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ir“O futuro pode ser revelado ao homem? Em princípio, o futuro lhe é oculto e só em casos raros e excepcionais Deus lhe permite a sua revelação” (Kardec, O livro dos Espíritos, questão n. 868).
Vivendo aqui na Terra, no atual estádio evolutivo em que nos encontramos, não é nada fácil administrar o presente, com toda sua complexidade. Imaginamos ter ainda o acréscimo de revelações do que nos ocorrerá nos dias do futuro? Por certo, seria uma sobrecarga de emoções, expectativas e ansiedades que pesariam sobre nossos ombros, com sérias e preocupantes consequências para a nossa vida mental. Por essa razão, as sábias e prudentes leis divinas nos posicionam com os limites da vida presente, permitindo, somente em casos raríssimos, que o véu do futuro seja levantado.
Tendo essa consciência, será inútil ou mesmo pouco proveitosa qualquer tentativa de vislumbrarmos o que nos espera no porvir. Mais sensato e lógico é viver bem cada oportunidade que Deus nos concede hoje. Assim, desaconselhável será procurar por quem possa nos informar sobre o amanhã. Primeiro, pela inutilidade dessas possíveis informações, segundo, pelo risco que se corre de ser enganado por criaturas desprovidas de honestidade ou mesmo por ignorância.
Temos tanto o que fazer no presente, em busca do atendimento aos nossos deveres e compromisso da reencarnação em curso, que se realmente aproveitarmos o manancial de recursos que a Providência Divina disponibiliza em nosso favor, não restará tempo para divagações ou procura por aquilo que se realizará em outras oportunidades.
Sabemos, com plena clareza, mediante as abundantes informações que nos são passadas pelos Espíritos benfeitores, que colhemos hoje os frutos das sementes que plantamos ontem, e isso nos leva a concluir, com certeza, que ceifaremos amanhã de acordo com a semeadura de hoje. Assim, vivendo no bem e cultivando sempre o bem, não teremos qualquer dúvida de que o futuro será bom.
Melhor, então, e bem mais racional, que cuidemos devidamente do presente, dando atenções e declinando responsabilidades com os nossos deveres de agora, que não são poucos. Se conhecêssemos o futuro, por certo negligenciaríamos o presente e, com prejuízos incalculáveis, não teríamos a mesma liberdade e iniciativa de agora, pois seríamos dominados pelas emoções do que iria ou não acontecer. Nada sabendo sobre os dias do futuro, seguimos nossa vida no presente dentro da normalidade, empreendendo esforços e laborando firmemente em busca do nosso crescimento espiritual.
Desse modo, que consigamos utilizar nosso tempo e nosso desejo de saber o que nos está reservado para o tempo que ainda não chegou em atividades e realizações no momento, executando o programa de trabalho e aprimoramento que traçamos. Estudemos mais, trabalhemos mais, sirvamos mais, amemos mais…
Ao nosso redor pululam oportunidades para ajudarmos a construir um mundo melhor, partindo da melhoria de nós mesmos. Assim, se não é conveniente que tenhamos nosso futuro revelado, será conveniente que nos ocupemos no presente, com total interesse e dedicação ao próximo, dessa forma contribuindo, decididamente, para que o futuro de todos seja, no momento certo, uma realização plena de serenidade e paz.
A vida de hoje tem sua base no passado, portanto, pela forma que conduzirmos a nossa existência agora estaremos projetando o futuro. Vivamos de tal maneira, dentro dos preceitos evangélicos, que mesmo sem ter o nosso futuro revelado, saibamos, pela lei de causa e efeito, ação e reação, que ele será repleto de alegrias e infindáveis realizações. Reflitamos…