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Pantanal: o que é verdade, o que é folclore

Eleita uma das melhores novelas da TV brasileira, a adaptação de Pantanal chega ao fim e, mais uma vez, com um sucesso estrondoso. Além de trazer imagens de tirar o fôlego, ocupou as noites dos brasileiros com histórias e lendas que nos fizeram reviver nosso folclore e até buscar respostas para muitos dos fatos ali apresentados, principalmente quando falamos de Espíritos e espiritualidade. A seguir, trazemos algumas questões abordadas na novela e respostas para as nossas indagações.

Maria Marruá(Juliana Paes) da novela Pantanal
Globo/João Miguel Júnior

Na novela Pantanal, a personagem Maria Marruá reencarnaria como filha da própria filha, Juma. É possível que isso aconteça logo na sequência, poucos anos depois?

A resposta a essa pergunta, primeiramente, deve ser direta: sim, é possível que isso aconteça. Como podemos nos recordar, na questão n. 223 de O livro dos Espíritos, Kardec pergunta aos Espíritos: “A alma reencarna logo depois de se haver separado do corpo?” E a resposta é clara: “Algumas vezes reencarna imediatamente, porém, de ordinário só o faz depois de intervalos mais ou menos longos”. E continua a resposta na questão n. 224a: “Quanto podem durar esses intervalos?” E a resposta nos esclarece: “Desde algumas horas até alguns milhares de séculos. Propriamente falando, não há limite máximo estabelecido para o estado de erraticidade, que pode prolongar-se muitíssimo, mas que nunca é perpétuo. Cedo ou tarde, o Espírito terá que volver a uma existência apropriada a purificá-lo das máculas de suas existências precedentes”. Ou seja, podemos concluir que o retorno de Maria Marruá apenas alguns anos após o seu desencarne pode acontecer.

Na obra Entre a Terra e o Céu, de André Luiz, temos uma história emocionante do pequeno Júlio, que tem reencarnações junto a um núcleo familiar de Espíritos de forma muito rápida. Vale a pena ler. Agora, antes de concluirmos a resposta, não podemos deixar de levar em conta alguns dados pesquisados pelo dr. Hernani Guimarães Andrade, que, analisando inúmeros casos de reencarnações comprovadas, concluiu que, em geral, o intervalo entre uma reencarnação e outra é de aproximadamente 250 anos. O que também é esclarecido na resposta da questão n. 223 que citamos acima, que diz que, de ordinário, só se faz depois de intervalos mais ou menos longos.

Assim, como não temos condições de assegurar quando será nossa próxima oportunidade de regressar à vida após esta experiência, cabe-nos muito bem aproveitá-la para o nosso crescimento espiritual.

Antes de reencarnar como filha da filha, o Espírito de Maria Marruá teria tomado o corpo de uma onça. Isso pode acontecer?

Como podemos ver na questão n. 612: “O Espírito que animou o corpo de um homem poderia encarnar-se num animal? Isto seria retrogradar, e o Espírito não retrograda. O rio não remonta a nascente”. Agora, se os Espíritos desencarnados nos influenciam, como bem descrito na questão n. 459, podemos imaginar que estes possam influenciar animais, mas o que aprendemos com os Espíritos é que estes agem muito mais guiados pelos seus instintos. Isso dificulta pensarmos que estes seriam dirigidos.

Vejamos também a questão n. 593: “Poder-se-á dizer que os animais só obram por instinto? Ainda aí há um sistema. É verdade que na maioria dos animais domina o instinto. Mas não vês que muitos obram denotando acentuada vontade? É inteligência, porém limitada”.

Não se poderia negar que, além de possuírem o instinto, alguns animais praticam atos combinados, que denunciam vontade de operar em determinado sentido e de acordo com as circunstâncias. Há, pois, neles, uma espécie de inteligência, mas cujo exercício quase que se circunscreve à utilização dos meios de satisfazerem às suas necessidades físicas e de proverem à conservação própria. Nada, porém, criam, nem melhora alguma realizam. Qualquer que seja a arte com que executem seus trabalhos, fazem hoje o que faziam outrora, e o fazem nem melhor, nem pior, segundo formas e proporções constantes e invariáveis. A cria, separada dos de sua espécie, não deixa por isso de construir o seu ninho de perfeita conformidade com os seus maiores sem que tenha recebido nenhum ensino. Se alguns se mostram suscetíveis de certa educação, seu desenvolvimento intelectual, sempre bastante limitado, é devido à ação do homem sobre uma natureza maleável, porquanto não há aí progresso que lhe seja próprio. Mesmo o progresso que realizam pela ação do homem é efêmero e puramente individual, visto que, entregue a si mesmo, não tarda que o animal volte a encerrar-se nos limites que lhe traçou a natureza.

José Leôncio, Pantanal
José Leôncio (Marcos Palmeira) finalmente consegue ver a imagem do Velho do Rio
Foto: Roberto Teixeira/Gshow

Em Pantanal o Velho do Rio, um dos personagens mais emblemáticos, é visto apenas por alguns. Por que algumas pessoas conseguem ver Espíritos e outras não?

Esse é um fenômeno muito presente em toda a literatura espírita, em que podemos ver que alguns Espíritos podem escolher a forma que se apresentam e até mesmo a quem se apresentam. Em A Gênese, no capítulo XIV, item 38, temos a seguinte consideração: “Os Espíritos só se mostram quando o querem e a quem também o querem. Um Espírito, pois, poderia aparecer, numa assembleia, a um ou a muitos dos presentes e não ser visto pelos demais. Dá-se isso porque as percepções desse gênero se efetuam por meio da vista espiritual, e não por intermédio da vista carnal; pois não só aquela não é dada a toda gente como pode, se for conveniente, ser retirada, pela só vontade do Espírito, àquele a quem ele não queira mostrar-se, como pode dá-la, momentaneamente, se entender necessário”.

