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irEstávamos organizando o Campo da Paz, em Madagascar/África: havia mais de 125 voluntários, mais de 50 famílias contratadas pela Fraternidade sem Fronteiras, todos trabalhando numa área de 1,5 hectare, fazendo limpezas, construções… e nós precisávamos terminar a obra minimamente para poder iniciar os trabalhos.
Então, nesse movimento, alguém me chama e me pergunta: “Wagner, tem uma criança que está muito doente, com muitas feridas. O que nós vamos fazer?” Naquele momento de muitas atividades acontecendo ao mesmo tempo, solicitações a todo instante, capacitação de pessoas, a minha parte racional disse: “não tem como atendermos ninguém na área médica, não temos médicos aqui, não podemos abrir porque se abrir para um…”. E assim racionalizei e não olhei a criança. Só disse isso para as pessoas que chegaram até mim.
O trabalho seguiu e no outro dia, novamente, alguém chega e diz: “Wagner, a criança. A criança está ali”. Lembrei o que eu havia dito no dia anterior e decidi ir lá ver. Eu olhei a criança. Vi que estava com feridas no corpo todo, dos pés à cabeça, enrolada em trapos sujos, sem acesso a banho. Puxei aquele trapinho que estava cobrindo o corpo, grudado no peitinho da criança. Tinha uma grande ferida e ela gemeu. Um aspecto de muita dor.
Ao olhar para ela, eu tive compaixão e tudo se abriu. “Tira uma foto, tem Internet, tem WhatsApp…”, pensei. Enviei a foto para uma médica que havia participado de caravana anterior. Ela identificou o problema e mandou a solução: “aplica essas duas pomadas e está resolvido”. Assim fizemos.
No outro dia, apareceu novamente a mãe com a criança. Veio com ela já no colo, com roupinha – no dia anterior, não tinha condição nem de vestir roupa – e as feridas todas sequinhas. A criança olhou para nós e deu um sorrisinho. Aquele sorrisinho foi tão marcante! Nós ficamos emocionados… foi um gesto tão simples, bastou olhar!
O que acontece muito na nossa vida é que nos deixamos levar pelo automatismo. Eu agradeço a Deus que me deu essa segunda chance e eu pude olhar para essa criança. Precisamos olhar uns para os outros, porque muitas vezes alguém está na nossa frente, com muitas dores, com muitas feridas e não temos a capacidade de parar e olhar. Eu acredito que quando olhamos de verdade e quando queremos fazer o bem de verdade, com sentimento de compaixão e de amor, um mundo de possibilidades se abre para nós. Foi o que aconteceu comigo, ali, diante daquela criança.
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O Evangelho de Jesus é um conjunto de lições para nortear as nossas existências e, a todo instante, nos deparamos com situações que Ele já deixou o esclarecimento para refletirmos e tomarmos nossas próprias decisões.
Esse simples fato que me aconteceu, por exemplo, podemos tirar do Evangelho o ensinamento: a parábola do bom samaritano (Lucas 10:25-37), quando diz que aqueles que conheciam com mais profundidade o Antigo Testamento, e que em tese teriam mais condições de compreender e não o fizeram, traz muita semelhança com os nossos dias atuais.
Já temos muito conhecimento, possuímos vasta informação da religião, da ciência, conhecimentos de muitas faces, porém, ainda temos dificuldade de olhar o essencial que é o exercício mais profundo da nossa humanidade, amarmos uns aos outros.
Jesus vem nos convidando há mais de 2 mil anos ao exercício do amor ao próximo como sendo o único caminho para o engrandecimento do ser humano. Suas lições são tão claras e nos dizem que quando ajudamos os mais pequeninos estamos ajudando a Ele mesmo (Mateus 25:35-45). Talvez aquele sorrisinho da criança que nos encheu de alegria e pacificou nossos corações, em uma das regiões mais pobres do mundo, tenha sido Ele mesmo, nos incentivando, na continuidade sincera e honesta da fraternidade.