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ir“Os Espíritos se afeiçoam de preferência a certas pessoas? Os bons Espíritos simpatizam com os homens de bem ou suscetíveis de progredir; os Espíritos inferiores, com os homens viciosos ou que podem viciar-se; daí o seu apego, resultante da semelhança de sensações” (Questão n. 484, de O livro dos Espíritos, de Allan Kardec).
O apóstolo Paulo, em suas notáveis epístolas, afirmou categoricamente que “estamos cercados por uma multidão de testemunhas”, deixando bem claro que todos nós caminhamos tendo espiritualmente ao lado aqueles que se afinizam conosco.
Ante o nosso comportamento e postura de vida, atraímos para o convívio as amizades espirituais que vivem no mesmo patamar. Os Espíritos, que são nós mesmos quando desencarnados, se vinculam aos encarnados pela força do pensamento. Os homens bons chamam a atenção dos Espíritos bons, enquanto as criaturas más despertam os interesses dos desencarnados da mesma natureza.
Obviamente, a escolha é sempre nossa, e, naturalmente, os reflexos dessas amizades produzem bons ou maus resultados, de acordo, certamente, com as vibrações íntimas de cada relacionamento. Por isso, é indispensável refletir no tipo de vida que estamos levando. Quem semeia um canteiro de flores, por certo, experimentará a feliz sensação da primavera, já quem planta um espinheiro não poderá esperar outra coisa senão os ferimentos decorrentes das perfurações.
Tendo a certeza disso, buscando pelo nosso bem-estar, prudente será pautar as nossas ações com base no bem, sempre no bem, até mesmo por questão de inteligência, pois que somente assim lograremos desfrutar a vida de paz e serenidade que sempre almejamos. E para fazer o bem basta que olhemos ao nosso redor e de imediato vislumbraremos uma gama enorme de possibilidades de ser útil.
Crianças desnutridas e carentes de afeto passam frequentemente ao nosso lado, cujos olhares sofridos lançam silenciosos pedidos de socorro. Ao ampará-las, dentro das nossas possibilidades, chamamos para junto de nós a presença de Espíritos superiores, que desejando ajudá-las nos ajudam também.
Mães desesperadas por não poderem atender às necessidades básicas da família, ante a fome dos filhinhos, sem palavras estendem mãos suplicantes esperando a nossa sensibilidade e nosso altruísmo. Socorrendo-as, conforme pudermos, abrimos um canal de comunicação com os emissários divinos, que, utilizando a nossa boa vontade, aliviam os padecimentos dessas genitoras sofridas e, por consequência, acabam por nos proteger também.
Idosos sem lar, vivendo ao abandono, refletem triste realidade social, requerendo providências urgentes, em nome da fraternidade e do respeito à dignidade humana. Aliviando os padecimentos deles, enviamos ao mundo espiritual uma mensagem de solidariedade que atrairá os Espíritos sensíveis e generosos, que prestarão socorro à velhice abandonada, refletindo em nós também.
Pela mesma lei, a da afinidade e da sintonia, obviamente que os gestos infelizes, desequilibrados e maus enviam, do mesmo modo, recados ao mundo espiritual, despertando o interesse e a atenção dos Espíritos inferiores, que virão em atendimento aos nossos apelos mentais, intensificando os nossos gestos desalinhados e nos causando sérios prejuízos.
A mão que distribui flores fica perfumada, e a mão que atira detritos retém a sujeira e o mau cheiro. A escolha, obviamente, pertence a cada criatura.
Não há notícias de que o mal, em lugar algum, tenha rendido qualquer benefício ao praticante. Já o bem, em todos os lugares e em todos os tempos sempre foi e é a incomensurável fonte da paz, da alegria e da felicidade entre os homens.
Meditemos…
Fonte:
O livro dos Espíritos, Allan Kardec.