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irDivertida Mente 2, que se encontra em cartaz nos cinemas do mundo todo, vem quebrando recordes nas bilheterias. O novo filme da Disney Pixar estreou há menos de um mês e já ultrapassou US$ 1 bilhão nas bilheterias globais – a maior do ano até agora. O filme está na liderança tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos e, agora, já é a terceira maior bilheteria de longas-metragens de animação da história dos cinemas americanos.
Esse desempenho surpreendente vem no encalço do interesse gerado pelo primeiro Divertida Mente, lançado em 2015, também um sucesso estrondoso. Nele, fomos apresentados à protagonista, uma garota com então 11 anos de idade, chamada Riley Andersen, que se encontrava enredada a cinco emoções básicas que lhe conduziam a vida. Eram elas: alegria, tristeza, raiva, nojinho e medo. Acompanhamos essas emoções interagindo entre si dentro da mente da garota, tentando influenciar as suas decisões. Como qualquer criança, ela se movia por meio da alegria, sentia raiva em determinadas situações, titubeava com medo diante de desafios e se afastava com nojo e desdém perante o que não gostava.
Neste segundo filme, porém, Riley já é uma adolescente de 13 anos prestes a ingressar no Ensino Médio, o que lhe acarreta uma leva de quatro novas emoções. Diante dos desafios normais dessa fase da vida, a garota agora sente a ansiedade, que aparece toda vez que ela teme pelas interações sociais. Ela passa também a se comparar com os outros e a sentir inveja, além de, em alguns momentos, sentir vergonha, causada pela autoestima titubeante. Surge ainda o tédio, tão comum nessa fase.
A riqueza das emoções apresentadas, sempre com leveza e bom humor, acaba cativando os adultos que têm assistido à animação, e não somente as crianças. A autenticidade cativante dos diálogos é garantida por Pete Docter, diretor do primeiro filme, que também participou da segunda versão. Ele capturou sua própria experiência como pai ao criar o roteiro e ilustrou a angústia e as mudanças pelas quais Elizabeth Docter, sua filha, passou enquanto crescia. Essa noção de que temos dificuldades em domar os nossos pensamentos e nossas emoções diante dos desafios da vida cria identidade com o espectador, porque, afinal, todos sabemos o quão real ela é.
No capítulo 2 do livro Pensamento e vida, de Emmanuel, psicografado por Chico Xavier no ano de 1958, intitulado “Vontade”, o benfeitor espiritual compara a mente humana a “um grande escritório, subdividido em diversas seções de serviço”. A partir daí, Emmanuel vai relacionando as diversas funções da nossa mente com os gabinetes desse “escritório”, quase que de forma semelhante ao roteiro de Divertida Mente: no do desejo, por exemplo, são criados os nossos propósitos e aspirações, que nos inspiram a trabalhar; o departamento da inteligência nos faz avançar na aquisição de conhecimento e cultura; o departamento da imaginação amealha as riquezas do ideal e da sensibilidade, e assim por diante.
Acima de todos eles, porém, o benfeitor indica quem é que, de fato, surge como o verdadeiro comandante de todas essas funções exercidas pela mente: o Gabinete da Vontade. Ele diz: “A vontade é a gerência esclarecida e vigilante, governando todos os setores da ação mental”. Ele continua: “A vontade […] é o impacto determinante. Nela dispomos do botão poderoso que decide o movimento ou a inércia da máquina. O cérebro é o dínamo que produz a energia mental, segundo a capacidade de reflexão que lhe é própria; no entanto, na Vontade temos o controle que a dirige neste ou naquele rumo, estabelecendo causas que comandam os problemas do destino”.
Ele continua nos alertando quão importante é termos a nossa vontade esclarecida, dando direção certa a tudo que realizamos, a fim de não nos perdermos ao longo do caminho da encarnação: “Sem ela, o desejo pode comprar ao engano aflitivos séculos de reparação e sofrimento, a inteligência pode aprisionar-se na enxovia da criminalidade, a imaginação pode gerar perigosos monstros na sombra, e a memória, não obstante fiel à sua função de registradora, conforme a destinação que a natureza lhe assinala, pode cair em deplorável relaxamento. Só a vontade é suficientemente forte para sustentar a harmonia do Espírito”.
O roteiro de Divertida Mente 2 mostra quanta confusão poderia estar prestes a acontecer caso a protagonista não colocasse ordem aos seus pensamentos, disciplinando as suas emoções e acreditando nas suas próprias capacidades de tomar boas decisões. Estamos no mês de férias escolares, e fica aqui a dica para que pais e filhos possam ir juntos conferir o filme, como sugestão de programa que poderá render boas conversas e excelentes reflexões em família.