AMIGO FOLHA ESPÍRITA

Você pode ajudar a divulgação da Doutrina. Colabore com a Folha Espírita e faça a sua parte

Quero Contribuir

ir

ABRIL/2024

ir

MARÇO/2024

ir

FEVEREIRO/2024

ir

JANEIRO/2024

ir

DEZEMBRO/2023

ir

NOVEMBRO/2023

ir

OUTUBRO/2023

ir

SETEMBRO/2023

ir

AGOSTO/2023

ir

JULHO/2023

ir

JUNHO/2023

ir

MAIO/2023

ir

ABRIL/2023

ir

MARÇO/2023

ir

FEVEREIRO/2023

ir

JANEIRO/2023

ir

DEZEMBRO/2022

ir

NOVEMBRO/2022

ir

OUTUBRO/2022

ir

SETEMBRO/2022

ir

AGOSTO/2022

ir

JULHO/2022

ir

JUNHO/2022

ir

MAIO/2022

ir

ABRIL/2022

ir

MARÇO/2022

ir

FEVEREIRO/2022

ir

JANEIRO/2022

ir

DEZEMBRO/2021

ir

NOVEMBRO/2021

ir

OUTUBRO/2021

ir

SETEMBRO/2021

ir

AGOSTO/2021

ir

JULHO/2021

ir

JUNHO/2021

ir

MAIO/2021

ir

ABRIL/2021

ir

MARÇO/2021

ir

FEVEREIRO/2021

ir

JANEIRO/2021

ir

DEZEMBRO/2020

ir

NOVEMBRO/2020

ir

OUTUBRO/2020

ir

Afinal, a Inteligência Artificial apoia a evolução ou prejudica o “livre-arbítrio”?

No final de março deste ano, a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU, 2024) aprovou por consenso (193 membros) uma resolução sobre a governança da Inteligência Artificial (IA), com o objetivo de assegurar que a tecnologia crie um mundo mais seguro e equitativo. A importância do tema é retratada, de maneira emblemática, por Linda Thomas-Greenfield, embaixadora dos Estados Unidas na ONU, como a “escolha de governar a inteligência artificial ao invés de deixá-la nos governar” (ONU, 2024).

A IA pode ser definida como “um sistema de aprendizagem […] com diversos níveis de autonomia, capaz de gerar […] predições ou decisões […]” (Souza, 2023, p. 2). Os “sistemas de IA” precisam de prévia e contínua supervisão humana para evitar “riscos inaceitáveis” ou “elevados”, tais como a “manipulação cognitivo-comportamental”, o mal “funcionamento de infraestruturas essenciais” ou problemas da IA generativa, enfim, práticas que violem direitos fundamentais (Parlamento Europeu, 2024).

Em síntese, a IA, como as demais técnicas sociais, precisa respeitar o “livre-arbítrio” concedido por Deus às suas criaturas (Kardec, 2009) rumo à “perfeição moral” (Kardec, 1999). Isso repele práticas de IA abusivas e contrárias às “Leis Morais” da “igualdade”, da “liberdade” e da “justiça, amor e caridade” (Kardec, 1999, questões n. 803-806), enquanto o uso adequado atende à Lei do Progresso e da Destruição (Kardec, 1999), pois tudo se transforma (Gleiser, 2020).

A IA, como os algoritmos e demais sistemas automatizados, participam do dia a dia das decisões humanas (Souza, 2023, p. 1-2), nesses tempos de “transumanismo” (Gleiser, 2020). Leibniz, em 1703, viu na “automação do raciocínio” – “através da redução dos números […], como 0 e 1” –, um algoritmo capaz de criar uma “língua universal” e reunir no “Céu da boa-vontade” o “gênero humano por inteiro”, embora Fo-Hi já detivesse esse conhecimento 4.000 anos antes (Mattelart, 2006, p. 15). No entanto, apesar de sua contribuição às “ciências religiosas”, o ideal de união entre os povos foi postergado pelo isolamento voluntário, representado pela Grande Muralha (Emmanuel, 1996, p. 74-75).

