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O pouco que seja pode significar muito

Tenho observado com certa frequência que algumas pessoas, inclusive das minhas relações, vivem envoltas em problemas que lhes parecem sem solução. Por causa disso, não encontram tempo e têm dificuldade em dar atenção a outra coisa que não seja suas adversidades.

Quando tenho intimidade com pessoas assim, por mais que eu sugira a elas que procurem dedicar um pouco de seu tempo para observar seu entorno e, assim, se interessar pelas questões que afligem outras pessoas, poucas conseguem mudar o foco e se desvencilharem das próprias aflições.

É comum ouvir frases como: “ora, se não consigo nem resolver os meus assuntos e as minhas angústias, como vou ter tempo e condições para ajudar os outros?” Como essa pessoa está enganada, eu penso. Tenho convicção de que quando somos úteis de alguma forma para alguém, o peso da nossa cruz fica mais leve. E vou além, acredito mesmo que a prática de ajudar o outro sempre acaba nos inspirando para a solução dos nossos próprios problemas. Às vezes, é preciso tão pouco!

Certa vez, li uma pequena história adaptada do capítulo “Você é Deus”, de Charles Swindoll, do livro Histórias para o coração 2. Narra o autor que logo depois do término da Segunda Guerra Mundial, a Europa começava a se reconstruir a partir dos cacos que sobraram. Grande parte da Inglaterra estava destruída. As ruínas estavam por todo lugar. Com certeza, o lado mais triste da guerra foi assistir às criancinhas órfãs morrendo de fome, nas ruas das cidades devastadas.

Certa manhã de muito frio, em Londres, um soldado americano estava retornando ao acampamento. Numa esquina, ele avistou um menino com o nariz pressionado contra o vidro de uma confeitaria. Parou o jipe, desceu e se aproximou do garoto. Lá dentro, o confeiteiro sovava a massa para uma fornada de rosquinhas. Os olhos arregalados do menino falavam da fome que devorava suas entranhas. Ele observava atento todos os movimentos do doceiro.

Pelo vidro embaçado pela fumaça, o soldado viu as rosquinhas quentes, parecendo saborosas, sendo retiradas do forno. Logo mais, o confeiteiro as colocou no balcão de vidro com todo o cuidado. O soldado percebeu como o menino salivava de vontade. Ficou comovido com o garoto, ali de pé ao seu lado, todo absorto e emocionou-se diante daquele órfão desconhecido.

– Filho, você gostaria de comer algumas rosquinhas? – perguntou o soldado.

O menino se assustou, pois não tinha percebido a presença do homem a observá-lo, tão distraído que estava na contemplação dos biscoitos.

– Sim – respondeu. – Eu gostaria.

O soldado entrou na confeitaria e comprou uma dúzia de rosquinhas. Colocou-as dentro de um saco de papel e, sorrindo, as entregou para o menino. Virou-se para se afastar quando sentiu um puxão em sua farda. Olhou para trás e ouviu o menino perguntar, baixinho:

– Moço… você é Deus?

Vocês já pensaram na força que existe na simples atenção que dedicamos a alguém? Se o soldado não tivesse observado o menino, dado atenção a ele e, por conseguinte, percebido todo o sofrimento daquela criança, vítima da guerra, não havia doado os biscoitos de que tanto aquela criança precisava naquele momento, a ponto de perguntar se o rapaz era Deus atendendo ao seu pedido máximo.

Com certeza, aquele jovem americano tinha muitos motivos que o preocupavam e o entristeciam, estava longe de sua pátria e das pessoas que mais amava. Havia assistido a cenas reais de violência e injustiças trazidos pela guerra… No entanto, a partir daquele dia, aquele soldado, antes de se lastimar ou de se sentir incapaz diante da vida, se lembraria do menininho órfão que o fez ver o valor da capacidade de observar o outro, mesmo diante das adversidades, e como pequenos gestos que muitas vezes nada ou pouco significam para nós podem ser tudo o que alguém precisa naquele momento.

Estamos numa época de muitas provações coletivas. As guerras, os cataclismas, a violência e corrupção que assolam países inteiros. Não podemos nos esquecer que por trás de tudo isso estão nossos irmãos e irmãs em humanidade atingidos em cheio pela miséria, pela falta de tudo, tendo de deixar para trás suas casas, seus empregos, documentos e parte da família que sucumbiu.

Onde vamos parar? Ninguém sabe. Independentemente disso, continuamos enfrentando as nossas adversidades e provas. Sim, todos indistintamente. Realmente acredito na força dos pequenos gestos, do olhar para o outro percebendo suas necessidades na mão estendida, mesmo que vazias, mas prontas para o abraço, para o acolhimento.

O ano está acabando, infelizmente com parte do planeta em guerra e convulsões internas com total desrespeito aos direitos humanos. No entanto, confio que se todos nós dedicarmos um tempo mínimo que seja para refletir sobre toda a situação adversa e nos colocarmos no lugar dos irmãos e irmãs em provações coletivas, encontraremos um meio de ajudar. Mesmo que não seja com doações em espécie e gêneros, podemos vibrar com todo amor que Deus colocou no coração de cada um nós, colaborando com o reforço de boas energias dos enviados celestes do Pai, que estão na retaguarda humanitária desses episódios tão tristes. Aproveitemos o clima de Natal, que tem o dom de nos aproximarmos de Jesus, e abramos o nosso coração. E se pudermos, existem muitas organizações de ajuda humanitária com as quais podemos colaborar dentro de nossas possiblidades para levar o necessário aos irmãos, que, como nós, são filhos do Pai Misericordioso.

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