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irUm artigo publicado na revista Explore, edição de janeiro-fevereiro de 2021, páginas 78-93, apresenta um relato de caso sobre a recuperação instantânea da visão em uma paciente cega por 12 anos devido à Degeneração Macular Juvenil (DMJ) após Prece Intercessória Proximal (PIP), feita junto ao paciente. A Explore – The Journal of Science & Healing é uma revista interdisciplinar bimestral que publica artigos revisados sobre medicina alternativa, apresentando os princípios científicos por trás de curas e práticas baseadas em evidência de uma variedade de fontes, incluindo medicina convencional. Foi criada em 2005 e é publicada pela Editora Elsevier. Para quem desejar ler o artigo na íntegra, este é o endereço: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1550830720300926
No relato consta que uma jovem de 18 anos perdeu a maior parte de sua visão central no decorrer de 3 meses em 1959. O exame oftalmológico realizado em 1960 indicava Acuidade Visual menor que 20/400 em ambos os olhos, o que corresponde à cegueira legal. O fundo do olho apresentava áreas branco-amareladas de atrofia na região macular e foveal (permite que uma pessoa possa ver detalhes), e a paciente foi diagnosticada com DMJ e declarada legalmente cega.
Em 1972, tendo permanecido cega por 12 anos, a paciente recuperou instantaneamente a visão após receber a PIP. Os relatórios médicos subsequentes ao fato reportaram melhora substancial da acuidade visual, passando a paciente a apresentar de 2001 a 2017 visão considerada normal (20/30 a 20/40) com os óculos prescritos.
Um caso único na literatura
Esse caso de recuperação visual após cegueira consequente de DMJ é único na literatura, e o mais intrigante é que não existem tratamentos clínicos nem cirúrgicos para essa patologia, assim como não existem relatos de casos de recuperação da visão desses pacientes, nem instantânea, nem a longo prazo. Nos dias atuais, a terapia genética e o tratamento com células-tronco vêm sendo estudados como possíveis opções de tratamento.
Esse relato de caso se refere à extraordinária recuperação da visão associada à prece, uma prece em que o intercessor entra em contato direto com o doente e faz uma oração em seu favor que pode durar até 15 minutos, podendo este tocar ou não no paciente. Nesse caso, o intercessor pediu diretamente a Deus pela curada cegueira da paciente, sendo esta sua esposa e ele um pastor evangélico. A paciente conta que seu marido se ajoelhou ao lado da cama onde ela permanecia deitada e orou com muito sentimento e confiança, mantendo uma das mãos sobre seu ombro. No final da prece, ela abriu os olhos e viu seu marido ajoelhado ao pé da cama, foi sua primeira percepção visual após 13 anos de escuridão.
A Medicina do futuro se baseará não apenas no corpo físico, pois aceitará a existência do Espírito e do Perispírito e sua ligação molécula a molécula ao corpo físico. Isso tornará a prece, o passe e a água fluidificada tratamentos regulares, e não mais ‘alternativos’ ou ‘miraculosos’.
Preces intercessórias e o fluido universal
Na questão n. 659 – “Qual o caráter geral da prece?” de O livro dos Espíritos, lemos que “A prece é um ato de adoração a Deus. Orar a Deus é pensar nele; é aproximar-se Dele; é pôr-se em comunicação com Ele. Pela prece podemos fazer três coisas: louvar, pedir, agradecer”. Segundo as escrituras: oração é uma via de mão dupla através da qual o crente, com seu clamor, chega à presença de Deus, e este vem ao seu encontro com respostas.
Após as preces de intercessão, a observação dos seus efeitos varia muito, desde efeito não aparente até extraordinárias melhorias de condições não esperadas de se obter melhora pela Medicina. A prece é o mais comum dos tratamentos complementares e de medicina alternativa. A prece é tanto mais poderosa quanto mais pura for a alma e as intenções de quem ora.
