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irOs dirigentes de casas espíritas e coordenadores dos Departamentos de Infância e Juventude são constantemente procurados por frequentadores que desejam trabalhar na Evangelização espírita infantojuvenil, e as questões são sempre as mesmas, muito fáceis de resolver:
– Para ser voluntário da Evangelização, além de conhecer a Doutrina Espírita, é necessário ser professor?
Não é necessário ser professor para trabalhar como educador espírita, mas é indispensável um treinamento que pode ser feito dentro da sala de aula juntamente com outro evangelizador, para qualificação nessa tarefa específica.
– Posso começar a trabalhar?
Não só pode como deve. O trabalho é o recurso valioso que promove o progresso espiritual sem o qual a estagnação a tudo destruiria.
– Quais as orientações para o desenvolvimento de um bom trabalho?
Seguem abaixo algumas orientações para os voluntários que desejam trabalhar na área da educação espírita.
Amor – o amor, sendo o sentimento por excelência, é condição primeira para a tarefa de evangelizar.
Conhecimento doutrinário – o evangelizador vai ensinar (facilitar) o conhecimento espírita, portanto, ele tem que conhecer os postulados doutrinários, para tanto, além do esforço individual, na busca desse conhecimento, deve frequentar o grupo de estudo em uma casa espírita.
Exemplificação – o evangelizador deve vivenciar ou, pelo menos, lutar para vivenciar os ensinos de Cristo, porque o exemplo ainda é o melhor argumento. Para que o ato de evangelizar não se vulgarize no “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”, é importante que o evangelizador seja para a criança e o jovem modelo de vivência daquilo que ele ensina.
Consciência da tarefa – é importante que o evangelizador esteja convencido de que a Evangelização é um meio de educação da geração futura, assim como que o ato de evangelizar exige que ele se qualifique cada vez mais.
Entusiasmo – é fundamental que o evangelizador esteja totalmente envolvido no processo da Evangelização. Cativado por esse processo, ele terá que “transbordar” entusiasmo no falar, no agir, no olhar, no vivenciar etc.
Ser flexível, receptivo – o evangelizador em nenhum momento deve ter a pretensão de que tudo sabe, que faz o melhor e que já está “pronto”, mas deve estar aberto, receptivo a novos conhecimentos, aceitar a avaliação do seu trabalho, ser flexível às mudanças, quando se fizerem necessárias. É imprescindível que o evangelizador busque continuadamente aprimorar-se.
Autoaprimoramento – o evangelizador não deve descuidar da sua transformação moral, buscando conhecer-se por meio de autoavaliação, dentro da orientação cristã, detectar suas tendências viciosas e lutar para transformá-las em virtudes.
Conhecer o currículo – sendo o currículo para as escolas espíritas de Evangelização infantojuvenil rumo norteador da Evangelização espírita, o evangelizador deverá conhecê-lo e saber sua função e da sua inserção no Movimento Espírita.
Saber escolher metodologias adequadas – é importante que o evangelizador conheça as metodologias que possibilitem ao evangelizando a elaboração e a construção do seu conhecimento; noções de didáticas, técnicas de ensino, psicologia, literatura, música e teatro auxiliam no desempenho da tarefa.
Saber avaliar – a avaliação é primordial em todo e qualquer processo, portanto, não poderia ser diferente na Evangelização. O evangelizador deve avaliar, sempre, a si mesmo e ao evangelizando, dando feedback, procurando (se necessário) novos caminhos, para alcançar os objetivos propostos no seu planejamento. “[…] Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que faz para domar as suas más inclinações […]” (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVII, item 4).
Em 2024, mãos à obra!
No quadro de renovações imediatas do mundo, problemas angustiosos absorverão naturalmente os sociólogos mais atilados.
A civilização enferma requisita recursos salvadores, socorros providenciais, em face do transcendentalismo da atualidade. Organismo devastado por moléstias indefiníveis, a sociedade humana está compelida a examinar detidamente as questões mais dolorosas, tocando-lhes a complexidade e a extensão. Tão logo regresse à paisagem pacífica, reconhecerá a necessidade da reconstrução salutar.
