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“O espírita não pode ser uma pessoa que divida, ele precisa somar”

Estamos vivendo uma época de grande polarização política e religiosa, não apenas no Brasil, o que tem causado discussões e até rupturas entre amigos e familiares, inclusive com casos de violência extrema. Jesus também viveu isso quando esteve entre nós. Na perspectiva de um novo ano à nossa frente, devemos refletir: como as lições de Jesus podem nos ajudar a enfrentar esses tempos?

Severino Celestino
Divulgação

Pensando nisso, a Folha Espírita preparou uma entrevista especial com um dos maiores conhecedores da Bíblia no Brasil: Severino Celestino da Silva (foto). Estudioso de línguas antigas e das religiões, ex-seminarista e espírita há mais de 20 anos, Severino defende o Espiritismo à luz da Bíblia, tendo estudado toda a obra de Kardec e pesquisadores contemporâneos. É autor de vários livros, entre eles Analisando as traduções bíblicas; O Evangelho e o cristianismo primitivo; Jesus, o messias das nações. Os direitos autorais de suas obras são revertidos para as obras assistenciais do Núcleo Espírita Bom Samaritano, em João Pessoa (PB).

Nesta entrevista especial, Severino Celestino resgata as lições de tolerância de Cristo e nos convida a relembrar Seus ensinamentos e Seu legado neste Natal. Reproduzimos abaixo os principais trechos dessa entrevista, mas convidamos a todos para escutar a íntegra desse bate-papo no podcast da Folha Espírita, disponível no Spotify, Google Podcast, Apple Podcast, Anchor e principais plataformas de podcast.

Leia também: Intolerância

Lições de Jesus para usarmos nesta época de grande polarização política e religiosa

Jesus passou na sua vida pública três anos na Galileia, na Samaria, na Judeia, em Decápolis e outras regiões da Judeia. Ele teve muitos adversários, muitos opositores, mas deixou como recado para todos nós aquilo que muitas vezes nos falta neste momento: a humildade, o perdão, a visão fraternal de que o outro pode ter uma opinião diferente da minha, mas ele não precisa ser meu inimigo; não preciso odiá-lo, rejeitá-lo ou não gostar dele.

Se o outro não gosta de mim, o problema não é meu, é dele. Agora, se eu não gosto dele, aí, sim, o problema passa a ser meu. Se eu tenho alguma coisa contra o meu próximo, é porque eu não o perdoei, eu não o abracei, apesar daquilo que eu considero como defeito ou incompreensão da forma como ele vê as coisas. Todos têm o direito de pensar da forma que lhes convém, de acordo, logicamente, com o seu conhecimento.

Quando Jesus viveu entre nós, as turbulências eram políticas, sociais e religiosas. Na época Dele, existiam em torno de seis divisões religiosas, e Ele conviveu com todas. Se nos intitulamos seguidores de Jesus, por que é que vamos agir diferente Dele? Muitas vezes, tudo isso passa pela desinformação, pela falta da caridade, do perdão, da compreensão… A questão n. 627 de O livro dos Espíritos nos diz que, depois da revelação dos Espíritos, ninguém pode protestar a ignorância. Ou seja, a Terceira Revelação veio coroar a primeira e a segunda, tornar palpável e compreensivo aquilo que até então, segundo o Espírito da Verdade, era figurado metafórico e parabólico.

Leia também: A justiça começa em nós mesmos

Comportamento esperado do espírita

Eu não entendo o espírita que tem um comportamento no momento de polarização como este que não seja de compreensão e fraternidade, porque é isso que a Doutrina nos ensina. Não somos os melhores, sejamos autocríticos, mas somos os mais bem informados. Sabemos mais, e aquele que sabe mais tem a obrigação de perdoar mais, servir mais, amar mais. É isso que Jesus nos deixa como recado num momento como este.

Tudo fica mais fácil ou menos difícil quando nos desarmamos e nos colocamos a serviço do Cristo. Temos que perguntar a Ele como Paulo fez na estrada de Damasco, como Moisés na Sarça Ardente e como Maria diante da revelação do anjo: “eis-me aqui, o que queres que eu faça?”

“Um espírita não pode desunir. Se ele tem um comportamento de dividir, ele não está sendo espírita”.

Será que Jesus nos orientaria a ter o comportamento que estamos tendo neste momento, diante de todo esse processo de diversidade? Falta muito altruísmo na humanidade. Precisamos de mais samaritanos e menos doutores da lei. Não estamos acima de ninguém. A lei de causa e efeito, como princípio básico da Doutrina Espírita, coloca diante de nós uma semeadura que reflete numa colheita. E eu não vou colher a semeadora que você plantou, e sim a que eu plantar, como Jesus disse em Mateus 16:27: “quando o Filho do Homem vier com os seus Anjos mensageiros, Ele cobrará de cada um segundo as suas obras”.

Tudo está dentro do conceito do Cristo de “amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. Precisamos de menos orgulho, menos egoísmo, menos senso de superioridade… O espírita não é nenhum santo, o espírita não é um alienado, mas o espírita é alguém que tem uma consciência pelo conhecimento maior do que a maioria das doutrinas cristãs ou religiões cristãs. O espírita não pode dividir, mas precisa, sim, ter a característica de somar.

Lembro-me de Chico Xavier dizendo que diante de qualquer situação, por mais terrível que seja, vamos encontrar sempre duas grandes saídas: a primeira é o silêncio, a segunda é a prece. Sigamos Chico, que tudo fica mais fácil, não vamos nem exigir que sigamos Jesus, mas esse conselho de Chico já vai nos ajudar muito. Um espírita não pode desunir. Se ele tem um comportamento de dividir, ele não está sendo espírita.

