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irCertamente, você já deve ter ouvido muitos comentarem que “as crianças de hoje em dia são muito mais espertas do que as de antigamente e, inclusive, aprendem mais rápido”. É realmente impressionante observarmos a facilidade com que as gerações mais novas lidam com a informação e aprendem as coisas.
O aumento expressivo de estímulos aos quais, desde o nascimento, as crianças são expostas promove avanços acelerados no processo de aprendizagem. Estudiosos e pesquisadores são enfáticos em dizer que é na primeira infância que se criam bases sólidas para aprendizagem. Nessa fase, o cérebro das crianças tem uma grande plasticidade para se remodelar em função das experiências e há uma maior predisposição em aprender que poderá ser notada nas etapas posteriores. Ou seja, investir em educação nos primeiros anos de idade é fundamental para um desempenho escolar de qualidade.
Segundo um estudo conduzido pela Fundação Carlos Chagas, crianças que tiveram acesso a uma educação de boa qualidade apresentaram um desempenho de 12% melhor na Provinha Brasil, avaliação aplicada aos alunos matriculados no 2° ano do Ensino Fundamental da rede pública. As pesquisas sobre essa capacidade de aprendizagem são fascinantes e nos colocam diante de um compromisso, enquanto sociedade, que é o de proporcionarmos as melhores condições de aprendizagem nessa fase da vida para que o resultado no futuro possa ser o melhor possível. Afinal de contas, é zelando por essa fase que se garantirá uma aquisição intelectual para a vida muito melhor.
Sem dúvida alguma, com a responsabilidade e os investimentos corretos, o avanço intelectual será certo. Mas, podemos nos perguntar, essas aquisições são as mais importantes para as crianças? Antes de respondermos à questão, vale ressaltar que esse desenvolvimento na primeira infância deve ser observado com cuidado, para que não se transforme em uma pressão para crianças. Muitos pais e tutores exageram nas atividades extracurriculares, nas pressões por resultados etc. Então, é preciso cuidado para não exagerar.
“Passada a época infantil, credora de toda vigilância e carinho por parte das energias paternais, os processos de educação moral, que formam o caráter, tornam-se mais difíceis com a integração do Espírito em seu mundo orgânico material, e, atingida a maioridade, se a educação não se houver feito no lar, então, só o processo violento das provas rudes, no mundo, pode renovar o pensamento e a concepção das criaturas” (Emmanuel)
Bom, para respondermos sobre quais devem ser as aquisições importantes, devemos pensar que o equilíbrio é fundamental. Como é de nosso conhecimento na Doutrina Espírita, Kardec, na famosa questão n. 780 de O livro dos Espíritos, questionou se o progresso moral seria decorrente do progresso intelectual, ou seja, se assim o for, com maior conhecimento intelectual poderíamos conquistar nosso progresso moral, e os espíritos responderam: “Decorre deste, mas nem sempre o segue imediatamente”. E o mestre lionês prossegue perguntando: “Como pode o progresso intelectual engendrar o progresso moral?” E a resposta é clara: “Fazendo compreensíveis o bem e o mal. O homem, desde então, pode escolher. O desenvolvimento do livre-arbítrio acompanha o da inteligência e aumenta a responsabilidade dos atos”.
Para concluir, Kardec deseja saber ainda: “Como é, nesse caso, que, muitas vezes, sucede serem os povos mais instruídos os mais pervertidos também?” Assim vemos a grande constatação na colocação dos Espíritos: “O progresso completo constitui o objetivo. Os povos, porém, como os indivíduos, só passo a passo o atingem. Enquanto não se lhes haja desenvolvido o senso moral, pode mesmo acontecer que se sirvam da inteligência para a prática do mal. O moral e a inteligência são duas forças que só com o tempo chegam a equilibrar-se”.
Diante disso, devemos nos perguntar: qual é a educação que estamos oferecendo para as nossas crianças? Infelizmente, a resposta não é a intelectual, uma vez que, sabemos, sobretudo em nosso país as condições são precárias. Mas quando se trata de crianças e adolescentes de uma classe social privilegiada com inúmeros estímulos para o seu desenvolvimento, vale a pergunta: se estamos legando a elas também os valores morais tão necessários para o seu desenvolvimento, ou simplesmente preocupados com um desempenho intelectual, social e financeiro adequado. Investe-se tudo para o “sucesso” de filho, porém sabemos que, sob a ótica do Espírito eterno, o verdadeiro êxito existencial não são as conquistas materiais.
Ensinam-nos os benfeitores espirituais André Luiz e Emmanuel que até os 7 anos a integração do Espírito com o corpo físico ainda é incompleto. Em O Consolador, Emmanuel, na questão n. 109, é muito direto a esclarecer que: “O período infantil é o mais sério e o mais propício à assimilação dos princípios educativos. Até aos 7 anos, o Espírito ainda se encontra em fase de adaptação para a nova existência que lhe compete no mundo. Nessa idade, ainda não existe uma integração perfeita entre ele e a matéria orgânica”. E alerta-nos sobre a Educação Moral: “Passada a época infantil, credora de toda vigilância e carinho por parte das energias paternais, os processos de educação moral, que formam o caráter, tornam-se mais difíceis com a integração do Espírito em seu mundo orgânico material, e atingida a maioridade, se a educação não se houver feito no lar, então, só o processo violento das provas rudes, no mundo, pode renovar o pensamento e a concepção das criaturas, porquanto a alma reencarnada terá retomado todo o seu patrimônio nocivo do pretérito e reincidirá nas mesmas quedas, se lhe faltou a Luz interior dos sagrados princípios educativos”.
E para não deixar dúvidas, o benfeitor ainda reforça o papel dos pais:
“Deve nutrir-se o coração infantil com a crença, com a bondade, com a esperança e com a fé em Deus. Agir contrariamente a essas normas é abrir para o faltoso de ontem a mesma porta larga para os excessos de toda sorte, que conduzem ao aniquilamento e ao crime”.
A responsabilidade dos pais e educadores para com a educação moral na primeira infância passa a ser primordial e essencial a tal ponto que ela pode evitar novos equívocos ou reincidências para o Espírito reencarnante. Se as pesquisas científicas comprovam a capacidade de uma educação intelectual consistente quando se estimula a criança, o que podemos pensar de resultados práticos para o mundo se a educação moral tiver o mesmo peso, ou até maior, na formação de nossos futuros cidadãos?
A busca pela educação de qualidade para todos é um compromisso mútuo, como bem nos ensinou Kardec, o desenvolvimento intelectual é um importante esteio para o progresso moral, mas não o garante. Se na escola da vida terrena o conhecimento das letras, a álgebra, a física e a química podem garantir uma posição de destaque na sociedade, nas fileiras de aprendizado da vida eterna são os exemplos de empatia, caridade, perdão, fé e amor que irão conferir ao Espírito o avanço moral.
Vale repensarmos se desejamos formar mais CEOs para o amanhã, ou investirmos na formação de mais cristãos. Reflitamos. O que podemos fazer hoje pela educação moral de nossas crianças, com certeza, semearemos as bases sólidas do Mundo de Regeneração.