Entretanto, a desilusão e o desânimo serão inevitáveis no círculo dos lutadores. Por onde recomeçar:
As experiências amargas terão passado, rumo aos abismos do tempo, substituindo nas almas o anseio justo da concórdia geral, todavia, é razoável ponderar a preocupação torturante a se fazer sentir, em todos os planos do pensamento internacional.
As noções do direito, os ideais de justiça econômica, as garantias da paz surgirão, à frente das criaturas, solicitando-lhes o concurso devido, para a total extinção das sombras da violência, mas, no exame das providências de ordem geral, é imprescindível reconhecer que a reconstrução do planeta é iniciativa educacional.
É quase incrível, no entanto, que o problema seja, ainda, de orientação infantil, objetivando-se horizontes novos.
A criança é o futuro.
E, com exceção dos Espíritos missionários, os homens de agora serão as crianças de amanhã, no processo reencarnacionista.
O trabalho redentor da nova era há de começar na alma da infância, se não quiserdes divagar nos castelos teóricos da imaginação superexcitada. É lógico que a legislação será sempre a casa nobre dos princípios que asseguram os direitos do homem, entretanto, os governos não poderiam realizar integralmente a obra renovadora sem a colaboração daqueles que ajam sentindo a verdade e o bem com Jesus Cristo.
A crise do mundo não estará solucionada com a simples extinção da guerra.
O quadro de serviço presente é campo de tarefas esmagadoras que assombram pela grandeza espiritual.
Pede-se a paz com vitória do direito, e ninguém contesta a legitimidade de semelhante solicitação. Mas é indispensável organizar o programa de amanhã. A sociologia abrirá as possibilidades que lhe são próprias, por restituir ao mundo o verdadeiro equilíbrio de sua evolução ascensional.
Não nos esqueçamos, porém, de que a psicologia do homem comum ainda se enquadra na esfera de análise devida à criança.
É por isto, talvez, que Jesus, por mais de uma vez, deixou escapar o sublime apelo: “Deixai vir a mim os pequeninos”.Não observamos aqui, tão somente, o símbolo da ternura. O Mestre não demonstrava atitude meramente acidental, junto à paisagem humana, aureolada de sorriso infantis. Aludia, sim, à tarefa bem mais profunda no tempo e no espaço. Sabia Ele que durante séculos a grande questão das criaturas estaria moldada em necessidades educativas. E com muita propriedade o Cristo exclama “deixai vir a mim”, e não simplesmente “vinde a mim”. Sua exortação divina atinge a todos os que receberam a mordomia da responsabilidade espiritual nos quadros evolucionários da Terra, para que não impeçam à mente humana o acesso real às suas fontes de verdades sublimes.
Constituindo a infância a humanidade futura, reconhecemos ao seu lado a região de semeadura proveitosa. E, reconhecendo, nós encontraremos outra senda de redenção, estranha aos fundamentos de sua doutrina de verdade e de amor.
Desse modo, a par do esforço sincero de quantos cooperam pelo ressurgimento da concórdia no mundo, voltemo-nos para as crianças de agora, cônscios de que muitos de nós seremos a infância do porvir. Organizemos o lar que forma o coração e o caráter, e a escola que iluminará o raciocínio.
Estejamos igualmente atentos à verdade de que educar não se resume apenas a providências de abrigo e alimentação do corpo perecível.
A Terra, em si mesma, é asilo de caridade em sua feição material. Governantes e sacerdotes diversos nunca esqueceram, de todo, a assistência à infância desvalida, mas são sempre raros os que sabem oferecer o abrigo do coração, no sentido de espiritualidade, renovação interior e trabalho construtivo.
Em nutrindo células orgânicas, não olvideis a alimentação espiritual imprescindível às criaturas.
No quadro imenso da transformação em que vossas atividades se localizam atualmente, a iniciativa de educação é de importância essencial no equilíbrio do mundo.
Cuidemos da criança, como quem acende claridades no futuro. Compareçamos, em companhia delas, à presença espiritual de Cristo e teremos renovado o sentido da existência terrestre, colaborando para que surjam as alegrias do mundo num dia melhor.
ALVES, Walter Oliveira. A educação do Espírito. São Paulo: IDE, 2003.
KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. Brasília, DF: FEB, 2013.
______. O livro dos Espíritos. Brasília, DF: FEB, 2013.