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irPertencer à família do Grupo Espírita Cairbar Schutel (GECS), que completa 60 anos neste 16 de março, é para mim motivo de grande alegria, sem a presunção de sermos exclusivos na obra da Seara de Jesus, pois são muitas as casas espíritas nas quais os aprendizes do Evangelho assemelham-se àqueles da Casa do Caminho de Pedro.
Uma das atividades do Grupo Espírita Cairbar Schutel é a Evangelização infantojuvenil, realizada tanto na sede do GECS quanto no Lar do Alvorecer Marlene Nobre, que fica no município paulista de Diadema, onde também se desenvolvem outros tantos trabalhos de assistência nas áreas da educação, social e da saúde.
Na Evangelização, buscamos falar de Jesus e dos fundamentos doutrinários sempre às diversas procedências religiosas das crianças e dos jovens que nos procuram na unidade da Grande São Paulo. Pouco tempo depois que ingressei no Grupo, há algumas dezenas de anos, iniciamos a Evangelização infantojuvenil aos domingos de manhã no Lar do Alvorecer. Éramos um pequeno núcleo de jovens que, por sugestão da diretoria da Casa, resolveu se dedicar todos os domingos aos trabalhos de Evangelização, o que perdura até hoje.
Um trabalho de formiga que ultrapassa as muralhas do tempo, sem que percebamos. Interessante que ao longo dos anos assistimos à chegada e saída de muitos alunos que, passado um tempo, retornam trazendo os seus filhos para as aulas de Evangelização.
Em homenagem ao aniversário do Grupo, compartilho um episódio do qual fui protagonista, com o objetivo de mostrar a vocês a importância de persistirmos no trabalho do bem, por mais irrelevante que possamos supor. Há uns 10 anos, a frequência na Evangelização aos domingos havia caído significativamente, e a assiduidade dos alunos era irregular. Em discussão com nossa equipe, achamos que talvez fosse melhor encerrarmos as atividades aos domingos, pois as crianças e os jovens que quisessem continuar poderiam frequentar aos sábados à tarde.
Foi então que aconteceu um fato que mudaria a nossa decisão de suspender aqueles trabalhos naquela época. Numa manhã de domingo, uma ex-aluna, a Rosemeire, já com seus mais de 25 anos, levou seus muitos priminhos à Evangelização. Ela veio ao meu encontro toda feliz. Já uma mulher, formada na universidade, tinha um ótimo emprego e estava visitando a família naquele final de semana e resolveu levar a meninada na Evangelização.
Cabe aqui um parênteses. Seus priminhos provinham de famílias desestruturadas, com pais e mães dependentes químicos, uma das mães estava presa, um dos pais também, a outra a mãe vivia nas ruas de São Paulo, enfim… A Rose me abraçou muito feliz e disse o quanto havia sido importante os anos em que ela frequentou as aulas de domingo. Falou que para ela e a maioria das crianças da comunidade as aulinhas de domingo eram a única coisa boa que elas tinham nas manhãs daquele dia. Mal pude me despedir. Fiquei pasma! E após as tarefas de Evangelização daquele dia, compartilhei o episódio com os companheiros.
Foi assim que percebemos que os amigos espirituais inspiraram a nossa amiguinha a nos dar o recado. Devemos perseverar no trabalho do bem por mais irrelevante que nos pareça! Esta é uma das muitas outras vivências que o GECS me proporcionou.
Persistir no trabalho confiado a nós, dando o melhor que podemos. Não somos perfeitos, estamos todos aprendendo a ser aprendizes do Evangelho. O GECS tem uma característica que se sobressai que é o de ser uma casa de Jesus, que acolhe, ensina e dá oportunidade a todos de trabalhar. O GECS é um celeiro, uma fonte onde muitos chegam em busca de consolo, de auxílio espiritual e de respostas para a sua vida. E todos são acolhidos e esclarecidos. Entretanto, se destacam na nossa Casa de Cairbar Schutel as diversas frentes de trabalho como oportunidades benditas de praticarmos a tão necessária tarefa de servir. Lá tem lugar para todos os que desejam trabalhar na obra de Jesus.
Continuaremos vibrando e trabalhando, gratos a todos os idealizadores e dirigentes para que o GECS chegue aos 100 anos, cada vez mais fortalecido!