumental da leitura. De acordo com a Associação Brasileira de Dislexia, a definição vem do grego e do latim “dis”, de distúrbio, e “lexia”, de linguagem.
Atualmente, a definição da International Dyslexia Association é a mais aceita. Segundo a entidade, “dislexia é um dos muitos distúrbios de aprendizagem”. Trata-se “[…] de distúrbio específico da linguagem, de origem constitucional, caracterizado pela dificuldade de decodificar palavras simples. Mostra uma insuficiência no processo fonológico. Essas dificuldades de decodificar palavras simples não são esperadas em relação à idade. Apesar de submetida a instrução convencional, adequada inteligência, oportunidade sociocultural e não possuir distúrbios cognitivos e sensoriais fundamentais, a criança falha no processo de aquisição da linguagem. A dislexia é apresentada em várias formas de dificuldade com as diferentes formas de linguagem, frequentemente incluídos problemas de leitura, em aquisição e capacidade de escrever e soletrar”. A dislexia, muitas vezes, é associada a outras dificuldades de linguagem, como a disgrafia (dificuldade no traçado gráfico) e a disortografia (inversões, omissões e alterações da palavra).
O termo “dislexia” tem sido alvo de muita polêmica tanto no âmbito da educação quanto no da saúde. Isso ocorre porque é frequente a dislexia ser confundida com outros problemas de adaptação escolar, principalmente com os de atraso de desenvolvimento, de dificuldades de aprendizagem, de problemas de ordem afetiva ou de deficiência mental, entre outros. No entanto, a dislexia não é considerada uma doença. Ela é congênita e hereditária, seus sintomas podem ser identificados logo na pré-escola e contornados com acompanhamento adequado, direcionado às condições de cada caso.
Em 1971, alguns pesquisadores classificaram a dislexia em vários grupos. Assim, por exemplo, a “dislexia visual” refere-se à deficiência na percepção visual e a “dislexia auditiva” refere-se à deficiência na percepção auditiva.
Tipo de distúrbio de aprendizagem relacionado a um problema neurológico e que se manifesta como uma dificuldade em realizar operações matemáticas, classificar números e colocá-los em sequência. Nas fases mais adiantadas da vida escolar, a discalculia também impede a compreensão dos conceitos matemáticos e sua incorporação na vida cotidiana.
Na discalculia, embora reconheça os números, o aluno que tem o distúrbio não consegue estabelecer relações entre eles, montar operações e identificar corretamente os sinais matemáticos. Geralmente, ela aparece associada a outros distúrbios como o transtorno do déficit de atenção, que se reconhece pela dificuldade de concentração e organização. Ela também pode vir associada à dislexia (dificuldade com o aprendizado da leitura e da escrita).
A discalculia ocorre em razão de uma falha na formação dos circuitos neurais, ou seja, na rede por onde passam os impulsos nervosos. No entanto, a discalculia, assim como outros distúrbios de aprendizagem, não é considerada uma doença. Trata-se de uma dificuldade que pode ser contornada com acompanhamento adequado, direcionado às condições de cada caso.
Tipo de dificuldade de aprendizagem relacionada à linguagem, caracterizada por um transtorno da escrita, incluindo inversões, aglutinações, omissões, contaminações, alterações internas da palavra e, como consequência, desordem na categoria e estrutura da frase. A disortografia reflete um processo cognitivo da linguagem defeituoso e não se refere à falta de correção motora.
Os sintomas da disortografia estão relacionados a numerosos erros de ortografia, manifestados logo que se tenham adquiridos os mecanismos da leitura e da escrita. Muitas dessas alterações convergem a disortografia com a dislexia, ao ponto de, para muitos autores, a disortografia ser apontada como uma sequela da dislexia. No entanto, a disortografia, assim como outros distúrbios de aprendizagem, não é considerada uma doença. Trata-se de uma dificuldade que pode ser contornada com acompanhamento adequado, direcionado às condições de cada caso.
Entre as causas da disortografia, suspeita-se que uma aprendizagem incorreta da leitura e da escrita, especialmente na fase de iniciação, pode originar lacunas de base com a consequente insegurança para escrever. Igualmente, numa etapa posterior, a aprendizagem deficiente de normas gramaticais pode levar à realização de erros ortográficos que não se produziriam se não existissem lacunas no conhecimento gramatical da língua.
Tipo de dificuldade de aprendizagem relacionada à linguagem, caracterizada por alterações na pressão da letra e falta de harmonia nos movimentos dissociados, bem como signos gráficos indiferenciados.
Entre as causas da disgrafia, acredita-se que estão os distúrbios da psicomotricidade, em geral, e da perceptomotricidade, em particular. No entanto, a disgrafia, assim como outros distúrbios de aprendizagem, não é considerada uma doença, e sim uma dificuldade que pode ser contornada com acompanhamento adequado, direcionado às condições de cada caso. A disgrafia pode estar associada a uma dislexia.
Como a escrita disgráfica pode ser observada por meio de manifestações como traços pouco precisos e incontrolados ou traços demasiado fortes que vinquem o papel, muitas vezes ela é confundida com a “má caligrafia” ou “letra feia”. Dessa forma, entende-se que a disgrafia seria a continuidade de uma fase pré-caligráfica, quando a letra tem dimensões irregulares, tremores, angulações, inclinações e arranjo espacial desordenado.
Fontes:
Telma Pantano, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da FMUSP,
Revista Viva Bem.
MENEZES, Ebenezer Takuno de. Dicionário Interativo da Educação Brasileira – EducaBrasil. São Paulo: Midiamix Editora, 2001.