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irO Natal está chegando, e com ele vem a incerteza em muitos sobre a reconexão com amigos e família, que se perdeu por causa da intolerância. Até memes com brincadeiras apontando que é melhor adiá-lo porque não dará tempo de isso acontecer temos visto. Por que vivemos assim? Qual o caminho para voltarmos a nos relacionar aceitando a diversidade de pensamentos? Como mudar isso e terminar o ano celebrando o Natal e a entrada de um novo ano sem intolerância? Para falar a respeito, convidamos o psicólogo Rossandro Klinjey (foto), palestrante e autor especializado em saúde mental e desenvolvimento humano. A entrevista completa pode ser ouvida no podcast da Folha Espírita e vista no programa Portal de Luz.
Estou lendo um livro muito interessante, Princípios para a ordem mundial em transformação, que deixo como dica de leitura. O autor, Ray Dalio, muito respeitado, faz, em cerca de 700 páginas, um apanhado de quase 1.000 anos de história, no qual mostra que a cada mais ou menos esse tempo entramos em um período cíclico que sempre se repete com as mesmas características. Vivemos hoje a mesma ambiência política histórica de 1930, que terminou com a Segunda Guerra Mundial. Temos uma sociedade que começa a ter uma disparidade muito grande de renda, na qual os ricos ficam bem mais ricos, os pobres ficam ainda mais pobres, e a classe média perde poder de compra. Isso gera uma certa insatisfação nas pessoas, que é contra um sistema que está injusto, e o momento é capitaneado por populistas de esquerda e de direita que dividem a sociedade.
Em um momento no qual as pessoas estão com dificuldade de pagar as contas, viver a sua própria vida e construir seus planos e sonhos, elas preferem encontrar inimigos e culpados, então entram num mundo infantil maniqueísta, no qual uma mentira dita mil vezes vale mais do que uma verdade dita uma única vez. Esse movimento, que é histórico e cíclico, sempre acontece, só que hoje o que vemos é um nível de loucura inacreditável. Passamos pela Primeira e Segunda Guerras Mundiais.
Assim, o que vai nos impedir de irmos para uma terceira? Somente um conjunto de mecanismos que permita que pessoas se sentem para conversar, sejam mais democráticas.
“Vivemos uma guerra de narrativas com o advento das redes sociais, nas quais somos mantidos cada vez mais conectados e a custas de algoritmos, que nos enviam aquilo que queremos ver, e das fake news, que têm por propósito gerar ódio.”
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A falta de aceitação das diversidades é de guerra mesmo. Havendo desestruturação do tecido social, que já está muito desgastado, não acontecendo uma calma, pode trazer uma ruptura para tragédias. Por essa razão, tem muita gente tomando várias medidas para evitar rupturas, sejam elas políticas, sociais e até mesmo espirituais. Há gente orando para que se volte ao mínimo de normalidade. A civilização é uma conquista recente, tênue e que precisa ser reafirmada o tempo inteiro.
“Nosso modelo não é político, nosso modelo é o Cristo, e a gente se esqueceu disso.”
Podemos ter opiniões diferentes, mas devemos as expor de maneira harmoniosa e pacífica, usando a comunicação não violenta sempre.
Não há uma receita de bolo para uma reaproximação. Tem pessoas que você sabe que dá para conversar, mas nem todas têm essa habilidade, essa capacidade de diplomacia de conviver com a diferença. Há também aquelas relações que já eram péssimas e que o ambiente político só mostrou que não dava mais para conviver. Tem gente que não vale mais a pena voltar a ter contato porque revelou tudo o que tinha de ruim. No entanto, quando dizemos que deixamos de nos relacionar com alguém por intolerância, também estamos demonstrando pouca resiliência e incapacidade de viver com o contraditório.
Jesus sempre nos convidou para a paz. Sempre conviveu com todo mundo que ninguém gostava. Sua mensagem no Evangelho sempre foi de acolhimento, de reconciliação, de perdão. Da Gênese ao Apocalipse, o Evangelho é um convite à reconciliação e ao perdão. Então, como diz a oração de São Francisco de Assis, devemos ser um instrumento de paz onde houver discórdia. De perdão, onde houver divisão. Estamos em um momento que pede muita paciência e capacidade de compreensão.
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Minha mensagem é de alerta porque o que vivemos não passou, não vai passar rápido e ainda pode piorar, porque estamos num momento de profundas transformações, nas quais rupturas acontecem e dores aparecem como recurso didático. Estamos vivendo uma transição histórica espiritual. Manter a sintonia com o alto, a oração, a prece e o contato com Cristo o tempo inteiro nos traz, num momento de dor, consolo e paz, e não discórdia e dúvida da fé.
A construção de um novo tempo, muitas vezes, tem de vir com a destituição do tempo velho. Ninguém aqui está dizendo para você ser historicamente omisso, mas você não precisa participar do ambiente político com ódio, nem com desejo de destruir. Se assim seguir, mostra uma total incompreensão do que é o convite para a fraternidade, e a fraternidade não é a convivência com os iguais, mas, sim, com os diferentes, é aceitar as pessoas como elas são, sem querer impor o seu modelo, é entender que há espaço para toda essa diversidade.