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Trend do palavrão e os impactos no desenvolvimento emocional infantil

A edição de fevereiro de 2024 da revista Crescer fez uma matéria interessante sobre o trend do palavrão. Como ela é bem completa, optamos por transcrever aqui alguns trechos e deixar o link para consulta ao final.

De repente, você está nas redes sociais e se depara com um vídeo de uma criança em frente a um espelho falando um monte de palavrões. Isso está acontecendo com mais frequência desde que a “trend do palavrão”, ou “tendência do palavrão”, tornou-se popular entre as famílias. Na sua grande maioria, meninos ou meninas estão no banheiro e são orientados pelos próprios pais a dizerem todos os xingamentos que conhecem (Oliveira, 2024).

Como funciona?

Nos vídeos, os responsáveis propõem um desafio, que funciona assim:

  • primeiro, levam a criança para um banheiro, quarto, sala, algum cômodo específico da casa;
  • nesse ambiente, você promete que a criança terá 1 minuto para falar livremente, sem nenhuma consequência, todos os palavrões que ela quiser, sozinha no quarto, em frente ao celular;
  • depois, com um celular gravando, os adultos saem de cena, e a criança pode começar a fazer o que foi proposto.

Lembre-se:

“[…] a promoção dos direitos e proteção da criança e do adolescente deve ser efetuada no respeito pela intimidade, direito à imagem e reserva da sua vida privada” (Estatuto da Criança e do Adolescente, art. 100, inciso 5, Brasil, 2003).

O que vem chamando a atenção de educadores, psicólogos e profissionais da saúde, em geral, nesse comportamento, é que pode até parecer inofensivo, mas não é. As crianças estão sendo expostas para um número enorme de pessoas, causando constrangimento.

Em entrevista à revista Crescer, editora globo, Elaine Di Sarno, psicóloga e neuropsicóloga de São Paulo, destaca que esse tipo de atitude pode confundir os pequenos. “O mais comum é ensinarmos às crianças que falar palavrão, pelo menos na infância e adolescência, não é adequado, é ‘feio’. Então, a criança pode ficar confusa ao receber outro direcionamento. Um adulto tem o discernimento de entender o que é só uma brincadeira nas redes sociais, mas uma criança não tem essa maturidade e fica difícil entender quando pode ou não pode falar palavrão”, aponta a especialista.

A psicóloga menciona, ainda, o quanto esse tipo de trend pode trazer impactos negativos para o desenvolvimento emocional infantil. “As crianças absorvem comportamentos e linguagens do ambiente ao seu redor, podendo influenciar seu entendimento de que é normativo o uso de palavrões, afinal de contas, os adultos responsáveis por elas estão filmando e postando nas redes sociais”, diz a psicóloga. “Isso pode afetar a maneira como elas expressam emoções, se comunicam e percebem a linguagem apropriada. A atenção dos pais e/ou responsáveis deve ser direcionada para promover ambientes saudáveis e comunicativos, evitando exposições prejudiciais”, acrescenta.

Para Carla Maia, psicóloga, especialista em desenvolvimento emocional e saúde mental de mulheres, crianças e adolescentes, é importante avaliar que o palavrão está associado à liberação de uma emoção e é utilizado em contextos específicos. É claro que não é crime falar um palavrão, mas é preciso saber quando e onde usá-lo, no entanto, os pequenos ainda não desenvolveram maturidade para ter esse discernimento (Oliveira, 2024).

O que fazer quando seu filho fala palavrão?

A principal mudança a ser adotada quando temos crianças dentro de casa é, sem sombra de dúvida, nosso vocabulário. O lar é a primeira escola, e os pais são os primeiros professores. As crianças tendem a repetir todas as nossas falas. Pais que têm um vocabulário chulo não podem esperar um comportamento diferente dos seus filhos. Quando a família tem o hábito de falar palavrões, ensinar aos filhos que não se pode falar torna-se uma tarefa quase impossível. Não podemos nos esquecer dos lares onde as crianças são tratadas com desrespeito e xingamentos.

Se a criança está repetindo palavrões com muita frequência e você não sabe mais o que fazer, confira algumas dicas.

  • dê o exemplo;
  • não demonstre suas emoções tendo um comportamento agressivo;
  • dê outras opções, amplie o vocabulário da criança;
  • explique o peso dessas palavras;
  • palavras inventadas não existem.

