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ir“ – O uso dos bens da terra é um direito de todos os homens?
– Esse direito é a consequência da necessidade de viver. Deus não pode impor um dever sem conceder os meios de ser cumprido” (Questão n. 711. O livro dos Espíritos).
Ninguém desconhece que somos dotados de duas naturezas: a espiritual e a física. O equilíbrio entre as duas é imprescindível para que o homem voe utilizando as asas do amor e da sabedoria. Por intermédio da reencarnação, o Espírito usufrui, na Terra, de imensos recursos materiais, objetivando colocar em prática as lições que foram aprendidas na espiritualidade. Lá absorvemos a teoria, aqui vivenciamos o teor aprendido. Então, por algum tempo, a Terra é a nossa verdadeira casa e, obviamente, criatura alguma em sã consciência gostará de passar seus dias numa casa suja, malcheirosa, insegura e desconfortável.
O Espiritismo, com profundidade, nos esclarece sobre a importância da estrada evolutiva que devemos trilhar, sendo que em muitas oportunidades estaremos sozinhos, momento em que poderemos medir a nossa maturidade e se realmente estamos progredindo. Como estamos encarnados, os assuntos relacionados à conservação da nossa casa terrena são sempre pertinentes, visto que uma das propostas reencarnatórias é a contribuição que devemos dar para o progresso da humanidade, além, obviamente, de cuidar do corpo, nosso abrigo no momento, para que ele nos garanta a possibilidade de executarmos as tarefas que programamos na espiritualidade.
Jesus sentenciou que devemos amar uns aos outros. Isso pressupõe entender que, cuidando do planeta, além de atender às mais prementes obrigações, receberemos os benefícios dessa prática como também proporcionaremos os mesmos recursos aos irmãos do caminho.
Cuidemos devidamente do planeta, usemos adequadamente os seus recursos, pois assim cumpriremos com os nossos deveres cristãos, assegurando uma Terra ajustada, conscientes de que voltaremos a ela muitas vezes.
O corpo físico, que na atualidade nos serve de templo, não sobrevive sem o ar. Portanto, mantê-lo puro e respirável é dever intransferível. A água que sustenta nossa vida física precisa estar ajustada às exigências orgânicas, assim, conservá-la limpa e utilizá-la racionalmente é de nossa responsabilidade. O vegetal nos oferece os alimentos, então qualquer atitude poluente ou tóxica comprometerá a nossa mesa. Os Espíritos amigos nos dizem ser os animais nossos irmãos menores, que também seguem a trilha da evolução, assim, ajudá-los está no contexto das nossas tarefas.
Obviamente, além da preservação ambiental, é imprescindível à criatura humana o uso adequado dos recursos disponíveis na Terra, uma vez que todos temos direito a eles. Utilizá-los egoisticamente ou concorrer para o desperdício deles é atitude insana que, diante da lei de causa e efeito, devolverá ao negligente, mais cedo ou mais tarde, os reflexos negativos da imaturidade.
Em O livro dos Espíritos, na questão n. 705, O Espírito da Verdade assim esclarece: “A terra produziria sempre o necessário se o homem soubesse contentar-se. Se ela não supre a todas as necessidades é porque o homem emprega no supérfluo o que se destina ao necessário”.
Diante do atual estágio evolutivo da Terra, poucos possuem muito e muitos possuem quase nada. Essa desigualdade, fruto direto do egoísmo entre os homens, além dos prejuízos naturais, ainda é fato gerador da violência que assombra e intranquiliza todos nós.
Cuidemos devidamente do planeta, usemos adequadamente os seus recursos, pois assim cumpriremos com os nossos deveres cristãos, assegurando uma Terra ajustada, conscientes de que voltaremos a ela muitas vezes.
Reflitamos.