Na coleção de André Luiz, temos a descrição de que, muitas vezes, alguns Espíritos só são vistos por alguns Espíritos desencarnados, sendo que por outros se quer são notados. Isso diz muito respeito à diferença de percepção em planos mais ou menos elevados entre os Espíritos.

Velho do Rio (Osmar Prado) na novela Pantanal
Velho do Rio – Globo/João Miguel Júnior

Na novela, ele é um Espírito que guarda os rios e animais do Pantanal. Ambientes naturais têm Espíritos guardiões?

Muito interessante essa pergunta, pois nos permite observar como o Pai, Criador de Tudo, conta com Espíritos dedicados para auxiliarem em sua Obra. No capítulo IX de O livro dos Espíritos, nas questões n. 536 a 540, vemos as respostas sobre a influência dos Espíritos na natureza. Como, por exemplo: “536b – Concebemos perfeitamente que a vontade de Deus seja a causa primária, nisto como em tudo; porém, sabendo que os Espíritos exercem ação sobre a matéria e que são os agentes da vontade de Deus, perguntamos se alguns dentre eles não exercerão certa influência sobre os elementos para os agitar, acalmar ou dirigir. Mas evidentemente. Nem poderia ser de outro modo. Deus não exerce ação direta sobre a matéria. Ele encontra agentes dedicados em todos os graus da escala dos mundos”.

Trindade (Gabriel Sater)
Trindade (Gabriel Sater) – Foto: Globo/João Miguel Júnior

O personagem de Gabriel Sater, Trindade, de Pantanal, dizia receber inspirações e falar pelo “cramulhão”. A namorada Camila Morgado, a Irma, também, depois que ele partiu. Como explicar as falas e visões de ambos?

Estamos diante de uma reencarnação em que as almas se aproximam e concebem o novo ser. Nesse aspecto vale a gente relembrar dos brilhantes ensinamentos que temos no capítulo 13 do livro Missionários da Luz, de André Luiz. Ali, o benfeitor Alexandre, diante do caso de reencarnação de Segismundo, nos apresenta muitos detalhes sobre esse processo tão completo que é a reencarnação. No livro, vemos diversas interações do Espírito reencarnante de Segismundo com seus pais, Adelino e Raquel. Cremos que, nesse sentido, a experiência reencarnatória que promove de forma contundente as ligações entre os três Espíritos é muito efetiva, ou até mesmo de outros Espíritos que se conectam à trama existencial de Trindade e Irma. Podemos também entender que ambos apresentam uma maior sensibilidade para a comunicação dos Espíritos.

Alguns personagens ouviram e viram o cramulhão, outros não. Por quê?

Como no caso do “Velho do Rio”, em Pantanal, essa aparição pode ser restrita à vontade do Espírito, bem como, podemos dizer, à questão da mediunidade, sendo esta uma faculdade inerente a todos os seres, porém mais ou menos desenvolvida em cada um.

Irma (Camila Morgado) em Pantanal
Irma (Camila Morgado) em Pantanal – Foto: Reprodução Globo

A Irma ficou grávida de Trindade e durante a gravidez ouvia o “cramulhão” e tinha premonições. Assim que o bebê nasceu, tudo passou. O que podemos falar aqui?

Aqui, vale a gente recordar sobre o que envolve a gestação e a ligação do Espírito reencarnante. Temos na questão n. 344 de O livro dos Espíritos a seguinte dúvida: “Em que momento a alma se une ao corpo? A união começa na concepção, mas só é completa por ocasião do nascimento. Desde o instante da concepção, o Espírito designado para habitar certo corpo a este se liga por um laço fluídico, que cada vez mais se vai apertando até ao instante em que a criança vê a luz. O grito que então solta anuncia que ela se conta no número dos vivos e dos servos de Deus”.

Assim, podemos dizer que, durante a gravidez mostrada em Pantanal, esse Espírito gozava de uma certa liberdade, mas os laços fluídicos foram sendo cada vez mais apertados e se fixaram no momento do nascimento.

Em uma cena de Pantanal, alguns peões ouviram as violas do Trindade tocarem sozinhas, penduradas na parede. Isso acontece? Certamente, isso é possível. Podemos tentar compreender com um caso de obsessão de natureza espíritica de efeitos físicos. Em seu livro A obsessão e suas máscaras, a dra. Marlene Nobre, no capítulo 16, afirma que esses fenômenos produzem manifestações ruidosas, batidas, pancadas e, às vezes, até transporte de objetos e combustão. É importante ressaltarmos que tais fenômenos não precisam da presença de médiuns (que sejam conhecedores de sua mediunidade ou não) para que tais fenômenos se realizem. Reforça-nos ela que devemos estar sempre atentos para a alta porcentagem de participação de desencarnados, buscando, tanto quanto possível, espalhar a excelência do Evangelho de Jesus, a fim de que o perdão entre os encarnados seja definitivo e a paz duradoura volte a reinar. Ora, as colocações da dra. Marlene nos levam a crer que os acontecimentos que se apresentam de efeitos físicos não ocorrem ao acaso e respondem a desequilíbrios entre encarnados e desencarnados que necessitam de evangelização dos sentimentos.

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