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irChegamos mais uma vez às vésperas do Natal. Uma época única, sobretudo no mundo ocidental cristão. É o momento em que uma parcela significativa da humanidade relembra o nascimento de Jesus.
Devemos considerar, sim, como uma oportunidade única, pois a celebração nos convida às reuniões familiares, desperta em muitas pessoas o sentimento de caridade e aumentam em muito as doações para os mais necessitados. Sentimo-nos impulsionados por uma atmosfera diferente, parece que realmente somos envolvidos pela força da presença de Jesus.
Sabemos que o Nosso Mestre em tempo algum nos abandona, sendo possível sentirmos seu amparo em qualquer momento do ano. Ninguém pode negar, porém, que o Natal é envolvido por uma aura nova. O natalício do Cristo nos traz a renovação, a esperança e a fé, como se pudéssemos dizer para nós mesmos: “não estamos sós, Jesus está ao nosso lado”.
É o espírito do Natal que embala a nossa edição de dezembro. O que mais pode significar em nossas vidas o sentimento que nos envolve nessa atmosfera? Como podemos aproveitar para renovarmos nossos ideais e compromissos com Jesus? O Natal também marca o final de um ano, ou seja, o fim de um ciclo e o início de outro. Por isso, podemos rever o ciclo que está terminando e o que começará, e nos perguntarmos: “como podemos fazer melhor? O que podemos nos arrepender de acontecimentos no ano que se finda?” É chegada a hora de repensar, sentir e renovarmos.
Um acontecimento comum também nessa época é a reunião familiar. Depois do período mais intenso da pandemia da Covid 19, estamos certos de que o desejo de estarmos juntos com os que amamos é enorme. E como vivenciarmos um Natal de amor, de união e de reconexão em um ano que provocou tanto distanciamento de pessoas que amamos?
Infelizmente, as recentes discussões entre os grupos e familiares com posições políticas distintas afastaram tantas famílias. Cisões profundas que insistem em nos distanciar uns aos outros perante a nossa dificuldade de compreensão mútua. Assim, é com a mensagem de Jesus, que deve muito ser relembrada neste período, que devemos nos estimular para reatarmos relacionamentos, promover reencontros e nos dedicarmos à compreensão. Somos diferentes, pensamos de formas diferentes, mas somente com o amor e o respeito poderemos evoluir, crescer e diminuir o sofrimento no orbe terrestre.
Nesta edição, reproduzimos um excelente podcast com o psicólogo Rossandro Klinjey, que dispensa apresentações maiores, e sua entrevista nos motiva muito para aproveitarmos de forma única este momento, para vencermos as diferenças que existem e para nos reconectarmos. É um convite único que não devemos desperdiçar.
Em uma breve retrospectiva que podemos fazer deste ano, cada um de nós, de forma individual, devemos refletir o quanto necessitamos desse “reencontro” com Jesus. Estamos sentindo falta do Cristo. Sentimos saudades do Cristo, parafraseando nosso querido confrade Adelino Silveira, que em seu livro Momentos com Chico Xavier relata uma resposta dele a uma pergunta de Chico, que na época já contava com 88 anos. Eles estavam na casa do médium, que recebia centenas de pessoas, e em sua delicadeza, Chico indagava Adelino:
– Comove-me a bondade de nossa gente em vir visitar-me. Não tenho mais nada para dar. Estou quase morto. Por que você acha que eles vêm?
E Adelino, depois de muito pensar na resposta para dar, responde a ele:
– Chico, acho que eles estão com saudades de Jesus.
Sim, estamos com saudades de Jesus, e o Natal é o momento para aliviarmos um pouco essa saudade. Inspiremo-nos, uma vez mais, em nosso querido Chico e transformemos o Natal nesse momento de abraçar, se reconectar, socorrer e perdoar quem quer que seja. Oremos na noite de Natal pela paz do mundo, abraçando quem amamos e sentindo Jesus entre nós.
Podemos nos perguntar: “o que será que Jesus espera de mim, neste momento?” Exercitemos o amor e o perdão com a necessária humildade, para que nosso Natal possa renovar nossos ideais maiores de seguir o Mestre.
Feliz Natal! Muita paz e amor.