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A importância do autoconhecimento

Um homem com uma placa de interrogação
Banco de imagem

Ao ler o artigo escrito pelo repórter Rafael Garcia, de O Globo, que esteve no 21º Congresso de Cérebro, Comportamento e Emoções, em Gramado/RS, senti a necessidade de escrever sobre a importância do autoconhecimento para cada um de nós. O texto dele fala da sessão apresentada por dois psiquiatras clínicos e dois cientistas que estudam o mecanismo do comportamento de manada em humanos, comportamento também chamado de contagioso (“teoria do contágio”). Ou seja, comportamento que é seguido em um grupo de pessoas por sugestão. O comportamento é imitado.

Estudiosos do comportamento humano nos trazem que o comportamento de massa tende a alterar certos valores, expectativas, sentimentos e o sentido das ações individuais. Como em linchamentos, atos de rivalidade e agressões de torcidas organizadas. Existe um rebaixamento mental em que o indivíduo não leva em conta seus valores individuais, aquilo que se propõe em sua vida, para se sentir pertencente a um grupo que lhe traga algum tipo de benefício emocional. Desse modo, segue regras e aceita conceitos sem uma reflexão mais profunda. Vai reproduzindo o comportamento do grupo.

Leia também: Mulheres que escreveram a história da Doutrina Espírita ao passar dos séculos

Um comportamento difícil de estudar

Os pesquisadores dizem que esse é um comportamento de difícil estudo, mas existem pesquisas sendo realizadas. Jair Mari, professor de Psiquiatria da Unifesp, com a colaboração da colega moçambicana Lídia Gouveia estudaram um fenômeno em Maputo ocorrido na década passada. Ocorreu em uma escola feminina da cidade uma epidemia de desmaios. Estudantes entravam em catarse, desmaiavam, como resposta à ansiedade provocada pelo boato de que o colégio havia sido construído sobre um cemitério. Chegavam a ter crises de perda de consciência e convulsões. Por intermédio de um questionário para identificar o perfil das estudantes, descobriram componentes de influência social: a maioria tinha personalidade extrovertida e ausência de relação afetiva. Também encontraram um componente da cultura religiosa local: todos acreditavam em Espíritos. A intervenção dos pesquisadores respeitou os costumes locais, teve cuidado e empatia. Os representantes religiosos faziam a limpeza espiritual com seus rituais antes de eles entrarem para seus trabalhos psicológicos.

Kees Keizer, da Universidade Groningen, na Holanda, testou o grau de sugestionabilidade das pessoas pesquisando a “teoria das janelas quebradas”, de George Kelling (1982), criminologista. Essa teoria diz que a tendência a desrespeitar regras e violar as normas aumenta em locais descuidados, em desordem ou depredados. Para comprovar essa teoria, ele fez um experimento: colocou um envelope transparente com dinheiro, metade dele para dentro e a outra metade para fora, em uma caixa de correio em dois lugares diferentes.  No lugar limpo e em condições adequadas, houve 13% de furtos, já no local com lixo espalhado e em desordem, passou para 25% o número de furtos. Assim, ele chegou à conclusão de que o comportamento é impelido por fatores subjetivos tanto para o bem como para o mal.

O campo da Neurobiologia também tem investigado o comportamento de manada, como em casos de linchamento. O russo Vasily Klucharev, da Universidade de Amsterdam, por meio de imageamento cerebral por ressonância magnética, observou as regiões ativadas quando uma pessoa expressa conformidade com uma opinião. Ele descobriu que o ato de estar em conformidade com seu grupo ativa circuitos controlados pelo neurotransmissor dopamina, que ativa sensações mais primitivas de prazer, atuando como em um condicionamento comportamental de estímulo e recompensa que pode ser explorado para o bem ou para o mal. Ressalta ainda a preocupação com o ambiente virtual, onde fica mais difícil prever as influências, pois as regras nesse ambiente estão em transformação. Assim, quando a maioria ainda não sabe como se comportar, imitá-la maioria pode ser perigoso.

Propósitos e caminhada

As pesquisas feitas com vistas a entender esse fenômeno do comportamento humano nos apontam a grande importância do autoconhecimento para que possamos ser donos de nossas escolhas. Sabemos que nossos pensamentos, sentimentos e nossa vontade nos direcionam e nos conectam com os nossos propósitos e transformam a nossa caminhada.

No livro Pensamento e vida, capítulo 18, Emmanuel nos diz: “Em todas as épocas, a sociedade humana é o filtro gigantesco do Espírito, em que almas, nos fios da experiência, na abastança ou na miséria, na direção ou na subalternidade, colhem os frutos da plantação que lhes é própria, retardando o passo na planície vulgar ou acelerando-o para os cimos da vida, em obediência aos ditames da evolução”.

Na psicologia analítica de Carl G. Jung e na contribuição da mentora Joanna de Ângelis, temos o conhecimento de que todo ser segue para a individuação (realização do seu propósito de vida e da sua essência por meio da conexão equilibrada Ego-Self, para Jung; e com o complemento de se ter a possibilidade dessa individuação ocorrer a cada encarnação e depois de uma forma total conforme nosso processo evolutivo, para Joanna). Esse caminho para a Plenitude exige que nos diferenciemos com o autoconhecimento para que consigamos, depois, mais plenos e conscientes de nossas escolhas, ser úteis e fazer parte ativa desse todo, da coletividade (Self – centro organizador da psique, para Jung; nosso Espírito, Deus interno, para Joanna).

Exemplos de Joanna de Ângelis

Cito agora vários trechos dos livros de Joanna que nos elucidam sobre a necessidade de estarmos conscientes em nossa jornada:

  • O homem integral – “Cada criatura é a soma das próprias experiências culturais, sociais, intelectuais, morais e religiosas. É caracterizada pelas suas vivências, não sendo igual ao de outrem. A sua identidade é, portanto, a individualidade real, modeladora da sua vida, usufrutuária dos seu atos e realizações”.
  • Conflitos existenciais – “O objetivo essencial da vida humana é facultar ao ser o desenvolvimento de todas as suas potencialidades adormecidas – o deus interno –, tornando-o pessoa, uma individualidade que pensa. Esse processo não é automático como ocorre com os seres vegetal e animal, mas dependente das escolhas, da lucidez, das aspirações e dos esforços empreendidos, que são resultados das conquistas já conseguidas em existências transatas”.
  • O ser consciente – “Ao mesmo tempo, quando entorpecida a consciência, antes lúcida, o indivíduo deixa-se conduzir através do mergulho das distrações, que lhe constituem os interesses máximos do dia a dia, olvidando as qualidades superiores que propiciam realmente a felicidade”.
  • Momentos de saúde e de consciência – “O discernimento resulta do exercício da arte de pensar, que deve crescer de forma adequada, favorecendo o homem com a percepção do ser e do não ser, do correto e do errado, do justo e do abominável”.

Acreditando ter me estendido muito nas reflexões, termino dizendo que existem vários caminhos para esse autoconhecimento que podem nos proteger dessas armadilhas de fazermos algo irrefletidamente, como, por exemplo: ele pode se dar por meio de uma reflexão diária de nossos feitos, como nos ensina Santo Agostinho na questão n. 919 de O livro dos Espíritos; ou pela busca do nosso propósito e sentido existencial; ou por meio de um processo psicoterápico; ou por intermédio da busca de significado do sofrimento; ou pela conexão com nosso Deus interno pelas orações, pela meditação ou encontro com a natureza; ou pela caridade… Bom, opções não nos faltam… bora lá?

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