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irNão me lembro exatamente quantos anos tinha na primeira vez que vi o Chico, devia ter uns 6 ou 7 anos. Meu pai e minha mãe (José Freitas Nobre e Marlene Nobre) participavam das ações e dos trabalhos no Grupo Espírita da Prece. Como eu e meu irmão, Marcos, éramos pequenos, tínhamos que ficar sempre com alguém no carro ou na parte de fora da casa. Recordo que era muito impactante para mim um mar de gente dentro e fora da casa. Lembro-me de ir ao meio das pessoas até uma das janelas da residência e ver as pessoas sentadas à mesa, mantendo o teor vibratório, e o Chico com os olhos fechados, uma mão na testa, o lápis na outra, o papel sobre a mesa e escrevendo.
Mas o Chico já era presente na minha vida muito antes dessa lembrança: ele foi o responsável pela minha reencarnação. Minha mãe era estudante de Medicina na Universidade Federal de Uberaba e secretariou o Chico durante o período dela na universidade e residência, participando dos trabalhos sociais e também do Grupo Espírita da Prece. O meu pai, à época, era vice-prefeito de São Paulo e conheceu o Spártaco Ghilardi, presidente do grupo espírita Batuíra, em São Paulo (SP). Ele se encantou pelo trabalho deles e contou que tinha uma enorme curiosidade de conhecer o Chico Xavier, “essa figura humana que nem parece humana”.
Spártaco então levou meu pai para Uberaba (MG). Eles ficaram na fila horas e horas, e quando o meu pai estava se aproximando do Chico, reparou que ele o olhava, dava risada e balançava a cabeça. Meu pai imaginou que talvez ele o tivesse reconhecido de alguma entrevista em algum veículo. Ao se aproximar do Chico, ele o chamou pelo nome: “doutor Freitas Nobre, eu estava o aguardando. Estou aqui com Emmanuel e ele está dizendo que eu tenho de apresentá-los, doutor Freitas, doutora Marlene, doutora Marlene, doutor Freitas”. Minha mãe estava sentada ao lado do Chico. Foi assim que se conheceram e logo começaram a namorar.
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Do meu convívio com o Chico, lembro-me de muita coisa. Ele adorava os cachorros dele, e eles eram loucos por ele, ficavam no pé, no colo. Depois que terminavam os trabalhos do Grupo Espírita da Prece, sempre tarde da noite, ele convidava algumas pessoas próximas para irem para a casa dele para tomar uma sopa, um chá ou um café com bolo e ficava conversando até tarde da madrugada. Todos sempre davam muita risada porque o Chico tinha um humor muito fino, falava cada coisa gostosa.
Uma noite quando criança, com muito sono, o Chico falou para eu me deitar no quarto dele, que ficava de frente para a mesa onde todos estavam conversando. Deitei-me na cama de lado, para continuar olhando o Chico. Ele então muito do danado virou e disse: “vocês não acreditam o que aconteceu comigo ontem à noite: alguns credores do passado vieram na minha cama me pegar enquanto estava dormindo”. Mesmo quase dormindo, ao ouvir aquilo, dei um pulo e corri para a sala. Daí foi uma risada geral. Nunca soube se isso era real ou se o Chico estava fazendo brincadeira comigo.
Nunca vi o Chico triste, chateado, fazendo cara de emburrado. Mesmo quando estava muito doente, não reclamava, estava sempre com um sorriso, sempre de bom humor, era impressionante. Outra coisa que era muito marcante para mim era que toda vez que saía da casa dele, eu parava na porta da cozinha, olhava para trás e ele estava sentado na cadeira dele e me mandava um beijo.
Quero dividir nesta minha singela homenagem ao Chico algo que poucos sabem. Estava no meu escritório um dia perto da hora do almoço, toca o meu telefone e vejo que é um amigo da minha família, o Oceano Vieira de Mello. Ele estava almoçando com Bruno Wainer, então presidente da Paramount Filmes no Brasil, e o estava convencendo a fazer um filme sobre a vida do Chico. E eles queriam que eu falasse com o Eurípedes, filho do Chico (e eu digo filho do Chico porque ouvi a vida inteira ele o chamar de filho e tratá-lo como tal) para que ele desse a autorização. Eurípedes estava relutante, e o convenci a nos receber em Uberaba para falarmos sobre o projeto.
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No voo de volta, me bateu um enorme desespero. Comecei a pensar sobre a responsabilidade e o risco de ser o instrumento de um filme de uma pessoa que você ama e no final a obra retratá-lo de uma forma não tão positiva ou realista. Não comentei com ninguém, mas estava decidido a falar com o Eurípedes quando pousasse em São Paulo e pedir para ele não aprovar a obra. Cheguei em casa, esqueci de ligar para ele. No dia seguinte, fui trabalhar, tive um dia muito ocupado e não consegui ligar para o Eurípedes. Era também o meu dia de ir ao Grupo Espírita Cairbar Schutel para participar dos trabalhos mediúnicos. Na comunicação no término da sessão, quando geralmente recebemos uma mensagem de um Espírito mais elevado, todos os presentes muito concentrados, aquele silêncio absoluto, e ouvimos o seguinte: “querido amigo Marcelo, Jesus me permitiu vir aqui falar com você para acalmar seu coração. Somos nós que estamos por trás do filme, você é um instrumento. Você fez muito bem aquilo que nós precisávamos que tivesse feito e nós daremos continuidade a esse projeto, porque é um projeto da espiritualidade. Receba um grande abraço fraterno e agradecido do seu amigo Vanucci (Augusto César Vanucci, ator, produtor e diretor de televisão)”.
Chico Xavier foi a maior pessoa que conheci na minha vida. Quando penso nele, em seu compromisso existencial, vejo o quanto sou pequeno. Chico exemplificou, não julgava, não tinha nenhuma expressão triste ou negativa. Enxergava todo mundo como verdadeira irmã e verdadeiro irmão, com muito carinho, acolhendo a todos. Chico era o amor na sua essência, fazia exatamente tudo aquilo que pregava, assim como Jesus.