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Fluido cósmico universal ou éter

“Há um fluido etéreo que enche o espaço e penetra os corpos. Esse fluido é o éter ou matéria cósmica primitiva, geratriz do mundo e dos seres” (Kardec, 2001, cap. VI, item 10).

A matéria é formada de um único elemento primitivo. Os corpos que considerais simples não são verdadeiros elementos, são transformações da matéria primitiva” (Kardec, 1994, questão n. 30).

Tales de Mileto (640-548 a.C.), pertencente à Escola Jônica, foi o primeiro a receber o nome de sábio e considerado, por isso, o pai da filosofia grega, assim como foi a primeira pessoa a indagar qual seria o princípio de todas as coisas.

Em seguida, Anaximandro (610-547 a.C.), também oriundo da Escola Jônica, sugeriu que o princípio de todas as coisas é o ilimitado, o ápeiron (ἄπειρον), e que tudo provém dessa substância eterna e indestrutível, infinita e invisível.

Para Aristóteles (384-322 a.C.), de Estagira, não existia o vazio, pois o éter seria a quinta-essência, o elemento etéreo que compõe as esferas celestes distinto dos quatro princípios de Empédocles (483-430 a.C.): terra, fogo, ar e água.

Significativa também é a afirmação do mais célebre dos filósofos árabes da Idade Média, Averróis (1126-1198), de que “Deus criou desde toda a eternidade; todas as coisas criadas, inclusive o homem, procedem de Deus por emanação (Japiassu; Marcondes, 1996, p. 21).

Assim, desde a Antiguidade, o éter tem sido concebido como uma substância etérea e imaterial que preenche todo o Universo, e este “é a condensação do amor de Deus e somente através do amor será sentido, enquanto pela inteligência será compreendido”, segundo Joanna de Ângelis (2015, p. 17).

A moderna noção de éter nasceu com René Descartes (1596-1650), pois “foi o primeiro a introduzir o éter na ciência, ao postular que ele tinha propriedades mecânicas”, levando-o, em 1644, em uma visita à França, ter declarado que o Universo é totalmente preenchido por um éter onipresente. Como para ele não existia espaço vazio, “concluiu que as partículas se moviam na medida em que tomavam o lugar de outras partículas, também em movimento. Portanto, o movimento de uma partícula do éter envolvia o movimento de uma corrente fechada de partículas e ambos poderiam constituir vórtices” (Por que…, 2023),

Sequencialmente, o matemático e físico inglês Isaac Newton (1642-1727) iniciou um debate de que a luz seria constituída por partículas muito pequenas, levando Olaus Romer (1644-1710) a concluir que ela também poderia ser constituída de ondas no meio transparente que preenche o espaço (o éter luminífero), conforme sugeriu o físico Christiaan Huygens (1629-1695) (Martins, 2023).

Grandes cientistas, como Agustin Jean Fresnel (1788-1827), Jacques Babinet (1794-1872), George Gabriel Stokes (1819-1903), James Clerk Maxwell (1831-1879), entre muitos outros, deram continuidade às pesquisas sobre a existência do éter, culminando com o experimento científico, em 1887, realizado pelos cientistas Albert A. Michelson (1852-1931) e Edward W. Morley (1838-1923), denominado Interferômetro de Michelson, considerado até os dias de hoje como o mais importante experimento científico que não deu certo, por não conseguir comprovar a existência do éter, particularmente por ter sido realizado a nível do mar e com um equipamento rudimentar, o que nos oportuniza relembrar a frase do astrônomo e astrofísico Carl Sagan (1934-1996) de que “a ausência de evidência não significa evidência de ausência”.

Nesse contexto, o físico britânico, J. J. Thomson (1856-1940), em 1909, insistiria que “o éter não é uma criação fantástica do filósofo especulativo; é tão essencial para nós como o ar que respiramos” (Bryson, 2005, p. 127).

Em 1986, a revista cientifica interdisciplinar Nature publicou o resultado do experimento intitulado “relatividade especial”, patrocinado pela Força Aérea Americana e realizado pelo físico Ernest Wilbur Silvertooth (1916-2000), que teria detectado movimento no campo do éter, conforme Max Planck (1858-1947) havia sugerido em 1944, segundo Gregg Braden (1954- ) (apud Braden, 2008).

