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irEnquanto este texto estava sendo escrito, em 30 de outubro, o mundo já registrava a marca de mais de 1.187.014 mortes causadas pelo novo coronavírus. Não há dúvidas de que nunca, em toda a história, tivemos tantas mortes presentes em nosso cotidiano. A velocidade de comunicação no mundo digitalizado, que se junta à progressão geométrica dos casos de óbito, levam-nos a considerar a morte em nossas rotinas de forma mais aberta e permanente.
Em tempos de pandemia, nos unimos a milhões de famílias que se despediram de seus entes queridos, muitas vezes de forma tão rápida e diferente por conta da letalidade da doença e de seus riscos de contágios. Do dia para noite, passamos a ter que explicar e discutir sobre o desencarne com nossos filhos, nos esforçando para esclarecer suas dúvidas sobre algo que entrou em suas vidas de forma tão impactante. Será que estávamos preparados? Provavelmente, a maioria de nós não estava.
A Covid-19, em sua essência, não se caracteriza tão somente como uma grave crise do ponto de vista epidemiológico, mas também psicológico. Apesar de existirem estudos sobre esse impacto causado pelas medidas de isolamento, que trouxeram mudanças abruptas nas rotinas das pessoas, temos ainda mudanças significativas sobre como as pessoas tiveram que passar a lidar com a terminalidade da existência física, com o luto, com as despedidas no leito hospitalar que foram impedidas, trazendo com isso uma necessidade de reprogramação íntima sobre como lidar com esses acontecimentos que, certamente, deixarão marcas psicológicas profundas na sociedade.
A edição deste mês, no qual costumamos homenagear aqueles que já partiram, dedica um espaço importante para que juntos possamos compreender um pouco mais sobre a morte. A proposta de discutirmos a morte se faz exatamente por conta disso, para que, ao colocarmos luz sob o assunto, possam ser criados recursos para lidar com traumas que podem ser tão intensos. Falar sobre a morte deve significar falar sobre a vida, sobre a nossa maneira de viver, sobre os preconceitos que rodeiam o assunto e a miopia existencial de negar a própria terminalidade da vida, que é certa e, sobretudo, natural. O advento da Covid-19 nos colocou de frente com essa questão basilar de nossa existência, e o nosso movimento individual deverá ser para que no futuro possamos ter uma visão mais madura sobre a morte e o viver, ou seja, mudarmos nossa forma de encarar a morte e a vida.
Na questão n. 941 de O livro dos Espíritos, Kardec, em seu comentário, esclarece com primor: “O homem carnal, mais preso à vida corpórea do que à vida espiritual, tem, na Terra, penas e gozos materiais. Sua felicidade consiste na satisfação fugaz de todos os seus desejos. Sua alma, constantemente preocupada e angustiada pelas vicissitudes da vida, se conserva numa ansiedade e numa tortura perpétuas. A morte o assusta, porque ele duvida do futuro e porque tem de deixar no mundo todas as suas afeições e esperanças. O homem moral, que se colocou acima das necessidades factícias criadas pelas paixões, já neste mundo experimenta gozos que o homem material desconhece. A moderação de seus desejos lhe dá ao Espírito calma e serenidade. Ditoso pelo bem que faz, não há para ele decepções e as contrariedades lhe deslizam por sobre a alma, sem nenhuma impressão dolorosa deixarem”.
A compreensão da própria vida em suas mais sutis nuances nos aliviará o temor da morte. O convite que cada um de nós tem é para que realmente possamos descobrir o valor da vida, sem temer a morte, aceitando-a, convivendo com ela e, sobretudo, respeitando e valorizando a vida.
Vamos abrir as portas de nossa alma para que nos esforcemos para desenvolver em nós mais características do homem moral do que do homem carnal, como diz Kardec, pois só assim seremos capazes de transformar o temor da morte em força de realização que não nos paralisará, mas, pelo contrário, nos permitirá viver com foco nas conquistas eternas.
Você já refletiu sobre a morte? Já conversou sobre ela com os que ama? Faça isso e, ao compreender a morte, certamente, você trará mais vida para a nossa existência.