O papel da ciência na regeneração planetária

Jesus Cristo é o governador do planeta Terra, não é o governador dos cristãos, dos protestantes, dos judeus, das religiões tribais, dos mesopotâmicos. Tudo o que está sobre este planeta tem o dedo de Cristo. Foi Ele quem coordenou com a sua plêiade de Espíritos convidados, que têm suas marcas em todas as civilizações orientais e ocidentais, desde Buda, Krishna, Mahatma Gandhi, Zoroastro, tantas filosofias, todas iluminadas pelo Cristo. Todo o iluminismo que você encontra nas religiões orientais é reflexo do Cristo, como diz João 8: 2: “Eu sou a luz do mundo”.

“A ciência não tem nada a ver com política. Ela tem papel muito importante na sociedade. E aqueles que são realmente espiritualizados, como o próprio Cristo, a valorizam”.

E a ciência é luz, é criada por Jesus. Os cientistas são enviados de Deus. Feliz a ciência criada por Jesus, que veio nos socorrer nesta pandemia e em tantos outros momentos de nossa trajetória terrestre. A criação é um processo evolutivo, que a Doutrina Espírita chama de lei do progresso, que é inviolável, irredutível, não presta continência a ninguém. Por isso que Allan Kardec, na sua magnífica racionalidade, afirmou que o Espiritismo e a ciência precisam andar lado a lado, a ponto de dizer que o Espiritismo sem a ciência não responderia a muita coisa, e a Doutrina sem a ciência seria manca, lhe faltaria o suporte. E destacou ainda que no caso de a ciência discordar da Doutrina Espírita, que seguíssemos a ciência, porque elas não se antagonizam, elas caminham no sentido de se encontrar lá na frente, elas não são paralelas, são convergentes. Baseados nisso, podemos entender o que disse o cientista francês Louis Pasteur: pouca ciência afasta de Deus, mas muita ciência Dele a aproxima.

A ciência não tem nada a ver com a política, não podemos politizá-la. Ela tem papel muito importante na sociedade. E aqueles que são realmente espiritualizados, como o próprio Cristo, a valorizam.

Se Jesus tivesse aqui hoje, que recado Ele daria para 2023?

Jesus iria nos dizer: “meus filhos queridos, Eu já enviei a vocês aqui no Ocidente três revelações: Abraão dizendo que Deus é um; Moisés, das mãos dos meus emissários no Sinai, recebeu o maior código de moral e justiça do planeta e que Eu mesmo vim e mostrei como é que se faz. Na minha despedida lá em Jerusalém, prometi outro consolador, e eu cumpri minha promessa, porque ele veio e trouxe aquilo que eu gostaria que ele trouxesse: reforma íntima, ligação comigo, o Evangelho e a ciência como suporte para vocês. Agora vocês não podem dizer que não receberam instruções, conselhos, admoestações. Vocês não são os melhores, são os mais bem informados e hoje vocês sabem que quem sabe mais tem obrigação de perdoar mais, servir mais e amar mais. Feliz Natal!”

Mensagem final do professor Severino Celestino

Queria encerrar com essa observação que, às vezes, as pessoas nem notam porque infelizmente as traduções não são muito fiéis. Quando Moisés estava no exílio, no êxodo, ele pediu a Deus uma ajuda para conduzir o povo à Terra Prometida. E Deus enviou intuitivamente que Moisés construísse um tabernáculo, que é um templo, e disse que esse templo seria habitado por Deus enquanto eles estivessem no deserto.

“Esta é a mensagem que eu deixo para 2023: que entendêssemos que não estaremos sós, Ele estará conosco até a consumação dos séculos”.

Por 40 anos, esse tabernáculo era montado e desmontado onde ele chegava, e ali dentro ficavam as tábuas da lei, como se Deus estivesse caminhando entre eles. Quando Moisés chegou a Samaria, ele dividiu as 12 tribos e a cada uma da sua gleba ele instalou um tabernáculo, que é como se fosse um ambiente, ou o local onde a espiritualidade, a ação divina entre nós mora. Quando João fala de Jesus no prólogo do seu Evangelho, ele fala exatamente desse tabernáculo, chama Jesus de verbo divino e luz do mundo. “E o Verbo se fez carne, e “tabernaculou” entre nós”. Essa é a expressão que João usa.

Jesus foi a continuação do tabernáculo que trouxe o povo do êxodo para a libertação, do Egito para a Terra Prometida. Jesus não habitou entre nós, Ele tabernaculou entre nós. Quando Ele fez as suas despedidas, em João 17:5, na oração belíssima que é conhecida como oração sacerdotal, Ele diz mais ou menos assim: “Pai, chegou a minha hora. Honra teu filho com a honra que Eu tinha quando eu me encontrava contigo antes da criação dos Céus e da Terra”. Então assim, ali ele encerra o seu tabernacular entre nós, como enviado de Deus ungido, que por onde passava deixava rastros de luzes em mensagem de otimismo e de amor. Esta é a mensagem que eu queria para 2023: que entendêssemos que não estaremos sós, Ele estará conosco até a consumação dos séculos. Essa é a maior promessa Dele que precisamos não só acreditar, mas viver, como se ele estivesse realmente caminhando conosco, tabernaculando em nossas vidas.

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