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irO propósito deste espaço desde a sua concepção, por sugestão de Marlene Nobre, é trazer assuntos relacionados à nossa luta, enquanto seres humanos e Espíritos encarnados, que impactam diretamente no processo de nossa evolução. São temas cotidianos e vivências que se repetem com muitos de nós. Situações que nos colocam em xeque, pois não raro somos levados a nos deparar com nós mesmos, e é exatamente essa a questão.
Nem sempre vemos o que gostaríamos de ver, e cada um reage de uma forma quando olha para dentro de si próprio. Ao contrário dessa introspecção, moldamos ao longo de nossas vidas as personalidades que assumimos com base no conjunto de reações perante cada etapa e papel que somos levados a desempenhar. Vamos colecionando diversos papéis, como de filhos, mãe, pai, profissional, estudante, marido, mulher, entre tantos outros que exercemos ao longo da vida. E quando algo nos acontece, reagimos de modo diferente, dependendo do papel predominante que estamos exercendo no momento.
Voltando à nossa abordagem inicial, esta seção chamada “Educa a Tua Alma”, como o próprio título sugere, busca refletir com os leitores e leitoras sobre os diversos comportamentos e situações que acabam provocando uma necessidade de mudança, já que nem tudo está bem como está.
Tomando emprestada a definição da dra. Irvênia Prada, de Jesus como agente de cura, no seu livro Espiritismo – razão como método, mediunidade como laboratório e moral como objetivo, no seu Evangelho encontraremos o remédio e a fórmula de cura do Espírito em cada um dos seus ensinamentos, em que Ele, o Mestre, quase sempre aproveitava exatamente uma situação do cotidiano, envolvendo um ou mais indivíduos, para ministrar, vamos dizer assim, a sua fórmula de cura.
As parábolas que construiu em torno de um fato e que eram registradas pelos evangelistas estão impregnadas de ensinamentos que conclamam os seus protagonistas a mudarem o seu comportamento, seu costume e/ou os seus hábitos. Há também parábolas que expressam a necessidade de mudança de um comportamento coletivo, ditado por leis vigentes à sua época. Por essa razão, Jesus, ao curar alguém, recomendava à pessoa agraciada que seguisse seu caminho e não pecasse mais.
O significado de “pecado” no dicionário é: transgressão de preceito religioso; vício; culpa e falta. No sentido mais amplo, podemos entender pecado como atitude e comportamento habitual que nos leva ao mal, que nos acarreta prejuízos de toda espécie, inclusive as doenças, por se referirem a hábitos que precisamos eliminar e substituir por outros mais aderentes à moral e à ética.
Como pressupor amor ao próximo, que é a base de tudo o que Jesus nos ensinou, se não pensarmos e agirmos dentro da moral e da ética? Sem atentarmos para esses dois princípios, estaremos nos enganando e, ao contrário de todas as aparências, não estamos mudando, não estamos nos curando.
A mudança deve ser profunda. Mudança de hábitos milenares, muitos deles, de tão encrustados, que nem nos damos conta. “Dourar a pílula”, portanto, assumindo posturas que “envernizam” cada uma das nossas personalidades, não basta para de fato penetrarmos o caminho da almejada “reforma íntima”. É necessário, antes de tudo, que “eduquemos a nossa alma”.
Em primeiro lugar, é importantíssimo que estejamos sempre atentos, para que não façamos mal a alguém, contrariando os princípios da lei natural que é a lei de Deus. Por essa razão, transgredi-la só acarreta dor e sofrimento.
Absolutamente, não sou pessimista em relação ao destino de nossa raça, mas o momento pelo qual toda a humanidade está passando e diante das perspectivas já adiantadas pelo próprio Mestre, por Kardec e outros tantos emissários de Jesus, na antiguidade e nos dias atuais, passaremos por momentos de tribulação, em que seremos constrangidos a nos olhar como somos, a nos autoconhecer e, por fim, nos entregarmos à vontade de Deus, passando a ser seus obreiros na construção de um mundo e de uma civilização melhor, mais adiantada, em que prevaleça a lei de amor.
Sei que isso já não é novidade, no entanto, aproveitando este espaço, gostaria de registrar que, dentro das nossas possibilidades, continuaremos trazendo temas e histórias reais e também fábulas que nos ajudarão a pensar, refletir e nos encorajar a começar a nossa mudança interior, tomando como base e remédio os ensinamentos de Jesus Cristo.
Fonte
PRADA, Irvênia L. S. Espiritismo – razão como método, mediunidade como laboratório e moral como objetivo. São Paulo: FE Editora, 2019.