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irSandra Marinho
Sem dúvida, estamos atravessando um dos períodos mais críticos da humanidade! Passamos quase todo 2020 aprendendo a lidar com os efeitos de uma pandemia que, na minha opinião, não tem precedentes, se levarmos em consideração a sua abrangência e a civilização atual, que congrega uma diversidade jamais experimentada por nós, humanos.
Convivemos com realidades contraditórias que desafiam o bom senso, e a pandemia acentuou tais contradições e mostrou friamente as desigualdades sociais. Mal nos demos conta, e o tempo passou. Janeiro chegou, período em que, normalmente, após refletir sobre a nossa vida, aproveitamos para rever os erros e traçarmos novos objetivos para o futuro, pelo menos essa é a nossa intenção.
Acredito que, mesmo os mais céticos, também entram no clima de esperança, embora neguem e afirmem com convicção: “E daí? 1º de janeiro é um dia como outro qualquer e nos encontramos no mesmo lugar que estávamos em 31 de dezembro… tudo igual”. Observo que, mesmo os que agem assim, no íntimo, bem secretamente, também fazem o seu balanço de final de ano e esboçam alguns objetivos para o futuro próximo.
Isso ocorre porque não se trata apenas de uma questão de calendário, antes de tudo, é a nossa mente exercendo o seu papel de diretora da nossa organização formada por Espírito e corpo. Ela é a gestora de tudo. Quem tem um mínimo de consciência percebe o movimento da mente, que, por vocação, precisa fazer o balanço a cada encerramento de fase; avaliar os resultados que obtivemos e, em consequência, reprogramar as nossas escolhas para que atitudes e comportamentos mudem e tenhamos resultados mais favoráveis.
Não estou me referindo a resultados materiais, como comprar uma casa, um carro, ser promovido(a) no trabalho, fazer a viagem dos sonhos ou a festa de casamento, por exemplo. Refiro-me ao resultado espiritual, se é que se pode chamar assim. Aquele que indica o quanto evoluímos. Esse resultado é composto por pequenas e até mesmo micrometas, como aquelas que alcançamos no sentido de superação de algum defeito da nossa personalidade; o perdão que conseguimos conceder a alguém; a aceitação de situações que não temos condições de solucionar, entre tantas outras conquistas sobre nós mesmos.
Enfim, não são grandes conquistas a exemplo das almas já iluminadas, que descem até nós com grandes missões, mas aquelas relacionadas com a nossa vida cotidiana, no ramerrame do dia a dia.
Em 2020, não faltaram oportunidades para testarmos paciência, bom senso, empatia e solidariedade! E agora? Qual será a nossa programação após um ano tão conturbado, cheio de fatos inusitados que tivemos de lidar pela primeira vez? Como nos sairemos? Com certeza, encontraremos as respostas que queremos a estas perguntas, e aí, sim, poderemos traçar as nossas metas. Sejam quais forem as nossas expectativas, tenhamos a certeza de que nada ocorre por acaso, tudo é reação de uma ação anterior e tudo caminha indubitavelmente para o progresso.
Por último, em relação às desigualdades sociais, cuja visibilidade ficou ainda mais acentuada nesses tempos de pandemia, e ao atual momento do homem na Terra, transcrevo as esclarecedoras respostas às questões n. 55 e 233 do livro O consolador, de Emmanuel, psicografado por Chico Xavier:
“Q. 55 – A desigualdade social é o mais elevado testemunho da verdade da reencarnação, mediante a qual cada Espírito tem sua posição definida de regeneração e resgate. Nesse caso, consideramos que a pobreza, a miséria, a guerra, a ignorância, como outras calamidades coletivas, são enfermidades do organismo social, devido à situação de prova da quase generalidade dos seus membros. Cessada a causa patogênica com a iluminação espiritual de todos em Jesus Cristo, a moléstia coletiva estará eliminada dos ambientes humanos.
Q. 233: Por que razão o homem da Terra tem sido tão lento na solução do problema do seu conhecimento próprio?
Isso é explicável. Somente agora, a alma humana poderá ensimesmar-se o bastante para compreender as necessidades e os escaninhos da sua personalidade espiritual. Antigamente, a existência do homem resumia-se na luta com as forças externas, de modo a criar uma lei de harmonia entre ele próprio e a natureza terrestre […]. Agora, porém, nas culminâncias da sua evolução física, o homem não necessitará preocupar-se, de modo tão absorvente, com a paisagem que o cerca, razão pela qual todas as energias espirituais se mobilizam, nos tempos modernos, em torno das criaturas, convocando-as ao sagrado conhecimento de si mesmas, dentro dos valores infinitos da vida.”
EMMANUEL (Espírito). O Consolador. Psicografado por Francisco C. Xavier.