Albert Einstein (1879-1955), em 1920, declarou que “O espaço não é vazio e tem qualidades físicas. Existe um éter, um meio sem qualidade mensuráveis. O éter determina os eventos sobre matéria e energia. Pode ser o portador de campos eletromagnéticos que ocorrem no vácuo” (CREF, 2017; Ether…, 2017).

Apesar dessa manifestação de Einstein, em 1920, após o falecimento de Michelson, em 1931, ele voltou atrás sobre a existência do éter e, por não conseguir acomodar suas grandezas matemáticas em uma fórmula, concluiu que ele não existia, decidindo, então, abolir esse conceito, substituindo-o pelo Campo de Einstein (Luiz, 2010, cap. 3). Mesmo tendo tomado tal decisão, aquele nobre cientista deixou algumas citações que nos ajudou a melhor compreender o mundo em que vivemos, como, por exemplo: “No que diz respeito à matéria, estamos errados. Aquilo a que chamamos matéria é pura energia, cuja vibração foi tão reduzida quanto a percepção dos sentidos (Castro, 2020).

Dessa forma, depois de Einstein e da Física Quântica, o termo “matéria” tornou-se obsoleto, sendo substituído por energia, o que levou o Espírito André Luiz (2010, cap. 3), em 1959, revelar que “conhecemos a gama das ondas, sabemos que a luz se desloca em feixes corpusculares que denominamos ‘fótons’, não ignoramos que o átomo é um remoinho de forças positivas e negativas, cujos potenciais variam com o número de elétrons ou partículas de forças em torno do núcleo, informamo-nos de que a energia, ao condensar-se, surge como massa para transformar-se, depois, em energia; entretanto, o meio sutil em que os sistemas atômicos oscilam não pode ser equacionados com os nossos conhecimentos. Até agora temos nomeado esse ‘terreno indefinível’ como sendo o ‘éter’”; informando, complementarmente, que “a matéria é também condensação de energia” (Luiz, 2016, cap. 1).

Tendo presente essas considerações de André Luiz, pode-se inferir, como por hipótese, que pela fórmula einsteiniana E=MC2, em que energia está associada ao elétron como onda de possiblidades e massa associada ao mesmo elétron se manifestando como partícula pela decisão de um observador, o Espírito Imortal, encarnado ou não. Considere-se, também, que a massa de um objeto é proporcional à sua própria energia.

Nesse mesmo contexto, o Espírito Joanna de Ângelis (2015, cap. 1) registra que “a física quântica já desmistificou a matéria, avançando gloriosamente para a energia, alcançando as tecelagens sutis do Espírito, que é o Princípio Inteligente do Universo, quase conseguindo identificar o mundo causal de onde tudo procede”.

Nesse sentido, considere-se que toda energia volta sempre ao reservatório do éter universal, assim como, com o tempo, as fórmulas acadêmicas se renovarão em outros conceitos da realidade transcendente, permitindo a cosmologia ampliar os seus limitados conhecimentos de somente 5% do Universo, possibilitando à ciência humana romper as barreiras dos seus pobres cinco sentidos (Emmanuel, 2006, questões n. 17-19).

Dessa forma, pautando-se pela questão n. 27 de O livro dos Espíritos (Kardec, 1994), pode-se inferir que Deus, como Inteligência Suprema, causa primária de todas as coisas, o Espírito, como Ser Inteligente, e a matéria são o princípio de tudo que existe, sendo a matéria (luz coagulada) um estágio transitório do fluido cósmico universal/éter (Kardec, 2001, cap. XIV, item 6).

Esse fluido cósmico universal/éter, como estado negativo (Emmanuel, 2017, cap. 33, item 33.3) e não inteligente (Kardec, 2004, parte segunda, cap. 4, item 74.6; 2001, cap. II, itens 22; 23), seria o princípio da vida orgânica, mas não da vida intelectual, pois o Espírito, como Ser Inteligente, um estado positivo dessa mesma substância, necessita desse fluido/éter para manifestar sua inteligência, nos termos da questão n. 25 de O Livro dos Espíritos (Kardec, 1994).