Para entendermos a cura física por preces intercessórias, devemos nos lembrar que o fluido universal é o elemento primitivo do corpo carnal e do perispírito. Pela identidade de sua natureza, esse fluido condensado no perispírito pode fornecer princípios reparadores ao corpo. O Espírito encarnado ou desencarnado é o agente propulsor que infiltra num corpo deteriorado uma parte da substância de seu envoltório fluídico. A cura se processa então pela substituição de uma molécula malsã por uma molécula sã (André Luiz).
O valor curativo estará ainda na razão direta da pureza da substância inoculada, pureza da fonte geradora, embora dependa também da vontade de quem ora, que, quanto maior for, tanto mais abundante emissão fluídica provocará e tanto maior força de penetração dará ao fluido. Os fluidos que emanam de uma fonte impura são como substâncias medicamentosas alteradas (Gênesis, cap. 14, item 31).
Leia +: Diário de um médico – A consulta não foi só do meu paciente, também foi minha!
A importância da receptividade
André Luiz esclarece sobre a receptividade por parte de quem está recebendo o tratamento espiritual, seja ele por meio de passes ou preces, para a sua eficácia: “O processo de socorro é tanto mais eficiente quanto mais intensa se faça a adesão do beneficiário, de vez que a vontade do paciente, erguida ao limite máximo de aceitação, determina sobre si mesmo os mais elevados potenciais de cura. As ondas mentais do paciente se condensam mecanicamente na direção do trabalho restaurador, passando a sugeri-lo às entidades celulares do veículo em que se expressam, e os milhões de corpúsculos do organismo psicossomático tendem a obedecer instintivamente às ordens recebidas, sintonizando-se com os propósitos do comando espiritual que os agrega”.
Essa é, a meu ver, a explicação para essa cura inédita nos anais da oftalmologia mundial. A ciência não consegue explicar esse caso, apenas o relatou, apresentando resultados de exames clínicos da paciente durante os primeiros anos da cegueira e depois resultados de exames que se tornaram disponíveis ao longo dos anos, com a evolução tecnológica da oftalmologia, todos eles corroborando a cegueira por alterações “irreversíveis” da região macular, responsável pela visão central. Os exames de imagem feitos após a recuperação da visão, em ambos os olhos da paciente, revelaram alterações mínimas como drusas esparsas no polo posterior do olho, em sua região macular, ressaltando o desaparecimento das lesões típicas da patologia inicial.
Lembrando aqui que, devido à programação reencarnatória dos indivíduos, existem enfermidades que por necessidade do Espírito não são passíveis de serem curadas. Emmanuel, no livro Pensamento e vida, capítulo 28, esclarece: “Há moléstias que têm, sem dúvidas, função preponderante nos serviços de purificação do Espírito, surgindo com a criatura no berço, seguindo-a por anos a fio, às vezes até o túmulo”.
Nesse mesmo capítulo, o benfeitor espiritual nos alerta sobre as doenças do corpo somático geradas pelos reflexos infelizes da mente, sejam eles rancores guardados, desregramentos que levam a condutas aviltantes, melindres, o não perdão etc. Porém esse não é o assunto deste artigo, em que pretendemos elucidar à luz dos ensinamentos espíritas a cura “miraculosa” de uma doença orgânica (cegueira), estabelecida por longos 12 anos e com alterações detectáveis na mácula, documentadas por exames de imagem.
A Medicina do futuro se baseará não apenas no corpo físico, pois aceitará a existência do Espírito e do Perispírito e sua ligação molécula a molécula ao corpo físico. Isso tornará a prece, o passe e a água fluidificada tratamentos regulares, e não mais “alternativos” ou “miraculosos”.
Lizabel Gemperli é médica oftalmologista e diretora do Instituto da Saúde Ocular do Mato Grosso do Sul. Membro da Diretoria da Sociedade Brasileira de Catarata e Refrativa, também faz parte da Associação Médico-Espírita do Mato Grosso do Sul e da Sociedade Espírita Bezerra de Menezes em Campo Grande.
Leia +: O que assistimos influencia o nosso pensamento e o nosso modo de viver?