O “amar o próximo” (Kardec, 2009), afastado do exclusivismo (Freud, 2011), revela uma “língua universal” capaz de promover a paz e a concórdia entre os povos (Bauman, 2004). O exclusivismo também é prejudicial à “troca de ideias” quando se volta contra o “intangível” e o “imensurável”, em prol de um suposto rigor científico (Gleiser, 2020). O estudo da IA não pode prescindir dos influxos da filosofia da mente para focar seus esforços no “objeto mais complexo […] conhecido: o cérebro” (Gleiser, 2020, p. 183), visto que “a verdade é que é a interrogação metafísica acerca de pensamento e mundo (físico) que está no centro de tudo” (Miguens, 2020, p. 106).

Tal dificuldade inspirou o “jogo de imitação” de Turing (1950 apud Miguens, 2020), a partir do qual um homem e uma mulher tentam enganar seu interrogador sobre seu status, o que se replicado por uma máquina a evidenciaria uma máquina inteligente (Miguens, 2020, p. 110). Searle (1980 apud Miguens, 2020) critica o cognitivismo-materialista e a “IA Forte”, pois os programas teriam natureza sintática, portanto, insuficientes para criar uma mente semântica..

Para Goswami (2015), mais que semântica, a mente é “quântica”, distinta do cérebro e dos objetos divisíveis e circunscritos do mundo físico”. Já Gleiser (2020, p. 184) pondera que a natureza da “inteligência dos programas” jamais será como a nossa: “O que é uma inteligência que não sofre e não sente dor?”

Ada Lovelace, em 1843, precursora da ciência da computação e da filosofia da mente, refuta a ideia de que as máquinas podem pensar em face à natureza do ato mental e do dualismo de substâncias (Neumann, 2023). A despeito de seus potenciais de progresso e realização, a IA encerra riscos a serem devidamente ponderados e não suscetíveis de solução automatizada, pois faltam às máquinas os sentidos próprios do Espírito imortal, cuja consciência deve se responsabilizar pela evolução própria e dos demais: a Caminho da Luz!

Referências

BAUMAN, Zygmunt. Amor líquido. Rio de Janeiro: Zahar, 2004.

EMMANUEL (Espírito). A caminho da luz. Psicografado por Francisco Cândido Xavier. 22. ed. Brasília, DF: FEB, 1996.

FREUD, Sigmund. O mal-estar da civilização. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.

GLEISER, Marcelo. O caldeirão azul: o Universo, o homem e seu Espírito. 6. ed. São Paulo: Record, 2020.

GOSWAMI, Amit. A física da alma. 3. ed. São Paulo: Goya, 2015.

KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. 365. ed. Araras, SP: IDE, 2009.

KARDEC, Allan. O livro dos Espíritos. São Paulo: Petit, 1999.

MATTELART, Armand. História da sociedade da informação. 2. ed. São Paulo: Loyola, 2006.

MIGUENS, Sofia. Alan Turing e a filosofia da mente. In: SANTO, José Carlos Espírito (ed.). Alan Turing: cientista universal. Braga: Universidade do Minho, 2020. p. 103-117. (Coleção Ciência e Cultura para Todos). Disponível em:  https://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/70108/1/AlanTuring_ebook.pdf. Acesso em: 29 abr. 2024.

NEUMANN, Patricia. O pensamento de máquinas em Ada Lovelace. Simbiótica, v. 10, n. 1, p. 106-125, 2023. Doi: https://doi.org/10.47456/simbitica.v10i1.38046.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU). ONU adota por consenso resolução para reger a inteligência artificial. 21 mar. 2024. Disponível em: https://news.un.org/pt/story/2024/03/1829446. Acesso em: 29 abr. 2024.

PARLAMENTO EUROPEU. Lei da UE sobre IA: primeira regulamentação da inteligência artificial. 2024. Disponível em: https://www.europarl.europa.eu/topics/pt/article/20230601STO93804/lei-da-ue-sobre-ia-primeira-regulamentacao-de-inteligencia-artificial. Acesso em: 29 abr. 2024.

SOUSA, Susana Aires de. Breves notas sobre a “Proposta de Regulamento do Parlamento Europeu e do Conselho que estabelece regras harmonizadas em matéria de Inteligência Artificial (RIA) e altera determinados atos legislativos da União”. In: SOUSA, Susana Aires de (coord.). Direito em mudança: a proposta de regulamento europeu sobre inteligência artificial – algumas questões jurídicas. Coimbra: Universidade de Coimbra, 2023. p. 1-14. Disponível em: https://www.uc.pt/site/assets/files/1184561/a_proposta_de_regulamento_ebook.pdf. Acesso em: 29 abr. 2024.

Próximas Matérias