Dessa forma, o fluido/éter, como matéria elementar primitiva, se apresenta passivamente em dois estados distintos, o de eterização ou imponderabilidade, seu estado normal e primitivo, pertencente ao mundo invisível e de materialização ou de ponderabilidade, pertencente ao mundo visível (Kardec, 2001, cap. XIV, item 2).

Segundo Kardec (2001, cap. VI, item 10), em 1868, as forças que presidiram as metamorfoses da matéria são inerentes ao éter, pois se trata de leis imutáveis que regem o mundo. Essas formas múltiplas e combinações diversificadas em seus modos de ação são conhecidas na Terra como gravidade, coesão, afinidade, magnetismo e eletricidade ativa, com movimentos vibratórios denominados como som, luz, calor etc.

Finalmente, em uma inferência lógica de sabor científico, e considerando-se que o próprio Kardec passou a designar o éter como matéria cósmica primitiva, há que se possa ter presente que o fluido cósmico universal/éter possui ação passiva no mundo espiritual (microcosmo, acima da velocidade da luz) e no mundo material (macrocosmo, abaixo da velocidade da luz).

Segundo Emmanuel (2006, questão n. 19), os homens possuem da matéria (fluido cósmico universal/éter) a conceituação possível de ser fornecida por sua mente, compreendendo-se que o aspecto real do mundo não é aquele que os olhos mortais podem abranger. Chegará o momento em que a ciência irá compreender que o Universo e, por extensão, todos os corpos celestes, todos os seres orgânicos e inorgânicos são frequências do éter, incluindo nossos corpos físicos.

Finalmente, há que se considerar que, segundo o médium Divaldo Pereira Franco (2008), além das quatro leis aceitas pela ciência humana – Lei da gravidade, do eletromagnetismo, a Lei quântica forte e a Lei quântica fraca – vem aí uma quinta lei da natureza: a Lei do fluido cósmico universal/éter. Assim, conforme nos ensina André Luiz (1958), em Evolução em dois mundos, o fluido cósmico universal/éter é o plasma divino, o hausto do Criador, a força nervosa do todo Sábio, pois, nesse elemento primordial, vibram e vivem constelações e sóis, mundos e seres, como peixes no oceano.

Referências

ÂNGELIS, Joanna de (Espírito). Dias gloriosos. Psicografado por Divaldo Franco. 5. ed. Salvador: Leal, 2015.

BRADEN, Gregg. A matriz divina. São Paulo: Cultrix, 2008.

BRYSON, Bill. Breve história de quase tudo. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.

CASTRO, Heitor. Solfeggio e o seu intelecto. 2020. Disponível em: https://administradores.com.br/artigos/solfeggio-e-o-seu-intelecto.  Acesso em: 31 ago. 2023.

CENTRO DE REFERÊNCIA PARA O ENSINO DE FÍSICA (CREF). Einstein em 1920 admitiu a existência do éter descartado em 1905 pela Teoria da Relatividade Restrita? 2017. Disponível em: https://cref.if.ufrgs.br/?contact-pergunta=einstein-em-1920-admitiu-a-existencia-do-eter-descartado-em-1905-pela-teoria-da-relatividade-restrita.  Acesso em: 31 ago. 2023.

EMMANUEL (Espírito). Emmanuel. Psicografado por Francisco Cândido Xavier. 28. ed. Brasília, DF: FEB, 2017.

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ETHER and the Theory of Relativity. In: WIKISOURCE. 2023. Disponível em: https://en.wikisource.org/wiki/Ether_and_the_Theory_of_Relativity.  Acesso em: 31 ago. 2023.

FRANCO, Divaldo Pereira. Constelação familiar. 4 maio 2008. Salvador. DVD 2, aos 46m:40s a 47m11s.

JAPIASSU, Hilton; MARCONDES, Danilo. Dicionário básico de filosofia.3. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1996.

KARDEC, Allan. O livro dos médiuns. São Paulo: Petit, 2004.

______. A Gênese: os milagres e as predições segundo o Espiritismo. 20. ed.São Paulo: Lake, 2001.

______. O livro dos Espíritos. Araras, SP: IDE, 1994.

LUIZ, André (Espírito). Libertação. Psicografado por Francisco Cândido Xavier. Brasília, DF: FEB, 2016. (Coleção A Vida no Mundo Espiritual, 6).

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