Como esclarece a psicóloga e professora da Universidade Federal do Paraná Suzane Schmidlin Löhr (2003):

Na relação pais-filhos, não há fórmulas mágicas, mas há algo de imenso valor: a possibilidade de aprender fazendo, de ajustar-se continuamente. Pais que têm abertura para esse aprendizado atingem mais facilmente a realização pessoal e estimulam com maior intensidade o desenvolvimento apropriado dos filhos, constituindo eles próprios modelos para os filhos. […] Provavelmente, encontrarão dificuldades. Mas são pedras do caminho que muitas vezes valorizam a caminhada. […] Quando relações produtivas se constroem cedo, os pais deixam de necessitar do manual de instrução dos filhos. Percebem que o manual será escrito a quatro mãos e que é justamente essa possibilidade de construção conjunta e não predefinida que torna a relação gratificante para todas as partes envolvidas […] e sabem dar às dificuldades o peso devido, fazendo análises apropriadas destas e buscando construir soluções efetivas. Dessa forma, a relação ganha: tanto pais quanto filhos descobrem o prazer de conquistar algo que em princípio lhes parecia difícil, ou mesmo sem solução e que pela sua persistência torna-se viável.

O Espiritismo e o valor das palavras

Uma matéria do blog Espiritismo em Movimento, de 2018, traz esclarecimentos à luz da Doutrina Espírita sobre o uso do palavrão, conforme transcrito a seguir:

Em dado momento, os Espíritos declararam a Allan Kardec: “as palavras pouco importam para nós. Cabe a vocês formular a linguagem da maneira que bem entendem. Quase sempre, as vossas controvérsias vêm de não se entenderem acerca dos termos que usam, por ser incompleta a vossa linguagem para explicar o que não estão ao alcance dos sentidos” (O livro dos Espíritos, questão n. 28).

Não se segue daí, porém, que a forma de linguagem deixe de ter importância ou em nada implique quanto ao nosso desenvolvimento espiritual. Aliás, ao contrário, também lemos na codificação espírita que a qualidade da linguagem é um valioso indício para medirmos o nível evolutivo dos indivíduos: “reconhecemos a superioridade ou a inferioridade dos Espíritos pela linguagem de que usam; os bons só aconselham o bem e só dizem coisas proveitosas; tudo neles confirma sua elevação; os maus enganam, e todas as suas palavras trazem o cunho da imperfeição e da ignorância. Os diferentes graus por que passam os Espíritos se acham indicados na Escala Espírita. O estudo dessa classificação é indispensável para se apreciar a natureza dos Espíritos que se manifestam, assim como suas boas e más qualidades” (O livro dos médiuns, 1ª parte, cap. IV, item 49, tópico 10).

E não é menos oportuno lembrar as palavras do Cristo: “A boca fala daquilo que está cheio no coração” (Mateus, 12:34).

Com efeito, a Doutrina Espírita nos esclarece que as palavras que emitimos estão saturadas de energias e vibram em consonância com a assimilação que se faz em uma comunicação; a qualidade dessas vibrações certamente são determinadas em sua maior parte pelo sentido do que se transmite, mas também não desdenha a forma, pois que essa forma – que configura a linguagem empregada – é ainda uma assimilação das capacidades e qualidades do emissor. Isto posto, a aplicação de termos tão mesquinhos só tende a desarmonizar o ambiente, por melhor que sejam as intenções por trás das palavras.

Referências

BRASIL. Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm. Acesso em: 4 mar. 2024.

ESPIRITISMO e palavrão: vamos falar sobre isso? Espiritismo em Movimento, 12 abr. 2018. Disponível em: https://espiritismoemmovimento.blogspot.com/2018/04/espiritismo-e-palavrao-vamos-falar.html. Acesso em: 4 mar. 2024.

LÖHR, Suzane S. Brincando e aprendendo: transformando a relação pais-filhos em uma fonte recíproca de prazer. In: BRANDÃO, Maria Zilah da Silva; CONTE, Fátima Cristina de Souza; MEZZAROBA, Solange Maria Beggiato (org.). Comportamento humano II: tudo (ou quase tudo) que você gostaria de saber para viver melhor. Santo André, SP: ESETec, 2003. p. 81-88.

OLIVEIRA, Amanda. Trend do palavrão: vídeos deixam crianças confusas e exposição pode resultar em cyberbullying. Crescer, 21 fev. 2024. Disponível em: https://revistacrescer.globo.com/criancas/comportamento/noticia/2024/02/trend-do-palavrao-videos-deixam-criancas-confusas-e-exposicao-pode-resultar-em-cyberbullying.ghtml. Acesso em: 4 mar. 2024.

VICK, Mariana. Qual o efeito de incentivar a “boca suja” das crianças. Periscópio, 20 fev. 2024. Disponível em: https://sites.usp.br/psicousp/qual-o-efeito-de-incentivas-a-boca-suja-das-criancas/. Acesso em: 4 mar. 2024.

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