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irQueridos amigos e amigas, já repararam como reclamamos constantemente do comportamento das outras pessoas? Entretanto, convém analisar até onde o nosso limite de paciência pode nos levar a tratar os outros com aspereza e, pior, com modos ofensivos. Quantas pessoas destacam o mau comportamento dos outros e não cuidam do seu próprio? Não é o nosso objetivo julgar ninguém. Afinal, estamos todos no mesmo patamar evolutivo no planeta Terra, literalmente “no mesmo barco”.
Evoluir é condição inexorável, por isso precisamos, acima de tudo, ter indulgência em relação ao nosso semelhante. E como agir quando somos defrontados com uma malcriação daquelas? Não tem outra forma: o caminho é compreender ou pelo menos tentar. Não julgar e ponderar. Se a pessoa age daquela forma é porque lhe faltou educação. Não criticar nem lhe desejar algum tipo de punição já é um bom caminho.
Por outro lado, devemos agradecer por termos recebido educação de nossos pais, avós e mestres ao longo da vida. Nem todos tiveram a mesma oportunidade. Portanto, nosso dever é respeitar a limitação do outro, em se tratando de cortesia e bons modos. Uma reflexão que nos ajuda a errar menos nesse ponto é nos perguntarmos: se caso tivéssemos a mesma história de vida do mal-educado, provavelmente, não seríamos até pior?
Quem trata o semelhante com aspereza, seja quem for, demonstra uma falta de consciência da própria vida. Somos seres sociais. Assim, fatalmente, interagimos com os nossos semelhantes em todas as ocasiões. Temos de despertar para essa realidade e não menosprezar o outro em momento algum, por mais irritados que estejamos diante de um fato ou situação.
Sabemos que não faltam justificativas para nos chatearmos durante um dia normal. É o trânsito, são os veículos de transporte coletivos lotados, as cobranças normais de trabalho, os problemas familiares, entre tantas situações que nos deixam sobrecarregados. Apesar disso, nada justifica investir contra alguém aos berros, com sarcasmo ou aspereza. Nada mesmo!
Desastre ainda maior se dá quando nos valemos da condição frágil de alguém, por exemplo, um subalterno ou um atendente à frente de qualquer prestação de serviço, para descarregar nossa ira. Se nos situamos no rol das pessoas de “pavio curto”, não adiemos o processo de educação da alma, nesse sentido. Falar desse tema, ou seja, da falta de educação das pessoas, é sempre delicado, visto que não contamos com muitos exemplos positivos nesse sentido.
Para aliviar a tensão gerada com a abordagem direta do assunto em pauta, vou contar uma historieta bem-humorada que ilustra bem o que estamos falando:
O médico conversava descontraído com o enfermeiro e o motorista da ambulância quando uma senhora elegante chega e, de forma ríspida, pergunta:
– Vocês sabem onde está o médico do hospital?
Com tranquilidade, o médico responde:
– Boa tarde, senhora! Em que posso ser útil?
Impaciente, a mulher indaga:
– Será que o senhor é surdo? Não ouviu que estou procurando pelo médico?
Mantendo-se calmo, contesta ele:
– Senhora, o médico sou eu. Em que posso ajudá-la?
– Como?! O senhor? Com esta roupa? Oh! Desculpe, doutor! Boa tarde! É que… vestido assim, o senhor nem parece um médico…
– Veja bem as coisas como são… – disse o médico. – As vestes parecem não dizer muita coisa mesmo… Quando a vi chegando, tão bem-vestida, tão elegante, pensei que a senhora fosse sorrir educadamente para todos e depois daria um simpaticíssimo “Boa tarde!” Percebemos assim que nada justifica tratarmos mal as outras pessoas, mesmo quando estamos diante de uma situação urgentíssima! Essa lição vem ao encontro da máxima de Jesus: faça ao próximo o que gostaria que fizessem por você. Nesse sentido, também não devemos fazer ao próximo o que não queremos que nos façam.